segunda-feira, 7 de setembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - MENTES POLUIDAS E ALMAS SOFRIDAS


A cada dia 7, ocupo o Alma Mater para falar de um tema relacionado à poluição e às consequências ao meio ambiente. Quase sempre me ocupo de ações humanas que, de alguma forma, afetam à natureza, e que prejudicam a qualidade de vida da humanidade.

Hoje, vou dedicar meu tempo e este espaço para falar de uma das mais terríveis agressões que a criatura humana pode sofrer na vida – a fuga de seus lares e o abandono da terra dos seus ancestrais. Isto está acontecendo no outro lado do mundo, onde milhares de refugiados procuram abrigo em nações europeias.

A poluição que gerou esta situação cruel foi a provocada pela indústria bélica, que se alimenta do medo e do terrorismo. O medo gerado por ameaças oriundas de países inimigos, de fanatismos religiosos ou de ambição por tesouros minerais, alimentado por quem só entende progresso como acúmulo de riquezas. E, riquezas estas, que venham de onde vierem.

Os refugiados estão abandonando suas terras e fugindo, principalmente, da Síria, da Líbia, da Nigéria, do
Afeganistão, por conta da violência de grupos radicais, que aterrorizam as populações pobres, tomam suas propriedades e violentam seu povo.

Perseguições políticas e econômicas, como as que ocorrem nos países que possuem grandes reservas de petróleo, ou religiosas, como as que confrontam os estados religiosos fundamentalistas com os que professam outras crenças, estão provocando um incontido morticínio de populações inteiras de cidades e regiões.

Quem provocou esta barbárie? Não tenham receio de responder que são os mesmos, sempre os mesmos, que através da história cometeram crimes semelhantes contra a humanidade. E tudo em nome do dinheiro, e das riquezas geradoras dos recursos econômicos que alimentam os países ricos, na sua eterna jornada de dominação dos miseráveis.

A Europa, acumpliciada com os Estados Unidos da América, invadiu países e estimulou grupos guerrilheiros a confrontar os poderes constituídos, em nome de uma pretensa e discutível democracia. A palavra democracia tem-se desgastado demais nos últimos tempos, quando a nação que se arvora como a grande defensora da liberdade mundial, invade países, como fez no Iraque e ainda faz no Afeganistão, interfere na economia de nações aliadas, com o intuito de explorar riquezas e impor sua política.

Grupos terroristas foram armados pelos Estados Unidos com o apoio dos aliados de sempre, Inglaterra e França, para derrubar regimes que se opunham ao domínio norte-americano, e com isso colocou-se, nas mãos de grupos insanos, a força de armas poderosíssimas, que são as grandes ameaças no momento atual.

Destruído o Iraque, empobrecido o Irã, arrasado o Afeganistão, desestruturadas a Síria e a Líbia, as armas estão nas mãos de facínoras que perseguem, torturam e matam inocentes, cujo maior erro é crer numa religião diferente ou ser de uma classe miserável, que não tem força e nem formas de defesa.

Assim, estão morrendo milhares de crianças na África, dezenas de milhares no Oriente Médio e centenas de milhares no mundo inteiro, como efeito dessa hipócrita defesa dos direitos humanos, que só atua por interesses dos ricos para invadir as nações mais pobres.

O mundo está em guerra, e desta vez uma guerra camuflada, escondida por baixo de aparentes ações de solidariedade que não passam de remendos ridículos, nesse rasgo sem limite do direito inalienável de cada um seguir a sua consciência. Agora, tenta-se remediar uma situação angustiante em que vivem refugiados, atirados dentro do convés de barcos despreparados para longas travessias, sobrecarregados de quem  sabe que nem todos chegarão ao destino.

Os países ricos se reúnem e decidem investir uma ridícula soma de recursos para receber os refugiados e redistribuí-los em terras, que não são deles, e que nada têm a ver com a história dos seus povos. E, talvez, se julguem dignos de elogios, por abrigar os pobres coitados que foram enxotados de seus países, por terroristas armados pelos “bonzinhos” que os acolhem.

As mentes estão poluídas e não adianta tentar vender uma falsa misericórdia, pois nada poderá corrigir os erros que provocaram a situação caótica em que vivem essas populações em fuga. Essas mentes governantes são semelhantes às que provocaram o maior morticínio da história, aquelas mentes nazistas que pretenderam dominar o mundo, fuzilando ou trancando em câmaras de gás os que estavam em seus caminhos.

O mundo está de luto, um luto permanente, e que se espera não venha a ser eterno. A humanidade está diante da consequência de um capitalismo selvagem, que exalta o dinheiro e despreza a vida. Os ares estão poluídos por essas formas-pensamento cruéis e desumanas. As almas da humanidade estão sofridas. Não somente as dos refugiados, mas a de todos que estão solidários a esses seres sofridos e sem futuro.

As mãos sujas de sangue são as mesmas que tentam dar apoio aos que sobraram, ou sobrarão, da chacina provocada por suas mentes poluídas. Não existe pior poluição do que a que é provocada por mentes cruéis e assassinas. As guerras são as grandes poluidoras, as armas são os instrumentos de poluição que alimentam a ganância dos que vivem das mortes de inocentes.

Estamos diante de uma guerra disfarçada em atos de caridade. Não há almas caridosas, mas culpados tentando a absolvição. A poluição está no ar, e vai continuar. O dinheiro compra tudo, só não consegue absolver a consciência pesada, que acompanha os grandes culpados desse êxodo maior do que todos os anteriores êxodos registrados nos anais da História.

Enquanto isto, pessoas bem-vestidas, morando em prédios de luxo ou com grande conforto, se julgam infelizes por uma crise suave por que passa o Brasil. Elas desconhecem o que seja crise, elas não moram no agreste brasileiro, e só conhecem a Ásia e a África como turistas! Elas são incapazes de botar a mão no bolso para ajudar os refugiados, mas, certamente, investiriam milhões em ações de uma empresa bélica que oferecesse a possibilidade de lucro, por conta de um contrato fechado com países em guerra.

 As consciências pesadas esbravejam contra o mundo, numa ridícula projeção do que pensam e sentem diante de suas próprias imagens no espelho. Campanha da Fraternidade, Criança-Esperança e outras campanhas semelhantes são somente disfarces para as consciências dos que não estão nem aí para quem sofre com a miséria provocada para que se promova a riqueza de poucos. 

O ar está poluído, as águas estão poluídas e as terras estão poluídas, porque as mentes estão poluídas. O resto não passa do efeito do que pensamos e sentimos. A natureza não pode se recuperar enquanto povos de mentes poluídas alimentarem a egrégora da Terra.