domingo, 3 de janeiro de 2010
Economia x Ecologia - o jogo do futuro
PRIMEIRO TEMPO : o domínio do número 8
A Alma do Mundo padece com a miséria e as injustiças da sociedade moderna.
Nem mesmo os ricos estão a salvo dos sofrimentos de viverem num planeta que está sendo tomado pela pobreza humana e pela degradação ambiental, e pelas quais são eles os grandes responsáveis, direta ou indiretamente, por conivência ou omissão.
Os pobres sofrem, por carência material ou por ignorância sócio-cultural, mas os ricos não são menos sofredores, ainda que muitos não pensem assim.
O universo não admite separatividade e, quando isso acontece, passam a ser ativadas energias e movimentos sistêmicos que procuram reequilibrar as forças vitais. A vida é o único sentido que faz movimentar esse infinito universo. Organismos vivos e sistemas vivos são as únicas abordagens plausíveis, quando tratamos da preservação da espécie humana. E essas abordagens não poderão jamais excluir os paradigmas ecológicos, de onde são extraídas as energias vitais.
Qualquer atividade humana que possa ferir a natureza humana e a natureza ambiental será vista como uma doença ameaçadora ao organismo da humanidade, e será combatida de todas as formas, até ser aniquilada e erradicada do planeta.
Por isso, queira o homem, ou não, a economia terá de aderir às abordagens ecológicas para que o jogo do futuro seja vencido pela humanidade. As atividades econômicas, nas próximas décadas, terão de se adequar aos processos cíclicos da natureza e aos sistemas de valores da cultura dos povos, para os quais sejam aplicadas. E não há outra alternativa, é mudar ou mudar.
Esse conceito sistêmico é comprovado pela ciência quântica que já demonstrou que não existem mundos separados, tudo precisa interagir de modo consistente e harmônico. O nosso planeta tem de interagir com os demais planetas do nosso Sistema Solar, assim como a minha família precisa interagir com as famílias vizinhas. O nosso país tem de interagir com as nações do mundo inteiro de modo equilibrado e harmônico, assim como o homem com as árvores das florestas e com as águas dos rios e mares.
Diz-nos a física quântica que, se este sistema é rompido e fragmentado, ocorrem diversas ações em cadeia, que buscam promover o reequilíbrio das energias afetadas e a reintegração do sistema. E isso será feito a qualquer custo, ainda que custe muitas vidas ou a destruição de muitas regiões do planeta, até que tudo volte ao seu devido lugar.
O jogo duro que o planeta está assistindo vem sendo travado entre a Economia e a Ecologia, e a Economia não tem a mínima chance de sair vencedora, ainda que os seus jogadores e a sua torcida pensem exatamente o inverso. A Ecologia utiliza como tática, métodos invencíveis e que se destacam por valorizarem o trabalho conjunto, em que todos se beneficiam da sua vitória, até mesmo os derrotados.
A Economia, ao contrário da Ecologia, por ser individualista e independente, instiga a luta e a rivalidade insana, através do lema de vitória a qualquer preço. Mas, no início das relações comerciais não era assim, por isso não adianta a desculpa de que não tem jeito de mudar, que não tem como ser diferente.
Até o século XVI, a economia estava relacionada ao bem estar de cada povo. Os mercados eram regidos por trocas de mercadorias, sem envolver o dinheiro. A idéia de lucro não era aceita, e em alguns locais era proibida. E, ninguém se atrevia a falar de cobrança de juros, que era alguma coisa inimaginável.
A base da economia moderna surgiu no século XVII, com Sir William Pety, contemporâneo de Isaac Newton, que se utilizou de conceitos newtonianos para avaliar o volume do dinheiro e a velocidade da sua circulação. O método adotado consistia em substituir palavras e argumentos por números, pesos e medidas.
As leis mecânicas de Newton serviriam de inspiração para outros teóricos, como John Locke, que foi o criador da teoria da oferta e da procura. Esta teoria parte do pressuposto que os participantes do mercado irão gravitar sem nenhum atrito, de um valor máximo a um mínimo, até que se atinja um preço ideal que satisfaça ambas as partes.
Adam Smith aceitou a idéia de Locke, e também adotou a premissa de que produtores e consumidores se encontrariam no mercado, com igual poder e de posse das mesmas informações.
Esse quadro idealista ainda é usado por muitos economistas, desconhecendo que gigantescas empresas internacionais controlam a oferta dos bens de consumo, provocam demandas artificiais com suas campanhas publicitárias e interferem incisivamente nas políticas nacionais dos países onde estabelecem suas filiais.
Essa visão de um capitalismo controlador e manipulador das fontes de riqueza e, ao mesmo tempo usurpador dos maiores lucros, foi o alvo principal da crítica à economia clássica, feita por Karl Marx.
Marx, no entanto, não conseguiu evitar que a elite intelectual do seu tempo seguisse o mesmo caminho, valorizando as virtudes de uma industrialização moderna e mecanizada, em detrimento da vida rural.
Deve-se, porém, a Marx, uma visão pioneira da consciência ecológica que só viria a ganhar força quase um século mais tarde. Numa passagem de "O capital", Marx afirma que todo progresso na agricultura capitalista está comprometido com a arte de roubar, não só do trabalhador, mas também do solo de onde se extrai a produção. Mas, na prática, as sociedades socialistas foram tão agressoras e poluidoras, quanto os países capitalistas, o que, atualmente, veio a se agravar com o progresso industrial da China.
A realidade é que, através dos tempos, as sociedades não vacilavam em derrubar florestas, poluir rios e despejar fumaça no ar, em seus processos de crescimento econômico. As teorias têm mudado, mas as práticas continuam as mesmas, prejudiciais à preservação ambiental e ao futuro da humanidade.
Com o advento da Grande Depressão de 1929, surge uma nova visão econômica, concebida por John Maynard Keynes, que passou a levar em conta diversas variáveis econômicas, até então desprezadas, como a renda nacional, a taxa de emprego e o volume de moeda circulante.
Keynes propôs o controle do dinheiro em circulação, das taxas de juros, do aumento ou redução dos impostos e outras medidas a serem adotadas, conforme a situação econômica do país.
Essa nova abordagem de Keynes, ainda que não fosse a sua intenção, acabou colocando nas mãos dos governos e das empresas, as decisões de interferir nas relações de oferta e procura, deixando os consumidores como autênticas cobaias nas mãos dos cientistas econômicos e dos economistas das grandes empresas multinacionais.
O modelo proposto por Keynes peca por não levar em conta certos fatores que pressionam os resultados dos índices econômicos, como o poder de interferência das grandes empresas, as condições políticas por que passa uma nação e, principalmente para os dias de hoje, os custos sociais e ambientais decorrentes das atividades econômicas. O efeito maior e mais assustador de tudo isso veio a se tornar a inflação.
O conceito acadêmico de inflação é que se trata de uma excessiva quantidade de moeda circulante, superior ao lastro em ouro, que garantiria o seu resgate por parte do Estado. Mas, há muito que essa definição está considerada como ultrapassada , devido à enorme complexidade dos fatores que interferem nos índices inflacionários, dentre os quais as variáveis sociais, psicológicas e ecológicas que, por não serem levadas em conta pelos economistas, têm causado e poderão causar estragos ainda maiores, para controlar o processo inflacionário diante do utópico conceito de desenvolvimento sem inflação e sem desemprego.
Mas disso trataremos no Segundo Tempo desse jogo entre a Economia e a Ecologia, que ficará para uma próxima postagem.
Até aqui, as ações características do número 8 têm prevalecido, com o descontrole absoluto do sentido de progresso, provocando movimentos de desmedidas ambições, de ganâncias de lucros absurdos e de expansão de crescimento contínuo e ilimitado.
O efeito de tudo isso tem-se refletido na qualidade de vida e na degradação ambiental do planeta com sérias possíveis consequências para as gerações futuras.
A salvação do futuro da humanidade está na dependência da reação do número 7, no Segundo Tempo desse jogo, que até o momento está sendo dominado pelo número 8.
FIM DO PRIMEIRO TEMPO.
Nota do autor : Os dados e muitas das informações utilizados neste texto foram extraídos do livro Sabedoria Incomum, de Fritjof Capra, e fazem parte da sua entrevista com a escritora e estudiosa da economia internacional Hazel Henderson.
O Capitalismo tão ganancioso que só visou as causas e não as consequências futuras isto prova que este mesmo modelo foi idealizado por intelectuais e não sábios , inconsequentes que só visualizaram suas épocas em busca de dinheiro.Alimentado suas próprias ganâncias, "inteligentes" entre aspas inteligentes para os oportunistas da época e burros para os verdadeiros sábios , burros pois idealizaram algo defeituoso em que a data de validade está a beira do vencimento e o pior é que as pessoas consomem este mesmo alimento vencido sem nem visar as consequências mais as vivenciado sem nem se dá conta de que comeu algo estragado(vencido), só sofrendo e lamentado , como fala na bíblia: "os justos pagam pelos pecadores." e quem são esses pecadores !? quais são esses pecados !? eles só podem serem muito ruins para ainda prevalecerem suas consequências.
ResponderExcluirAbraços . .
JFabricio. .
Está começando a refletir e tirar suas próprias conclusões. Precisa aprender a fazer o mesmo com os temas espirituais, com os mistérios que não são visíveis pelos olhos físicos.
ResponderExcluirAssim como tem a sua opinião sobre o mundo que vê, precisa ter também sobre o mundo oculto.
Estudo, reflexão e meditação sobre os temas que não estão visíveis, mas que são mais sérios e importantes do que tudo que a gente vê.
Pense sempre nisto, José Fabrício.
Um abraço.
Gilberto.
Mestre , e como faço para manifestar minhas opniões em relação a espiritualidade acho que tenho de ler os livros nér , ainda não começei a ler , mas acho que nesta ou na proxima semana , eu pesquiso esses livros , mestre em quanto a minha missão eu ainda não sei o que fazer só sei que sou um "9" e a caracteristicas destes são consequências de serem seres humanitarios que se preucupam com a propia humanidade , bom por enquanto só é isto que sei , agora se a missão estiver relacionada a quase tudo em nossas escolhas tanto profissionais como pessoais , o que eu irei ou vou ser em quanto a profissão !? Sonho muito em seguir uma carreira mais ainda me encontro no cume de minha indecisão.Abraços..JF(1ª dia de um novo ciclo[amadurecimento pessoal])
ResponderExcluirEstá na hora de fazer o curso, e parar de só perguntar. Estou enviando-lhe um novo convite por email.
ResponderExcluirAguardo o seu retorno, Fabrício.
Um abraço.
Gilberto.