Meus distintos leitores, eis-me aqui às voltas com novos questionamentos. Eu sei que pode tornar-se cansativo, seguir-me nessas minhas divagações, mas o que posso fazer se volta e meia vejo-me diante comportamentos humanos difíceis de aceitar sem questionar.
Tenta entender as minhas razões, e dize-me se não tenho lá os meus motivos para divagar ou, mais ainda, para rogar por coerência entre os que buscam manifestar sua fé. A Igreja Católica, numa determinada época, lançou campanha a favor do ecumenismo, e se outras o fizeram também, confesso-vos, atentos leitores, não me pareceram tão enfáticas quanto à dos católicos.
A pergunta que alguns podem estar fazendo é “o que é o ecumenismo?”
O termo tem a sua origem na palavra grega “oikos”, que quer dizer “toda a terra habitada”. No sentido religioso, o termo passou a expressar o desejo em favor da união das igrejas cristãs. E num sentido mais amplo, de todas as religiões.
A verdade, amigos leitores, é que diversos movimentos vêm sendo desenvolvidos nesse sentido, com alguns resultados positivos, mas nada que nos permita sonhar com essa união entre diferentes crenças.
As criaturas humanas não têm facilidade para conciliar suas crenças, e menos ainda quando o assunto é religioso. Muitas de nossas guerras históricas tiveram suas origens em rivalidades religiosas, e ainda hoje, luta-se em diversas partes do mundo por conflitos de fé.
As autoridades eclesiásticas bem que se esforçam a dar exemplos ecumênicos, mas na prática a teoria não tem funcionado a contento. As próprias religiões que, vez por outra, se reúnem para buscar um diálogo pacífico e conciliador, possuem programas de catequese que, senão contrariam esses ideais, pelo menos em nada contribuem a seu favor.
Pensa comigo, meu religioso leitor, e me responde se és capaz de ouvir calado à crítica por tua Igreja adorar santos. E dize-me se o crítico, diante da tua explicação que não se trata de adoração, mas respeito e admiração, se ele aceita de bom agrado os teus argumentos.
Acompanha o meu raciocínio, e me diz se tu perdes a oportunidade de converter um crente de uma outra Igreja, convencendo-o que a tua é melhor. Não é isto que as Igrejas chamam de catequese? Converter para a sua crença? Eu sei que existem outras formas de catequese, mas essas são de foro íntimo da comunidade catequista. E a essas, eu respeito e apoio.
Lembro-me, quando ainda participava de movimentos pastorais na minha Igreja, de ter ouvido de coordenadores e dirigentes, da importância do ecumenismo para arregimentar novos seguidores para a nossa Igreja, num exaustivo trabalho de catequese. Isto é absolutamente incoerente e incompatível com a postura espiritual que seria de se esperar de um religioso.
Se o ecumenismo visa respeitar as crenças alheias, não deve caber, entre as tarefas de um religioso, dedicar-se a catequizar os seguidores de outras religiões. As religiões, porém, incentivam os seus fiéis a fazer a catequese, atraindo os religiosos de outras crenças para as suas Igrejas.
Dessa forma, não há ecumenismo que agüente! Que união pode ser feita, se o risco de uma traição é constante, bastando aparecer uma oportunidade? O que acontece com as religiões também ocorre sempre que duas posições antagônicas se enfrentam. O respeito mútuo acaba por desaparecer, quando os interesses em jogo expõem as posturas radicais que costumam prevalecer nessas situações.
Na escola, aprende-se que os jesuítas vieram para o Brasil catequizar os índios. Mas, quem disse que os índios não acreditavam em Deus? Eles possuíam suas crenças e suas religiões, mas como eram diferentes das do homem branco, entendeu-se que era preciso catequizá-los, para que suas almas se salvassem. Que coisa feia, julgar os outros inferiores, só porque são diferentes!
Pobres daqueles que nascem num dia 7, estão tão distantes dos atuais padrões que todos querem modificá-los, enquadrá-los nos padrões vigentes. Isto é o mesmo que tentar catequizá-los.
Acompanha-me, caro leitor, tu que já estás mais íntimo da minha numerologia. Eu vivo a repetir que não existem comportamentos padrões, que não se pode transformar a criatura humana em produto industrializado, fabricado em linha de montagem.
Cada um de nós tem a sua vocação própria, e mais do que isso, tem uma missão individual que não tem nada a ver com o que a sociedade considere o sonho ideal de consumo. Se o que predomina na minha missão é um número 1, realmente eu deverei agir como um líder, e me preparar para ocupar posições de liderança. Mas, se é o número 2 que se impõe a minha tendência será preferir atuar na retaguarda, buscando a proteção do líder.
Não é correto catequizar o número 2 e fazê-lo acreditar que é um número 1. Por favor, cada um tem o seu caminho a percorrer, e precisa ser respeitado, mesmo que não estejamos de acordo com as suas escolhas, crenças ou opções.
Sejamos ecumênicos, meus pacíficos leitores, nada de catequeses, nada de tentar seduzir para as nossas crenças, quem está satisfeito com as suas.
A minha crença precisa estar coerente com a minha missão nesta vida, para que eu possa cumpri-la e minha alma evoluir espiritualmente. Mesmo que tu, meu devoto leitor, julgues que o meu destino será o inferno.
Ainda bem que Deus não pensa como tu!
Religiões à parte, de fato a tendência de todos nós é acharmos que nós é que estamos certos e que os outros estão errados.
ResponderExcluirQue tudo o que acreditamos é no que os outros devem acreditar. Na realidade não estamos mais do que a falar de prespectiva. Cada um defende a sua prespectiva com unhas e dentes!
Mas defender é uma coisa, tentar incentivar é outra, mas OBRIGAR!!!
Embora eu não seja contra nenhuma religião, não compreendo muito bem a postura das Testemunhas de Jeová, por exemplo. Aqueles que batem na nossa porta e mesmo que a gente diga, não obrigada, ou, agora não me dá jeito desculpe,... Eles sempre insistem sem cessar.
Houve um dia, há muitos anos atrás, que uma senhora dessa religião, bateu na porta de casa dos meus pais, na altura eu estáva limpando a casa. Desculpei-me com a limpeza é claro, mas a senhora logo respondeu prontamente, quer que eu a ajude a limpar a casa? Assim já terá tempo para me ouvir!
Quase que fiquei sem argumentos, mas não cedi, até porque é perigoso deixar entrar pessoas desconhecidas na nossa casa, não é verdade!?
Bom, mas o que não tolero é a imposição. Defendo que cada um deve de acreditar no que quiser, e não impor aos outros NADA.
Abraço Mestre,
quando tiver um tempinho já pode conferir minha participação na Teia de FEV. Postei hoje.
Rute
Minha querida, Rute:
ResponderExcluirOs fiéis e fanáticos seguidores das Testemunhas de Jeová não são fáceis de serem convencidos da nossa crença, e do direito que temos de tê-la.
Um dia, eu também me deparei com um desses mui fervorosos defensores da sua fé, que às tantas, quando já estava perdendo a minha paciência, e decidi sair com uma observação diplomática, porém sincera, de que todas as religiões "salvam", fui surpreendido por ele que me disse convicto que só as Testemunhas de Jeová serão salvas.
Aí, foi a gota d'água, passei a questionar essa graça exclusiva, de onde vinha, por que vinha, até que cansei, por perceber que ele estava programado, robotizado.
Existem certas pessoas, talvez mais do que as próprias religiões, que precisam sentir-se assim, como as que estão na única canoa que não está furada. O resto vai naufragar, só elas chegarão ao porto seguro.
Em tais casos, nem ecumenismo, nem catequese.
Vou visitar sua postagem daqui a pouco. A última aula também já está postada.
Um abraço.
Gilberto.
É mesmo! Parece lavagem cerebral, robots da fé, todos com a mesma programação.
ResponderExcluirÉ muito dificil eu ser maleducada com alguém mas tolerância tem limites. Os nossos limites terminam onde o dos outros começa, e vice-versa. Ninguém se deve sobrepôr a ninguém, nem nenhuma religião se deve sobrepôr a outra.
Incrivel como todas as religiões defendem a mesma divindade espiritual mas depois estragam tudo com fanatismos e monopolismos.
Não interessa que força nos move, só interessa fazer o bem, promover o equilibrio na sociedade. Por isso não sou contra, nem a favor de religião alguma, só não me pressionem! Poderei acompanhar todos os crentes, trabalhar lado a lado com eles se o objectivo for o mesmo, mas converter-me a mais uma amarra ao plano fisico?! Jamais!
Precisamos é de dependências de MENOS, em vez de imposições de mais. Sufoco com tanta prisão e robótica!
Abraço espiritual,
(já respondi ao seu comentário e já vi a nova aula)
Rute
A verdade, minha cara Rute, a qual aprendi com os ensinamentos que me chegaram através da iniciação espiritual, é que só quem for livre para julgar e decidir poderá enxergar o poder divino em si.
ResponderExcluirEnquanto não se tem essa consciência, hão de ser sempre as imposições restritivas das religiões, o medo do castigo pelos pecados e as ameaças de punições pelo descumprimento das humanas leis de Deus, os motivos devocionais que alimentarão a fé.
A liberdade para acreditar ou não, interpretar ou não, aceitar ou não, é que comprovará ser a fé o fruto de uma convicção interior, jamais de imposição ameaçadora.
Deus será, só então, compartilhado por todas as crenças, sem restrições ou privilégios.
A partir de então, e somente desse momento em diante, o amor a Deus poderá ser comprovado de fato, mediante a erradicação da intolerância religiosa e a aceitação de todos como irmãos.
Isto não está tão próximo como seria o ideal, mas não tão distante quanto parece.
Abraços.
Gilberto.
Olá irmão,
ResponderExcluirExcelente tema abordado.
Eu fui criada na religião católica(batizada, fiz primeira comunhão, etc...), mas nunca me senti realmente "encaixada" nela, faltava alguma coisa e eu não achava que era só aquilo.
Depois com 15 anos quando minha mãe faleceu (suicídio), conheci por minha conta o Espiritismo, e confesso que sou muito grata á ele, pois comecei a ter uma percepção maior da espiritualidade.
Com o tempo fui lendo muito, pesquisando e aprendendo por minha conta a discernir diferentes pontos de vistas, e já não conseguia me encontrar mais no Espiritismo.
Também contei muito com a ajuda do meu marido, que é uma pessoa de muita consciência e tem o "dom do discernimento", me auxiliando e ajudando no meu processo de amadurecimento espiritual.
Hoje posso lhe dizer que não me encaixo em nenhuma religião, pois descobri que o Poder está em mim, e acredito muito nas Leis do Universo.
Não recrimino ninguém que siga alguma religião, muito pelo contrário, acredito que diante das Energias que estamos enfrentando, quanto mais se fale de Deus e seu Poder é sempre positivo(quando não parte para o fanatismo, que só gera guerra e dor...).
Mas, quando tentam me "empurrar" para alguma religião, a minha certeza e minha consciência do que sou e o que quero, já desarma as pessoas.
Aproveitando o comentário da nossa irmã Rute à respeito dos Testemunhas de Jeová, vou contar uma coisa que aconteceu:
Um domingo de manhã bateram no meu portão e já falei para o meu marido nem sair na porta porque era "testemunha de Jeová", mas não adiantou ele foi.
Passaram 20 minutos, 40 minutos e quando deu 1 hora, eu não acreditei.
Pensei em inventar alguma coisa para livrar ele deles.
Quando cheguei no portão, não acreditei!
Ele estava com a bíblia da senhora na mão e estava falando com ela, e ela toda atenta ouvindo ele....
Quando despediram, a senhora agradeceu muito pelas palavras dele, que ela tinha acabado de ter uma grande lição na vida dela.
Entramos em casa, eu brinquei com ele que não acreditava que ele estava até desconvertendo uma "testemunha de Jeová".
E ele me respondeu que não fez nada, ela que chegou falando se ele sabia o que queria dizer tal versículo da bíblia, e que ele esperou ela dizer tudo, depois ele que deu a versão dele.
Ela ficou toda maravilhada com o que enxergou neste versículo, ela teve uma "revelação", então o mérito era todo dela.
Agora olha só Gilberto, quem deveria falar, no fim escutou...nunca me esqueço disto...rsrrsrs
Por isto eu falo, devemos ser o que realmente somos, seguir o que diz nossa Essência... este é o caminho.
Somos espíritos livres e cabe á cada um esperar seu tempo de "despertar".
Muita Luz e Paz em seu coração!!!
Lú
Ótimo testemunho, Lú!
ResponderExcluirO fato que aconteceu com seu marido só veio a comprovar que, neste mundo, sempre haverá lugar para todos, desde que se saiba a hora certa de falar e de ouvir. No entanto, o mais importante é saber respeitar a opinião alheia, entendendo que existem inúmeras verdades, e que não somos os donos de uma verdade absoluta.
Acredito que a lição dada por seu marido ajudou não somente aquela senhora, mas também a muitos outros com quem, ao longo da vida, ela virá a conversar a respeito de fé e religião.
Todas as nossas ações têm repercussão, boas ou más, cabe a nós escolher de que forma desejamos ser lembrados, quando daqui partirmos.
Abraços, minha amiga, extensivos ao seu marido.
Gilberto.
Olá, Gilberto
ResponderExcluirInteresante seu post!!!
Fico também com a segunda opção de catequese (a que merece respeito)...
Estou oferecendo um Retiro Espiritual até Terça... é tempo de reflexão!!! Por essa razão, publicarei a Teia no dia 9 no IDADE e, no mesmo dia 7, no POESIA...
Abraços fraternos e sejam muito feliz e abençoado!!!
Agradeço a oferta do retiro, Orvalho.
ResponderExcluirMas, pensando bem, morando onde moro e envolvido nas minhas lidas espirituais, eu acho que já vivo o ano inteiro num perfeito retiro espiritual.
A Teia ficará aguardando as suas postagens, e nem importa quando, pois o que conta mesmo é esta sua consciência ecológica de dedicar um dia no mês para abordar um tema voltado para a preservação ambiental.
Bom retiro, minha amiga.
Gilberto.