TEIA AMBIENTAL - O XEQUE-MATE DA TORRE
Rede de Conspiradores Preservacionistas
Meus progressistas leitores:
Cuidado, muito cuidado, com as torres! No tabuleiro da vida, uma torre poderá dar um xeque-mate na vida do cidadão. E pior do que ter de derrubar o rei e perder o jogo, o jogador pode perder a própria vida.
As torres em questão são essas armações de ferro que estão sendo montadas nos locais mais inconvenientes que se possa imaginar, com a intenção de reproduzir os sinais de telefonia móvel.
A notícia chega do estado de Pernambuco, onde no município de Pedra, a empresa operadora Claro foi obrigada a paralisar a construção de uma dessas torres, por possíveis riscos à população, em função da emissão de ondas radioativas, que são geradas por essas bases de retransmissão de sinais de telefones celulares, ou telemóveis, como são conhecidos em Portugal.
A ação proposta pelo Ministério Público de Pernambuco atendeu aos reclamos da população que se manifestou contrária à instalação do equipamento no local escolhido. Louvável a atitude da Promotoria Pública e, mais ainda, a corajosa iniciativa da população de Pedra, que demonstrou uma rara consciência do perigo que representa para a espécie humana, a exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos.
Os riscos argüidos pelo Ministério Público já há muito são alertados aos governantes por instituições ambientais, que têm protestado contra a instalação de redes de alta voltagem de energia elétrica por sobre áreas residenciais. Agora, com a expansão da telefonia móvel, essas torres estão sendo construídas em locais de alto risco, sem que população ou governantes se dêem conta do perigo que elas representam.
O promotor ressaltou que a ação não tem como finalidade impedir a expansão dos serviços de telefonia, mas garantir o fiel cumprimento da lei, no zelo à saúde do cidadão. O juiz acatou a denúncia por considerar que “há presença de elemento que pode trazer prejuízo irreparável à população”. A empresa terá que comprovar que a torre não está sendo construída em área crítica, que delimita a distância em menos de 50 metros de hospitais, clínicas, escolas, creches ou asilos.
A realidade, meus atentos leitores, é que o perigo não existe somente para essas entidades que estejam localizadas em áreas críticas, mas para qualquer construção, residencial ou empresarial, que exponha seres humanos a esses campos elétricos. E quantas torres de transmissão de energia de alta voltagem passam por sobre os telhados das casas de populações mais humildes! Quantos estão expostos a toda sorte de doenças! E quantos já contraíram essas doenças sem se dar conta!
Sabe-se de casos em que os efeitos nocivos das radiações emitidas por essas torres provocaram problemas cancerígenos. Como essas radiações eram geradas por torres de eletricidade, e não de telefonia móvel, as empresas de telefonia se aproveitam da falta de uma comprovação mais direta e conclusiva. Os efeitos são semelhantes, e a comprovação será uma questão de tempo, quando os problemas já terão provocado muitos danos à saúde das populações.
A irresponsabilidade de empresas e governantes tem provocado inúmeros e irreversíveis desastres ambientais. A ganância por lucros faz com que empresários se tornem criminosos, com a desculpa que é preciso privilegiar o progresso. Os governantes têm sido cúmplices desses crimes, no momento em que autorizam atividades perigosas, próximas a centros residenciais.
O recente desastre da usina japonesa de Fukushima, já comentado aqui na Teia, é um dos mais recentes exemplos da irresponsabilidade de governantes que foram eleitos para proteger e defender os seus governados. Depois do desastre ocorrido, todos são bonzinhos, se sentem penalizados com as desgraças, falam de fatalidade e, com os rostos consternados, apresentam sua solidariedade à família dos mortos. Isto é pouco, muito pouco!
As populações esperam que seus governantes lhes dêem progresso sim, mas com segurança. O cidadão não pode investigar o padrão de segurança de um projeto, seja ele nuclear, hidroelétrico ou de telefonia, mas espera que o seu governante seja capaz de fazê-lo.
Imagine o meu caro leitor, se cada um de nós tivesse que planejar a sua vida, em função da segurança dos recursos que são colocados à nossa disposição para que nos movimentemos de um lado para outro, nos alimentemos, cuidemos da saúde e nos sintamos seguros onde moramos! Para isto, são eleitos os governantes, numa escala maior, e criados os órgãos de fiscalização, numa escala mais técnica e mais especializada.
A vida virou um jogo, meus amigos leitores, no qual não pedimos para entrar, e do qual não somos autorizados a sair. Tudo representa risco, nada existe que nos dê a segurança de uma efetiva proteção. Por isto, fiquem atentos, diante da tecnologia moderna. O moderno é bom, o conforto, aprazível, mas sem que se exponha a própria vida no final do jogo.
Uma torre pode dar um xeque-mate e surpreender o enxadrista, mas torres que acabam com os peões, e preservam os reis, essas são perigosas demais, por ameaçar quem não quer entrar no jogo. Pensem nisso, meus cautelosos leitores, e se mantenham ligados como os habitantes de Pedra, que não se deixaram iludir e acionaram o Ministério Público.
Comunicar-se é bom, mas sem afetar a saúde. Energia elétrica em casa é confortável, mas sem ondas contaminando o nosso corpo. Progresso é ótimo, mas sem exageros, por favor!
Olá, Gilberto
ResponderExcluirMesmo não entendendo do jogo de xadrez... fiquei ciente da sua mensagem e creio que o xeque mate está aí à nossa vista...
Abraços ecológicos
É isso mesmo, Orvalho!
ResponderExcluirA gente não precisa entender as regras do xadrez para perceber que estão ameaçando o nosso rei.
Nós somos os peões que defendem o rei, parecemos menos do que somos, mas unidos somos mais fortes do que pensam.
Um abraço ecológico.
Gilberto.
Meu Mestre!
ResponderExcluirBravo para a sua lembrança e criatividade em falar da poluição eletromagnética apresentada como um jogo de xadrez.
Este mês estou verdadeiramente admirada com os temas em participação. Excelentes!
Também me preocupa por demais a poluição eletromagnética das telecomunicações. Que o digam as abelhas que desorientadas adoecem sistemáticamente. Esta, poderá ser no futuro, uma espécie em vias de extinção, fruto das frequências que povoam o ambiente.
Aqui no prédio onde moro, uma operadora de telemóveis já tentou colocar uma antena de emissão de sinal no telhado. O engodo era um valor de aluguer mensal do espaço que daria para pagar todos os consumos de manutenção do prédio. Mas felizmente, o vizinho do 5ºandar (último piso) foi contra o negócio pois o senhor tem um pacemaker no coração e temeu que as frequências fossem prejudiciais.
Mas ainda hoje as pessoas do prédio reclamam dessa decisão pois não colocaram aqui neste prédio, mas colocaram no prédio ao lado. Que segundo "eles", ficaram a ganhar :)
Muito bom seu tema. Muito bom mesmo (como sempre).
Abraços vibrantes mas não poluentes apesar de eletromagnéticos.
Rute
Caro Gilberto
ResponderExcluirO preço que se paga pela tecnologia avançada.
Avançada sim, avança além, invade nosso corpo e o destrói.
Muitos não enxergam assim, pois o dinheiro fala mais alto que a saúde.
Faço algumas inspeções em residências e é assustador o nível de contaminação por conta das torres de transmissão.
Assim como no tarot temos a carta 16 que é a Torre, que indica que devemos criar uma nova estrutura para não haver mais queda, essas altas tecnologias deviam sim, trazer todo o conforto, mas não de detrimento da saúde dos seres humano e animal.
Sua postagem é perfeita.
Gratidão
Alzira
Moro relativamente perto de uma rua chamada Avenida das Torres...
ResponderExcluirÉ preocupante!
Você está sempre antenado com a questão ambiental.
Um abraço e bom final de semana.
Gilberto irmão,
ResponderExcluirVocê tocou num assunto que sempre me preocupou.
E muitas pessoas por falta de informação não compreendem, até porque é algo que elas não estão vendo, mas que nosso corpo sente Muuuuito!
Informação é Tudo....e sua postagem foi de suma importância.
Quantos mais pessoas se conscientizarem a respeito do prejuízo que estas torres causam ao nosso organismo, mais ações positivas e coletivas como dos cidadãos de Pedra teremos.
Parabéns irmão!
Muita Luz e Paz em seu coração!!!
Lú
Grato por seus elogios, Rute, que sempre me sensiblizam bastante, por conhecer o seu grau de consciência diante das questões ambientais.
ResponderExcluirO que ocorreu no seu prédio é o mesmo que vem ocorrendo no mundo inteiro, transformando o cidadão que se opõe às insanidades do mundo moderno num vilão e inimigo público nº1.
Convido-a a ler o que comenta a Zizi sobre as inspeções em residências próximas às torres de transmissão, que apresentam um nível assustador de contaminação.
A irresponsabilidade das empresas e a inércia do poder público estão colocando a vida de inocentes num alto nível de risco.
A minha sugestão é que se recorra ao Ministério Público, como fizeram os moradores da cidade de Pedra. Como já lhe contei, aqui em S. Lourenço,
quando sentimos a ameaça de perder a qualidade curativa de nossas águas minerais, fizemos uma denúncia à Promotoria do Meio-Ambiente, e fomos vitoriosos na Ação contra uma grande empresa multinacional.
A Teia é um forum de denúncias e informações, e é prazeroso perceber como essas nossas trocas de mensagens têm ajudado a abrir nossos olhos.
Vamos continuar assim.
Abraços ecológicos.
Gilberto.
Grato por seu depoimento, Zizi.
ResponderExcluirÉ sempre bom obter testemunhos para nossas denúncias ambientais, principalmente quando a ignorância humana vira as costas para a realidade, e se faz de cega diante de tantas ameças à saúde.
Como reagiriam os habitantes de Fukushima, há um ou dois anos, se alguém comentasse sobre o perigo de morar próximos da Usina Nuclear?
Na certa, diriam que o Governo sabe o que faz, e que não havia o que temer.
E agora, o que será que têm a dizer?
A Teia presta esse serviço de inestimável valor.
Vamos prosseguir trocando informações que assim a trama se fortalece e os fios ganham bem mais consistência.
Abraços ecologicos.
Gilberto.
E acho bom todos andarem antenados também, Gina.
ResponderExcluirEu conheço a Avenida das Torres, e é caso de se preocupar mesmo.
Não cruze os braços, comente com seus vizinhos o que aconteceu em Pernambuco, e peçam imediata medição do grau de contaminação da área. Havendo recusa, entrem com um recurso junto ao Promotor do Meio-Ambiente.
E não se preocupem com o que vão fazer com as torres, se elas forem condenadas. A Avenida teria de mudar de nome e as torres, de endereço.
Não cabe ao cidadão encontrar a solução para uma situação difícil de contornar. Isto é para quem autorizou a construção das torres ou para quem permitiu que se construíssem residências próximas às torres.
A Teia tem opinião para tudo, pois, em questões ambientais, calar-se pode provocar desastrosos e irreversíveis fatos consumados.
Abraços ecológicos.
Gilberto.
Grato, minha irmã Lú!
ResponderExcluirEstamos juntos nesta jornada ambiental, e cada um de nós deve denunciar ou divulgar denúncias em nome da qualidade de vida do nosso povo.
Tem gente que reclama do Governo mais emprego ou um teto pra morar, mas aceita viver debaixo de torres e se dá por feliz por ter sua casa própria.
Cabe a nós da Teia alertar essa gente do perigo que estão correndo.
Um abraço ecológico.
Gilberto.