Estou de volta, meus caros leitores, depois da ausência de cerca de um mês. Muitos hão de julgar que tirei umas férias para descanso, mas, em verdade, carregava pedras na construção do curso via internet, que estarei ministrando até o final de agosto. E retorno com um tema, senão polêmico, ao menos instigante para quem se dedica ao estudo das religiões ou que, simplesmente, se interessa por temas relativos à espiritualidade. As pessoas que ouvem falar de karmas costumam ter uma noção errada do verdadeiro sentido que esse termo representa, dentro da doutrina secreta. A grande maioria relaciona a palavra com o espiritismo, o que não sendo um engano, nem sempre corresponde a uma verdade absoluta. A idéia da existência dos karmas data de milênios atrás, enquanto o conceito empregado no espiritismo porAlan Kardec ocorreu no século XIX, e se tornou uma espécie de embalagem para consumo da doutrina espírita. Pitágoras, há mais de 600 anos antes de Cristo, já ensinava aos seus discípulos que as almas estão em permanente processo de evolução, reencarnando por inúmeras vezes, em busca de expandir seus níveis de consciência. Mas, com a ascensão do materialismo, inserido em diversos movimentos através dos tempos, e culminando com a expansão da cultura ateísta no século XX, imaginar vida após a morte e reencarnação tornou-se motivo de piadas e, pior ainda, de acusação de loucura. Muitos dos meus seguidores me perguntam como lidar com os karmas, como eliminá-los ou combatê-los. A todos eles, respondo sempre com a mesma retórica, de que os karmas são fatos consumados, que não podem ser apagados, nem perdoados. Eles são causas que provocaram efeitos, são resultados de fatos já ocorridos, são os bons ou maus frutos, que um dia foram semeados e que agora serão colhidos. As religiões costumam incutir na mente dos seus seguidores que basta pedir perdão ou confessar seus pecados que a absolvição é imediata. Ledo engano, que só procura iludir os devotos de que não passarão por provações, se contarem ao líder da sua igreja os pecados cometidos ou pedirem perdão ao seu semelhante ou a Deus. Se a confissão for verdadeira haverá de ajudar bastante a conviver com os karmas, mas não os eliminará. Se mais do que o arrependimento, houver a consciência plena do erro cometido e a decisão de nunca mais repetir o mesmo erro, isso amenizará bastante os efeitos do karma e ajudará na sua superação, mas não o extinguirá antes que todos os reflexos das antigas ações sejam reparados. A pergunta dos leigos é "se Deus é amor e bondade, por que Ele criou uma lei que castiga ?". A resposta começa tendo de corrigir a errônea visão de Deus que as religiões têm promovido, nas suas tentativas de angariar mais devotos para os seus templos. A Divindade precisa ser vista como uma realidade que não está agindo individualmente, nesse plano físico, mas no âmbito coletivo, criando condições permanentes de evolução da raça humana. As Leis foram criadas e postas em ação para governarem a nossa vida no planeta. Elas são justas e sagradas, por serem atos divinos. Por isso, não tem sentido imaginar-se interferências do Criador, para passar a mão na cabeça deste ou daquele, que havendo prejudicado o próximo, traído a confiança dos seus semelhantes ou se aproveitado da ingenuidade de um irmão, se julga isento das conseqüências dos seus atos, por um simples ato de confissão de culpa. Arrepender-se é bom, mas não anula o ato em si. Confessar o erro, é uma forma de mostrar arrependimento, mas não concede anistia a ninguém. A Lei do Karma ou, se preferirem, a Lei de Deus, ensina que aqui se faz, aqui se paga. Deus não mata, nem castiga, apenas ensina os efeitos de uma má ação e qual seja o caminho da iluminação. A aceitação e a superação dos karmas são, por essa razão, as únicas soluções para se lidar com os "pecados". A primeira ação é a causa, as próximas serão os efeitos. Os problemas que estiverem inseridos nas causas terão de ser resolvidos nas consequências. Não há como evitar os karmas, mas há de se aprender a lidar com eles, e aceitá-los como as soluções para todos os nossos problemas espirituais, que se encontrem pendentes, dentro do proceso de evolução de nossas almas. As fórmulas mágicas, que prometem colocar riquezas e poderes ao alcance de todos, são meras ilusões de ingênuos ou de mal intencionados, que buscam, nos seus próprios sonhos ou nas fantasias alheias, oferecer saídas fáceis para as ambições da criatura humana. Em verdade, não há receita de sucesso, nem existe uma fórmula que ofereça as mesmas oportunidades a todos, como imaginam os não-iniciados nas doutrinas secretas. Quem determina as experiências a serem vividas, as dificuldades a serem vencidas e as facilidades a serem bem aproveitadas são as ações de outras vidas, expressas pela presença ou não de karmas em nossas vidas. A missão de cada um determina o estágio em que se encontra a alma, no momento em que voltou a reencarnar. Às vezes, nem existe um karma, mas somente necessidade de novos aprendizados. A presença de karmas, no entanto, denuncia muito mais do que um simples processo de evolução, por revelar que ocorreram sérios desvios na trajetória evolutiva daquela alma. Fiquem atentos que voltarei ao assunto, analisando alguns aspectos kármicos que podem estar atrapalhando a sua vida, provocando uma sensação de permanente frustração ou fracasso, sem que saiba explicar as razões. Mas, isso fica para uma próxima postagem.
sábado, 13 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Bom dia meu mestre!
ResponderExcluirNeste tempo fiquei um pouco de rebolso mas voltei para depater sobre assuntos.
"se Deus é amor e bondade, por que Ele criou uma lei que castiga ?".
Realmente, como Platão disse:
"A alma está em constante evolução,e ao mesmo tempo está se "configurando" ao corpo, fazendo muitas vezes atitudes carnais."
Essas atitudes carnais, pelo meu ponto de vista, é o pecado varias vezes, e o Karma é como se você o castigo de algo que você faz.
Ex:Crianças aprendem o que é certo do errado errando e muitas vezes recebe um castigo de seu pai.
O karma foi criado para ajudar a chegar na perfeição da alma, ao enchergar o divino ou mais.Ela é um "castigo" de nosso "pai" para não fazermos "coisas erradas".
Pelo menos no meu ponto de vista mestre.
E um abraço, realmente estou com saudades desta paz que sinto no seu forum.
Aprendiz,Carlos.
Meu caro e saudoso aprendiz :
ResponderExcluirVenha visitar o Alma Mater sempre que puder, e usufrua desta paz que ele proporciona aos seus visitantes.
Quanto às suas ponderações, muito pouco a acrescentar. Talvez, uma pequena correção, é para que não veja o karma como um castigo semelhante aos dos nossos pais.
Os nossos pais realmente costumam tomar iniciativas para punir os filhos, enquanto Deus permite que seus filhos se descubram em seus erros e, através do seu próprio arrependimento, sofram as dores pelos males cometidos, não somente contra os outros, principalmente contra si mesmos.
O karma é a memória desse erro, da má ação ou do pecado, como muitos costumam chamar. E ninguém é capaz de suportar por muito tempo a lembrança dos males cometidos e os efeitos que esses males provocam em quem os cometeu.
A energia ruim que se usa, ao praticar um mal, retorna contra quem o praticou, e provoca uma série de efeitos negativos, semelhantes aos causados aos outros, provocando muitos sofrimentos psíquicos e físicos.
Deus não está agindo, quem está se auto-punindo é o "pecador".
Volte sempre.
Um abraço.
Gilberto.
Isso mesmo...
ResponderExcluirBem, agora voltar aos estudos!
Heheh!
Mestre, vi que a alguns dias atrás você fez aniversario, então fica aqui meus desejos de felicidades para o senhor.Desculpe a demora, pois esse tempo está dificil mexer no pc...abraço!
Muito agradecido pela lembrança do aniversário pois, mesmo com atraso, sei que os votos de felicidade são sinceros e generosos.
ResponderExcluirBoa sorte nos estudos.
Volte quando puder.
Gilberto.
"Mas, com a ascensão do materialismo, inserido em diversos movimentos através dos tempos, e culminando com a expansão da cultura ateísta no século XX, imaginar vida após a morte e reencarnação tornou-se motivo de piadas e, pior ainda, de acusação de loucura." - Quando Falo aos meus amigos eles zombam de mim , me acham louco e até viro um para aletar-los queria que meus amigos entendessem como eu entendo , mas , sei que vai ser difícil cansei de falar para eles.
ResponderExcluirAbraços..
JF
Procure aceitar as diferenças dos níveis de consciência, Fabrício. Eles não têm a sua visão espiritual, por isto não aceitam.
ResponderExcluirE se eles são mesmo amigos, procure não falar de coisas que eles não entendam, mas de coisas que possam fazê-los entender onde quer chegar.
Evite tocar em assuntos que contrariem a lógica e as crenças deles.
Ensine-os a acreditar em fatos espirituais que se tornem comprováveis. Ninguém aceita o que é imposto, mas o que conclui por si.
Experimente fazer isto com os mais acessíveis, e conte com eles, para ir convencendo os outros.
Um abraço.
Gilberto.