Meus
ecológicos leitores, cá estamos nós reunidos, em mais um dia 7,
quando celebramos o culto à Natureza. E por que dia 7, pergunta o
curioso ou o leigo em ocultismo? E eu respondo que o 7 é um número
relacionado ao amor à natureza e à preservação ambiental.
Dito
isto, tratemos dessa obsessão humana de cortar árvores e acabar com
a vegetação. A poda esconde um desejo oculto de pôr fim às
árvores, enquanto o cimento se coloca entre a terra e a sola do pé,
com diversas desculpas, todas falsas e escondendo um apelo assassino
de matar a vegetação.
Como
se pode podar uma árvore, deixando-a com um tronco vazio e alguns
cotocos, que antes foram galhos verdejantes, repletos de folhas, e
alegar que a poda fortalece a árvore? Quando a desculpa não é o
alegado benefício, prevalece a justificativa da fiação elétrica
ameaçada.
Lembro-me
de um assassinato horrível, testemunhado por mim e por minha esposa,
numa tarde perdida no passado. Funcionários da Prefeitura derrubavam
uma seringueira imensa, a maior que eu já havia visto, e que ficava
no centro da nossa cidade. A justificativa, e sem tentarem desculpas
esfarrapadas, foi que era para construir uma rede de lojas e com
autorização do órgão ambiental.
A
indignação levou-nos a tentar interromper a ação da derrubada da
seringueira, mas fomos confrontados por quem se dizia autorizado em
nome da Prefeitura. Ao percebermos que o serviço já estava bem
adiantado e que, a qualquer momento, a enorme árvore viria abaixo,
achamos melhor cair fora e não nos aborrecermos mais ainda. No
entanto, jamais aceitamos aquele crime ambiental.
A
Natureza tratou de reagir ao seu modo, e naquele local, até hoje, se
encontra uma construção decadente, que jamais proporcionou lucro ao
proprietário. A cidade perdeu uma bela seringueira e o proprietário
teve um enorme prejuízo com o seu investimento.
Outro
caso famoso na cidade, deu-se com uma palmeira imperial, garbosa e
altaneira, na praça principal da cidade. Como é natural, num certo
momento, desprendeu-se uma daquelas folhas típicas das palmeiras,
grandes e pesadas, caindo próxima de transeuntes que se assustaram,
mas seguiram em frente.
Poucos
dias depois, a palmeira foi derrubada, sob a alegação que
representava uma ameaça a quem transitasse pela praça. Lá se foram
anos de vida sadia e majestosa de uma palmeira imperial, cujo crime
foi soltar folhas, como é comum em qualquer palmeira.
Duas
paineiras, pelas mesmas desculpas, foram derrubadas, e das cinco
majestosas árvores, agora, restam três, não se sabe até quando.
Árvores foram retiradas, para abrir estradas ou construir
loteamentos e condomínios. Se houver árvore no caminho, é só
cortar, e ponto final.
As
podas nas árvores das calçadas são drásticas, e quando não
matam, deixam as pobres coitadas tão debilitadas, que levam meses e
até anos para se recuperar. Tudo com um sentido de dever cumprido,
como se as florestas ainda estivessem ameaçando a cidade, como se
acreditava nas primeiras vilas.
Desculpas,
meras desculpas, envolvendo riscos ou segurança, acabam,
diariamente, com a vida de árvores frondosas, que são cruelmente
derrubadas por guerreiros armados de serras, machados ou o que servir
para pôr fim a uma indefesa árvore, cujo crime alegado é ser muito
grande e um dia poder cair na cabeça de alguém.
Eu
fico pensando nessas estúpidas hipóteses, inventadas pelo ser
humano, para justificar suas atrocidades contra as florestas, os
jardins e a vegetação rasteira que cobre o solo. Todas encobrem o
real propósito de exterminar com a natureza, num medo ancestral às
seculares florestas que dominaram a Terra, e desafiaram o homem a
nelas penetrar.
Com
equipamentos pesados e poderosas máquinas de corte, a humanidade vai
decepando as árvores, acabando com as florestas e pondo fogo nas
matas. A vingança é terrível, e serve para saciar a ânsia de
transformar o campo em cidade, o espaço rural, em urbano. É o homem
enfrentando a natureza, e se julgando vencedor, a cada árvore
abatida.
Mal
sabe a humanidade ignorante e amedrontada que, a cada árvore que
cai, é menos tempo de vida que cada um tem para usufruir deste
planeta sagrado. O dia em que as florestas acabarem e não sobrar uma
só espécie de árvore, a humanidade contará seus últimos dias.
Até
hoje, nunca ninguém contou ao homem que, a natureza contra a qual
ele luta, não é uma inimiga, mas a Divindade que criou o mundo. Ela
é a Mãe Natureza dos índios, que sempre foi respeitada e celebrada
em seus cultos e orações.
O
tempo passa e a humanidade não aprende que, o que se faz de mal à
Terra, um dia, se voltará contra os agressores, exterminando com
eles, em incontáveis gerações futuras.
O que acontece à Terra, também acontece aos filhos da Terra. A
Natureza é Deus na Terra.