REPENSANDO
OS PADRÕES VIGENTES
Caros
leitores:
Há
momentos em que nos sentimos derrotados por um sistema de vida, que
nos impõe verdades, nas quais não acreditamos, e que nos deixam a
repensar os padrões a que temos de nos submeter.
Será
justo não acreditar nos valores desses padrões, mas, mesmo assim,
sermos obrigados a segui-los e acatá-los? Quem tem esse poder de
criar e impor padrões?
Esta
questão atravessa os tempos. Em eras antigas, atribuía-se a Deus os
padrões estabelecidos, como se Ele fosse o autor das leis
estabelecidas por reis e líderes religiosos.
Com
o passar do tempo, descartou-se a autoria divina, e o mundo mais
civilizado, segundo os juízes das sociedades, passou a estabelecer
seus padrões, segundo os sábios e anciãos das tribos.
Mais
algum tempo, e a civilização dando saltos de progresso,
questionável, é verdade, mas seguindo os padrões impostos pela
maioria, ou por uma suposta e influente tendência lógica, desprezou
os sábios e mais velhos, substituindo-os pelos mais ricos e
poderosos.
Em
certo momento da história, uns pretensos especialistas, se deram
conta que devíamos adotar a chamada democracia, em que o povo
expressa a sua vontade, mediante o voto e por meio de seus
representantes, os chamados deputados.
Se
julgarmos que, isto tenha acontecido recentemente, estaremos
redondamente enganado. A aclamada e reclamada democracia é antiga,
talvez originária da Atlântida, após a partida dos Deuses.
E,
para a decepção dos que se ufanam em se dizer democratas, como se
isto fosse motivo de orgulho e justiça, o sistema com padrões
democráticos, semelhantes aos adotados nos dias de hoje, foi
abandonado, há milhares de anos, por se ter demonstrado irracional e
inexequível.
O
padrão democrático provocou muita confusão, pois a raça humana
confundia o poder temporário com o privilégio permanente de
manipular esse poder, segundo seus próprios interesses, não se
conformando em, simplesmente, transferir esse direito transitório
para seu substituto, findo o seu mandato.
A
história da política mundial narra essa confusão de poder com as
tintas da leveza e da fantasia, sem relatar a luta nos bastidores da
política, pela perpetuação desse poder.
A
democracia passou a ser considerada um avanço na forma de governar,
em que o poder era transferido de um governante para outro, de acordo
com a vontade popular.
A
conveniência dos poucos que, realmente, exercem o poder, não
deixava transparecer as distorções e os ilícitos cometidos pelos
poderosos que, depois de exercerem o poder, não mais o deixavam
escapar-lhe do controle.
O
sistema não é o responsável pela justiça ou pelo respeito à
vontade popular, por ser apenas uma ferramenta que constrói o padrão
estabelecido pelos homens. E esse padrão segue o poder da força e
dos interesses dos mais poderosos.
Muitos
hão de julgar que, criticando a democracia, estou defendendo a
ditadura, por acreditarem que uma seja o oposto da outra. Engano,
meus leitores, ledo engano, de quem vem sendo doutrinado por um
sistema tendencioso e corrupto, com a cumplicidade de uma mídia
facciosa, que não noticia, mas promove política, através dos
noticiários.
Em
verdade, podemos atribuir o conceito de ditadura, a qualquer forma de
governo, desde o capitalista ao socialista, da república à
monarquia. O diferencial está na consciência e cultura de cada
povo, para aceitar ou rejeitar a prepotência e o autoritarismo.
Haveria
uma forma de governo perfeita, em que o povo teria o direito a
decidir seu futuro, de fato e de direito? Esta é uma pergunta que
atravessa os tempos, sem uma resposta plausível.
A
questão não é o governo, mas o governante. Não somente o
governante, mas o povo que o eleja como seu líder.
As
respostas fáceis não estão disponíveis, quando as perguntas
envolvem interesses e poderes. Quando o povo não pauta suas ações
pela cultura e pela justiça social, as soluções oferecidas pela
democracia não solucionam, só confundem e criam conflitos.
Criam-se
leis, que substituem as existentes, postas de lado com a desculpa de não mais
atenderem à vida moderna, ou, o que é mais verdadeiro, aos interesses das novas elites do
poder.
A
democracia protege muito pouco os direitos conquistados pelo povo,
bastando forjar mentiras e reunir interesses, para se derrubar a
estrutura legal predominante.
A
situação de uma nação, diante da escolha de um sistema ou de um
governante, lembra-me das consultas que recebo, para dar um nome de
sucesso a uma empresa.
Diante
da proximidade do registro da razão social da nova empresa, um dos
sócios me procura e pede que a numerologia indique um nome que
propicie o sucesso nos negócios.
Assim
como, não há sistema de governo perfeito, sob o comando de um
governante imperfeito, o mesmo acontece com o mundo empresarial.
Se
os sócios da empresa em formação apresentam karmas de insucesso,
perdas e fracassos, não haverá razão social que, por si só, evite
prejuízos e sérias dificuldades em seus negócios.
No
caso dos sistemas e dos governantes, existe um fator que tem um peso
relevante, para determinar o êxito de uma nação, o padrão
cultural de quem põe e tira o poder das mãos dos governantes, a
consciência ética e moral do eleitorado.
Se
o povo é inculto, amoral, desonesto e ganancioso, o poder cai nas as
mãos de governantes e deputados que expressam esses defeitos. Se,
num certo momento da história do país, o povo desiludido, diante da
pobreza e das injustiças, se rebela contra o sistema, e elege um
defensor das causas sociais, a reação preconceituosa e maldosa,
logo cria fórmulas que, mais tarde, hão de derrubar o governante
eleito.
Sonhar
com um mundo melhor passa, obrigatoriamente, pelo processo de ofertar
cultura ao povo, para que, autoconsciente e cultivando o
autoconhecimento, esse povo pratique a justiça e o poder coletivo,
em que o regime favoreça o todo, e não a cada um dos que se
beneficiam do poder.
Na
Antiga Grécia, os sábios eram os filósofos, e os governantes os
consultavam, quando tinham de tomar sérias decisões. Se as decisões
iam além da sabedoria humana, a consulta era feita às sacerdotisas
do Templo de Delfos, as pitonisas, que diziam como os reis e
ministros deviam agir.
Os
tempos eram outros, é verdade! A Grécia foi o berço da sabedoria,
na época dos grandes filósofos, que passavam os seus conhecimentos
em plena praça pública.
Pitágoras
criou a Escola Iniciática de Crotona, construída e entregue a ele,
pelos governantes gregos, com a intenção de preparar
administradores, que soubessem reinar com justiça e sabedoria, com
vistas, tanto ao sucesso econômico, como ao progresso espiritual.
Acho,
meus leitores, que está na hora de reverem os seus conceitos, de
confiarem menos nos outros e mais em si mesmos. Desliguem a TV, e
liguem as suas mentes! Leiam livros e não acompanhem novelas!
Preocupem-se mais com os outros, e deixem o egoísmo de lado!
Quando
o mundo for justo e próspero com todos, cada um herdará uma parcela
dessa justiça.
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