quarta-feira, 19 de agosto de 2009
O poder de decisão
As minhas experiências como numerólogo me reservam bons exemplos de como as pessoas têm o mau hábito de transferir responsabilidades.
A triste realidade é que quase ninguém gosta de assumir uma decisão. As pessoas estão cada dia pensando menos, e acham uma perda de tempo ficar meditando sobre algum tema, refletindo sobre o seu futuro ou,simplesmente, tomar para si o controle da sua vida.
Tudo hoje é feito tão às pressas que já não se perde tempo com pesquisas, escolhas ou opções. Ler-se sobre um assunto e discuti-lo com interessados naquele tema, deixou de ser uma prática usual. A internet está aí mesmo para dar respostas, as mais variadas, sem que se tenha de ouvir idéias discordantes em cansativos debates. Antes, dizia-se que a troca de opiniões enriquecia o conhecimento. Agora, acredita-se que é uma perda de tempo, ou como uns mais grosseiros costumam exclamar : "é um saco!".
Antigamente, o jovem procurava um idoso, quase sempre o avô, em busca de conselhos e ficava, horas a fio, ouvindo histórias da vida. Hoje, marca-se consulta com um adivinho, que tanto pode ser um tarólogo, um astrólogo ou um numerólogo, e pergunta-se o que se deve fazer, qual a decisão a ser tomada ou que nome devo dar ao meu filho que irá nascer.
A maioria desses adivinhos, completamente descompromissados com as realidades do mundo espiritual, assume a figura do oráculo infalível, e cobra uma nota por todas as soluções miraculosas que vão nos fazer felizes. Nessa ingênua verdade, acreditam os incautos que pagam por essas fantasias engendradas nas mentes perigosas desses falsos profetas.
Outro dia, recebi um email de uma grávida que me pedia ajuda para escolher o nome da filha que estava para nascer. Ela me dizia que perfil de mulher que ela queria gerar, quais os defeitos que não gostaria de ver na filha e todas as virtudes que seriam muito bem vindas.
Não tive outra saída senão decepcioná-la, e contrariando os meus colegas que cobram, às vezes pequenas fortunas, para dar tais conselhos, eu fui obrigado a dizer-lhe que o processo kármico de morte e renascimento não segue essa racionalidade que ela imaginava.
A cada nova encarnação, a alma vem em busca de experiências que hão de ajudá-la a evoluir, e dentre elas incluem-se alegrias e tristezas, prazeres e sofrimentos, numa escala de valores que não podem ser manipulados, e que variam de acordo com o estágio de evolução de cada alma.
Infelizmente, as pessoas estão muito distantes da realidade da vida, julgando que podem fazer a bobagem que for, que Jesus salva. As religiões incutem nas frágeis mentes desses falsos devotos que Deus é fiel, e que isso é o suficiente, não sendo exigida uma contrapartida de fidelidade, para que cada um possa alcançar os seus ideais na vida.
A confusão é tamanha que procura-se uma bola de cristal para se adivinhar o futuro, e o que for dito pela cigana é considerado um fato consumado. Atualmente, a maior e mais perigosa de todas as ciganas em ação, é a Rede Globo com a sua bola de cristal, que após programar as mentes de milhões de espectadores, desperta-as com um sutil sinal de "plim-plim".
Estamos sendo enganados, e nem nos damos conta disso. Os videntes mal intencionados, os pretensos místicos e os profetas do apocalipse aproveitam a telinha de cristal, mais eficiente do que bolas, cartas, astros e números, para espalharem o pânico e cobrarem por suas magias baratas.
Às vezes, conversando comigo mesmo, me ponho a lastimar pelo mau uso dessas ciências divinatórias, místicas e sagradas, que escondem segredos milenares, e que revelam a quem souber interpretá-los a solução para todas as crises da humanidade.
Mas, as pessoas não querem ter trabalho, não se dispõem a esforços e sacrifícios, querem tudo de bandeja, e não importam se com magias ou milagres. E como esse não é o método divino para a solução dos nossos problemas, as crises se sucedem, as doenças matam e a vida vai se tornando cada vez mais difícil de ser vivida.
O grande psicanalista Carl G. Jung deixou um tratado interminável de estudos sobre a relação entre a mente e a alma, entre a Matéria e o Espírito, mas nem mesmo a medicina tradicional acredita muito naquilo que esse gênio da psicanálise reuniu em suas obras.
As doenças são tratadas, ainda hoje, como se os corpos humanos fossem máquinas, sem o poder de decidir o que lhes cura ou deixa de curar. Sem remédios, vacinas e operações, a medicina moderna não consegue responder às epidemias, às doenças degenerativas ou a um simples espirro, prenunciando um possível resfriado.
Os doutores da alma não são bem vistos pela humanidade. E até posso entender essa desconfiança, pois os que sempre foram assim chamados, padres, pastores e rabinos, dentre outros, vivem envolvidos em escândalos que não têm mais fim.
Os pobres e autênticos doutores da alma, que são os verdadeiros astrólogos, tarólogos e numerólogos, são discriminados pela mídia que é sustentada pelo dinheiro dos religiosos e dos donos das religiões.
As bruxas não são mais caçadas, mas desqualificadas. Os magos são ridicularizados. E a ciência moderna quântica, que prega o poder da mente humana sobre qualquer acontecimento ou verdade aparente, torna-se uma espécie de enfeite de cristaleira, um objeto precioso e belo, mas guardado como peça decorativa, na sala de estar da ciência.
Mesmo assim, e apesar de tudo, as mentes continuam despertando, e muitos passam a se interessar pelos estudos místicos, pelos mundos ocultos e pelo poder exercido pela mente nos fatos relacionados à matéria.
O interesse pela espiritualidade humana está crescendo, percebe-se a curiosidade pelas ciências ocultas e pelos fenômenos que a ciência tradicional não consegue explicar. Mas, o medo é o fator dificultador da expansão da consciência humana, por ser alimentado por aqueles que mantêm o controle sobre os meios de comunicação e de produção.
A qualquer ameaça de mudança na relação preestabelecida por essas elites do poder, ocorrem crises provocadas deliberadamente para assustar amedrontar e fazer recuar os processos de transformação que começavam a se pôr em movimento.
Diante do medo de perdas, da miséria e da morte, a humanidade dá um passo atrás, e volta a se submeter às mesmas regras dominadoras que haviam começado a ser contestadas.
Quando surge um clarão de liberdade, uma possibilidade maior de acesso do povo à riqueza ou ao poder, vem uma crise financeira que desemprega, desestabiliza e desagrega. Acaso, fatalidade, azar ou ... ?
Por tudo isso, eu não estranho que as pessoas continuem amedrontadas, no momento de tomarem decisões. Transfere-se, para o governante, o poder público. Transfere-se, para o médico, o poder de decisão sobre a vida do paciente. Transfere-se, para o conselheiro, o poder de dar um rumo na vida do consulente.
Muitos me perguntam sobre o que fazer na vida, se casam ou vão ao futebol, se entram na faculdade ou vão tomar um chopinho com os amigos, se isto ou aquilo. Essas pessoas seguem uma marcha lenta, porém inexorável, de cabeça baixa, à espera de ordens, de esperança ou apenas de algum sonho ou magia que as façam crer no dia de amanhã.
Tenho dito e repetido que os números estabelecem o plano da alma, o caminho a ser seguido para o cumprimento da missão e os talentos a serem desenvolvidos para que tudo se faça da forma mais simples e natural. Mas, quem dita o ritmo do movimento, somos nós. Mas, quem escolhe a força a ser empregada e a ousadia a ser adotada, somos nós. Pois, quem sente prazer ou sofre com os resultados, somos nós.
Se seguirmos o caminho da missão, seremos sadios e felizes. Quem faz a leitura dos números é o numerólogo, quem analisa o que revelam os números é o numerólogo, mas não é o numerólogo quem diz o que cada um tem de fazer ou como fazer.
O conselheiro dá os conselhos, mas quem decide é o aconselhado. Transferir a responsabilidade da decisão ao seu conselheiro é um ato de absoluta insensatez. As recomendações do conselheiro não devem ser confundidas com intromissões na vida do aconselhado. Elas são sugestões a serem seguidas, desde que sejam aceitas pelo aconselhado, mas não podem ser vistas como interferências na vontade alheia.
O poder de decisão fugiu do nosso controle, no dia em que passamos a ter medo. O poder, então, foi assumido por aqueles que passaram a nos alimentar com novos e intermináveis medos, que não têm mais fim. E enquanto a gente se encolhe com medo do que possa vir a nos acontecer, as elites do poder nos dão pão e circo, para distrair a nossa atenção. Até quando ?
A numerologia também tem resposta para essa pergunta, mas entendê-la dependerá do nosso nível de consciência espiritual. E, por enquanto, esse tempo ainda não chegou.
Está em nossas mãos dizer um basta a essas elites, e retomar o nosso poder de decisão. Quem se habilita a dar o primeiro passo ? Sou todo ouvidos ao clamor dos meus leitores.
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"Quem sabe faz a hora não espera acontecer".
ResponderExcluirÉ um prazer fazer essa caminhada com você.
Beijo
Minha querida companheira de eternas e sagradas peregrinações, o fato de caminharmos juntos é a minha grande inspiração.
ResponderExcluirUm beijo, amor.
Gilberto.
Olá Gilberto: O medo, tem sido meu companheiro de muito tempo. De uma forma natural é necessário e nos protege, mas do jeito que esta nos paralisa. Faz com que entremos em guerra uns com os outros em uma insana forma de tentar nos sentir protegidos. Quem tem medo ataca ou foge. Uma das coisas que tenho aprendido em minha caminhada é que não existe bem e nem mal. O que existe é o desequilíbrio. A polaridade é a ilusão que podemos manifestar e dessa forma fazemos o bem e o mal. Paradoxal?
ResponderExcluirSinto que o problema maior é não viver o momento presente, e dessa forma não deixar que as energias fluam como devem. Cada uma tem sua razão de ser. Quando tivermos suficiente confiança em nós e em nossas escolhas para nos soltarmos na experiência da vida, não mais haverá energias paradas apodrecendo em nós. Aproveitando o gancho da Flora: que possamos fazer acontecer da única forma que podemos- AGORA.
Oi, Daniele :
ResponderExcluirParece que ao lado do seu medo, se faz presente a coragem de saber reconhecê-lo e enfrentá-lo.
Os seus questionamentos levam-na a identificar e responder as suas dúvidas, num diálogo interior da personalidade com a alma. E assim não parece haver conflitos, mas plena identidade no seu modo de sentir e de agir. Isto me parece claro, ao ler atentamente os seus comentários.
O medo é o maior, e talvez o único "pecado" da humanidade, o legítimo responsável por tudo que de pior pode ocorrer em nossas vidas.
Saber lidar com o medo, aprender a imobilizá-lo e fazê-lo agir a nosso favor, pode ser uma tarefa difícil, mas que seria muito gratificante para o nosso processo de evolução, não acha ?
Pense nisso.
Um abraço.
Gilberto.
Parabéns pelo seu blog, nosso trabalho tem uma similaridade, trabalho em SP com Astrologia karmica.
ResponderExcluirPrazer em conhece-lo
Nádia Oliveira
Oi, Nádia, agradeço a sua visita e a gentileza do seu comentário.
ResponderExcluirA minha metodologia poderia ser também chamada de Numerologia Kármica, já que a análise kármica dos mapas é, sem dúvida, o grande diferencial do meu trabalho, quando comparado com as práticas materialistas que estão em voga.
Denominei-a porém de Numerologia da Alma em homenagem a essa pobre entidade que vai e volta, entre o físico e o espiritual, em busca de evolução.
Enquanto a maioria dos numerólogos dá atenção às ambições materiais da personalidade, eu cuido da missão das almas encarnadas, e as ajudo a controlar os excessos de suas personalidades.
Nada disso é novo ou foi criado por mim, eu apenos sigo ao pé da letra os ensinamentos do Mestre Pitágoras.
Vamos continuar trocando idéias, pois realmente nosso trabalho tem muito em comum.
Um abraço.
Gilberto.
Oi Gilberto!!!
ResponderExcluirAdorei sua explanação sobre esse círculo vicioso q estamos mergulhados: medo, manipulação. Espero q um dia consigamos viver relacionamentos verdadeiros...
Abraços
Pat
Oi, Pat :
ResponderExcluirQue bom, voltar a receber um comentário seu, nesse meu espaço mágico !
Estou trabalhando intensamente para mostrar às pessoas, como se comportar, diante de tantos medos.
Fiz um Seminário, no último sábado, tratando desse tema e de seus efeitos em nossas vidas.
Nos dias 5 e 6 de setembro, estarei voltando a S. João, para aprofundar esses questionamentos, dentro do curso.
Seria muito proveitoso para todos que fizeram o primeiro curso, participarem deste também. Espero poder encontrá-la por lá.
Um abraço.
Gilberto.
"Por tudo isso, eu não estranho que as pessoas continuem amedrontadas, no momento de tomarem decisões." - Estava eu estudando sobre projeção astral , fiz algumas técnicas consegui entrar em EV(esatado vibracional)duas vezes mas não prossegui por medo , é como algo dizendo que ainda não estou preparado e não prossegui , O medo nos impede de fazer diversas coisas , só queria saber como me desprender deste , mais ainda tenho esperanças.
ResponderExcluirAbraços . .
Fabricio '
O primeiro passo para se livrar do medo é não sair fazendo o que não conhece ou domina bem.
ResponderExcluirQuem lhe disse que uma projeção astral, que não seja espontânea, deve ser tentada?
Cuidado, José Fabrício, para não brincar com as coisas sérias.
O mundo espiritual reserva certas surpresas que podem assustar e até mesmo resultar em graves conseqüências.
Eu recomendo que leia no livro As Valkírias, o relato feito pelo autor, Paulo Coelho, sobre o que aconteceu com ele, quando resolveu entrar por uma área desconhecida e muito perigosa.
Cuidado, muito cuidado, com o mau do poder.
Um abraço.
Gilberto.