A
cada dia 7, ocupo o Alma Mater para falar de um tema relacionado à
poluição e às consequências ao meio ambiente. Quase sempre me
ocupo de ações humanas que, de alguma forma, afetam à natureza, e
que prejudicam a qualidade de vida da humanidade.
Hoje,
vou dedicar meu tempo e este espaço para falar de uma das mais
terríveis agressões que a criatura humana pode sofrer na vida – a
fuga de seus lares e o abandono da terra dos seus ancestrais. Isto
está acontecendo no outro lado do mundo, onde milhares de refugiados
procuram abrigo em nações europeias.
A
poluição que gerou esta situação cruel foi a provocada pela
indústria bélica, que se alimenta do medo e do terrorismo. O medo
gerado por ameaças oriundas de países inimigos, de fanatismos
religiosos ou de ambição por tesouros minerais, alimentado por quem
só entende progresso como acúmulo de riquezas. E, riquezas estas,
que venham de onde vierem.
Os
refugiados estão abandonando suas terras e fugindo, principalmente,
da Síria, da Líbia, da Nigéria, do
Afeganistão, por conta da violência de grupos radicais, que aterrorizam as populações pobres, tomam suas propriedades e violentam seu povo.
Afeganistão, por conta da violência de grupos radicais, que aterrorizam as populações pobres, tomam suas propriedades e violentam seu povo.
Perseguições
políticas e econômicas, como as que ocorrem nos países que possuem
grandes reservas de petróleo, ou religiosas, como as que confrontam
os estados religiosos fundamentalistas com os que professam outras crenças, estão
provocando um incontido morticínio de populações inteiras de
cidades e regiões.
Quem
provocou esta barbárie? Não tenham receio de responder que são os
mesmos, sempre os mesmos, que através da história cometeram crimes
semelhantes contra a humanidade. E tudo em nome do dinheiro, e das
riquezas geradoras dos recursos econômicos que alimentam os países
ricos, na sua eterna jornada de dominação dos miseráveis.
A
Europa, acumpliciada com os Estados Unidos da América, invadiu países
e estimulou grupos guerrilheiros a confrontar os poderes
constituídos, em nome de uma pretensa e discutível democracia. A
palavra democracia tem-se desgastado demais nos últimos tempos,
quando a nação que se arvora como a grande defensora da liberdade
mundial, invade países, como fez no Iraque e ainda faz no
Afeganistão, interfere na economia de nações aliadas, com o
intuito de explorar riquezas e impor sua política.
Grupos
terroristas foram armados pelos Estados Unidos com o apoio dos
aliados de sempre, Inglaterra e França, para derrubar regimes que se
opunham ao domínio norte-americano, e com isso colocou-se, nas mãos
de grupos insanos, a força de armas poderosíssimas, que são as
grandes ameaças no momento atual.
Destruído
o Iraque, empobrecido o Irã, arrasado o Afeganistão,
desestruturadas a Síria e a Líbia, as armas estão nas mãos de
facínoras que perseguem, torturam e matam inocentes, cujo maior erro
é crer numa religião diferente ou ser de uma classe miserável, que
não tem força e nem formas de defesa.
Assim,
estão morrendo milhares de crianças na África, dezenas de milhares
no Oriente Médio e centenas de milhares no mundo inteiro, como
efeito dessa hipócrita defesa dos direitos humanos, que só atua por
interesses dos ricos para invadir as nações mais pobres.
O
mundo está em guerra, e desta vez uma guerra camuflada, escondida
por baixo de aparentes ações de solidariedade que não passam de
remendos ridículos, nesse rasgo sem limite do direito inalienável
de cada um seguir a sua consciência. Agora,
tenta-se remediar uma situação angustiante em que vivem refugiados,
atirados dentro do convés de barcos despreparados para longas
travessias, sobrecarregados de quem sabe que nem todos
chegarão ao destino.
Os
países ricos se reúnem e decidem investir uma ridícula soma de
recursos para receber os refugiados e redistribuí-los em terras, que
não são deles, e que nada têm a ver com a história dos seus povos.
E, talvez, se julguem dignos de elogios, por abrigar os pobres coitados
que foram enxotados de seus países, por terroristas armados pelos
“bonzinhos” que os acolhem.
As
mentes estão poluídas e não adianta tentar vender uma falsa
misericórdia, pois nada poderá corrigir os erros que provocaram a
situação caótica em que vivem essas populações em fuga. Essas
mentes governantes são semelhantes às que provocaram o maior
morticínio da história, aquelas mentes nazistas que pretenderam
dominar o mundo, fuzilando ou trancando em câmaras de gás os que
estavam em seus caminhos.
O
mundo está de luto, um luto permanente, e que se espera não venha a
ser eterno. A humanidade está diante da consequência de um
capitalismo selvagem, que exalta o dinheiro e despreza a vida. Os
ares estão poluídos por essas formas-pensamento cruéis e
desumanas. As almas da humanidade estão sofridas. Não somente as
dos refugiados, mas a de todos que estão solidários a esses seres
sofridos e sem futuro.
As
mãos sujas de sangue são as mesmas que tentam dar apoio aos que
sobraram, ou sobrarão, da chacina provocada por suas mentes
poluídas. Não existe pior poluição do que a que é provocada por
mentes cruéis e assassinas. As guerras são as grandes poluidoras,
as armas são os instrumentos de poluição que alimentam a ganância
dos que vivem das mortes de inocentes.
Estamos
diante de uma guerra disfarçada em atos de caridade. Não há almas
caridosas, mas culpados tentando a absolvição. A poluição está
no ar, e vai continuar. O dinheiro compra tudo, só não consegue
absolver a consciência pesada, que acompanha os grandes culpados
desse êxodo maior do que todos os anteriores êxodos registrados nos
anais da História.
Enquanto
isto, pessoas bem-vestidas, morando em prédios de luxo ou com grande
conforto, se julgam infelizes por uma crise suave por que passa o
Brasil. Elas desconhecem o que seja crise, elas não moram no agreste
brasileiro, e só conhecem a Ásia e a África como turistas! Elas
são incapazes de botar a mão no bolso para ajudar os refugiados,
mas, certamente, investiriam milhões em ações de uma empresa
bélica que oferecesse a possibilidade de lucro, por conta de um
contrato fechado com países em guerra.
As
consciências pesadas esbravejam contra o mundo, numa ridícula
projeção do que pensam e sentem diante de suas próprias imagens no
espelho. Campanha da Fraternidade, Criança-Esperança e outras
campanhas semelhantes são somente disfarces para as consciências dos
que não estão nem aí para quem sofre com a miséria provocada para
que se promova a riqueza de poucos.
O
ar está poluído, as águas estão poluídas e as terras estão
poluídas, porque as mentes estão poluídas. O resto não passa do
efeito do que pensamos e sentimos. A natureza não pode se recuperar
enquanto povos de mentes poluídas alimentarem a egrégora da Terra.
Gilberto,
ResponderExcluirRealmente é preciso alargar nossa visão para tentar compreender o que se passa no mundo. Como você lembrou bem, nem precisamos ir tão longe, pois aqui mesmo estamos vendo os efeitos de nossa miopia com ações imediatistas para remendar as coisas deixando de lado as profundas e centenárias causas. E nós povo feliz continuamos vivendo em berço esplêndido porque somos o país do futuro.
Meu amigo, João Sérgio:
ResponderExcluirAcabo de chegar de Tiradentes, a cidade mais histórica das Minas Gerais, na minha visão pessoal.
Perguntei a todos com quem eu bati papo, por onde andava esta crise que os meios de comunicação promovem sob a encomenda dos todo-poderosos.
Eles não souberam me explicar, porque por lá não há crise.
Aliás, um amigo me contou que conversou com um turista que estava indignado, por não poder ir à Europa, somente a Tiradentes.
Tiradentes é a cidade mais cara de todas que eu conheço, e se não tivermos cuidado, o nosso orçamento explode.
Esses ricos que visitam a cidade se hospedam em hotéis caríssimos, e frequentam restaurantes de alto nível, mas ainda assim, eles reclamam da vida.
As visões são estreitas, porque interessa para a elite este estreitamento, que promove mais riqueza para uma certa minoria que detém o poder econômico.
Aqui em São Lourenço, a crise ainda não chegou, e nem vai chegar.
Hotéis lotados, restaurantes cheios, excursões não parando de chegar.
Quando eu abro os jornais, sou informado sobre a tal crise.
Como eu não a aceito, ela não me pertence.
Um forte abraço.
Gilberto.