Em
pleno Carnaval, decidi buscar um enredo mais otimista, para o nosso
desfile mensal ambiental. O mundo está saturado de pessimismo, e o
povo brasileiro vem se deixando contaminar pelos meios de
comunicação, que continuam sendo pouco informativos e muito
seletivos, politicamente. As notícias têm passado por uma mesa de
edição tendenciosa que insiste em atingir a autoestima do
brasileiro, omitindo
as conquistas que o país vem obtendo no cenário mundial.
Quando
se fala tanto de redução da emissão de CO2, compromisso já
assumido por todas as nações, preocupadas com a camada de ozônio e
com o aumento da poluição na biosfera, pouco se tem lido sobre os
avanços do Brasil na utilização da energia eólica, uma energia
limpa e econômica. Aos poucos, a nação brasileira está procurando
fazer a transição das energias poluidoras, que usam elementos
fósseis para energias limpas, como as que são geradas pelo vento e
pelo sol.
O
Brasil gera quase dois terços de sua energia a partir de
hidrelétricas, uma matriz limpa, mas, que,
no
momento atual, revela
uma
fraqueza deste modelo: a suscetibilidade às mudanças climáticas.
Com diversos estados passando por crises hídricas, com reservatórios
vazios ou perto disso, o Governo
se viu obrigado a recorrer às termelétricas, que geram uma energia
mais cara e mais poluidora.
A
demanda por energia deve dobrar até 2050, no mundo. No entanto,
acordos preveem que as emissões de dióxido de carbono devem
diminuir pela metade. É um paradoxo cuja solução passa por ter
mais eficiência energética.
Em
um ano, a produção da energia eólica, que representa 3,5% do total
da matriz de energia do Sistema Interligado Nacional, cresceu 179%.
No mês de maio do
ano passado, foram
gerados, a
partir dos ventos,
57% a mais do que em abril. De
acordo com o Ministério de Minas e Energia, em oito anos, a expansão
dos parques eólicos pode fazer a produção representar 11% da
matriz elétrica brasileira.
As
usinas eólicas brasileiras aumentaram em 114% a produção de
energia no primeiro semestre de 2015, quando comparado com o mesmo
período do ano anterior. No fim de junho de 2014, essa matriz era
responsável por 1,4% do total gerado de energia no ano no Sistema
Interligado Nacional (SIN). Atualmente, ela representa 3% de toda a
energia produzida no Sistema Integrado Nacional. O Rio Grande do
Norte segue na liderança, seguido por Ceará, Rio Grande do Sul e
Bahia.
No
primeiro semestre de 2015, as usinas eólicas do Rio Grande do Norte
geraram um montante 142% maior do que o produzido nos seis primeiros
meses do ano anterior. O Rio Grande do Sul registrou aumento de 91%
em relação ao montante gerado no mesmo período de 2014. Já no
Ceará ocorreu um aumento de 48% em comparação com o mesmo período
do ano anterior. E a Bahia quase triplicou sua geração eólica, com
mais283%.
O
Brasil deve alcançar, em 2016, a segunda ou terceira colocação no
ranking dos países que mais investem no aproveitamento dos ventos
como fonte de energia, subindo ainda para a sexta posição mundial
em capacidade instalada.
No
ano passado, o Brasil foi o quarto país do ranking, em termos de
aumento da capacidade eólica, atrás da China, Estados Unidos e
Alemanha, com expansão de 2,5 gigawatts (GW) de energia. Já em
relação à capacidade instalada, ocupava o décimo lugar, com ganho
de três posições em relação ao ano anterior.
Com
a capacidade instalada de 6,56 GW, o setor de geração eólica
consegue reduzir as emissões de 11,6 milhões de toneladas de gás
carbônico, estimando-se que em 2019, ao alcançar 18 GW, serão
cerca de 30 milhões de toneladas de gás carbônico que deixarão de
ser emitidas na atmosfera. Mais ou menos três vezes o que temos
hoje.
Ao
contrário do que muitos tentam fazer crer, o Brasil não está
parado e muito menos andando para trás. Na questão ambiental, mesmo
com todas as dificuldades que vem enfrentando, pressionada pelos
países do primeiro mundo, que não vêm com bons olhos a expansão
da liderança do país junto aos vizinhos da América do Sul e ao
Grupo dos Emergentes, a nação brasileira tem avançado na questão
de redução de gases poluentes.
O
mundo reconhece esse esforço e que os investimentos brasileiros em
energia alternativa crescem, Estimulando o investimento de capital
estrangeiro no financiamento de usinas de energia limpa, com destaque
para a China que está investindo na instalação de uma fábrica
para produzir equipamentos de energia solar.
Acredito
que, a nossa ala de produção de energia limpa pode não estar
fazendo ainda um desfile perfeito, mas merece permanecer entre os
países do primeiro grupo, quando a questão é preocupação com a
redução de CO2. Estamos cobrando atitudes responsáveis dos países
mais ricos, que se esforçam para compensar o muito que já poluíram
a biosfera.
E,
apesar de vez por outra o Brasil atravessar e não merecer a nota
dez, temos de conceder uma nota de louvor pelo esforço de estar
competindo com gigantes que, ao mesmo tempo, que se dizem nossos
aliados e parceiros, nos espionam para impedir ou dificultar o nosso
crescimento.
Neste
mês de carnaval, a TEIA AMBIENTAL canta o valor de uma nação
pacífica e ordeira, que tem na sua história relatos de
solidariedade a outras nações mais pobres e de fraternidade como
forma de solucionar suas pendências com todos os povos.
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