Meus
caros leitores, muitos alegam dificuldades para mudar de hábitos e
se adaptar aos novos tempos, com economia de energia, zelo pelas
árvores das ruas e dos quintais, menos carros poluindo o ar e menos
lixo contaminando as águas.
O
argumento predominante é que, a preocupação com as condições
ambientais atravanca o progresso. Esses predadores da natureza, em
nome de seus agronegócios ou indústrias poluentes, defendem o lema
do “liberou geral”.
Ao
tomar conhecimento da existência dessas criaturas, quase sempre em
posição de destaque na sociedade, imagina-se seres demoníacos que
estão prontos a incendiar uma reserva florestal
para plantar soja. Mas, qual não é a nossa surpresa, quando nos
deparamos com um velhinho de boa aparência, cercado de filhos e
netos.
Nessas
horas, não posso me furtar de compará-los com os poderosos chefões,
sempre zelando pela família, enquanto mandam matar, os que tentam
prejudicar seus negócios. O mundo está cheio de contradições,
mata-se em defesa da vida, destrói-se para construir uma nação
mais rica, suja-se a natureza, para produzir alimentos mais limpos e
higiênicos.
O
homem, de repente, perdeu o controle da nave Terra, quando planejou
uma órbita nova e mais progressista, para que ela girasse pelo
espaço por caminhos modernos. A Terra está prestes a perder o rumo
e se perder pelo espaço à fora.
Por
que essa obsessão pelo progresso financeiro, ainda que às custas da
falência da qualidade de vida? Quanto mais ricas são as nações,
mais doente é o seu povo. E, por doença entendamos todo o tipo de
desgraça que se abate sobre a nação, pragas, epidemias, violências
e guerras.
O
mundo está doente por ter optado, a partir de um certo momento, pela
riqueza material ainda que em prejuízo da saúde e do bem-estar
social. O dinheiro é o alimento dos ambiciosos, o poder a saúde e a
fama, a felicidade. Tudo falso e passageiro.
Se
olharmos para os lados, vamos encontrar pobres e doentes, sem
condições de sobreviver. Eles podem estar logo ali na esquina ou do
outro lado do oceano, nem importa como se chamam ou em que país
nasceram, eles precisam de parte da fortuna que os ricos aferrolham
em seus cofres.
Com
a pobreza surgem as doenças, com
suas bactérias e larvas que provocam epidemias
que atravessam com a mesma velocidade a rua do bairro ou o mar que
parece afastar o
perigo. Sem que se dê conta, o homem rico morre da mesma doença do
pobre, ainda que reconhecida por um diagnóstico que lhe dê um certo
ar de nobreza. Tolice! A origem é a mesma, o destino também.
A
humanidade precisa mudar seus conceitos. Pobres e ricos têm que
zelar pela casa onde moramos, que, queiram ou não, é o único lar
disponível – a Terra. Destruir a Natureza é acabar com a vida.
Está
bem, eu até concordo que, muitas vezes, é preciso fazer algum
sacrifício. Mas, saudemos a sabedoria imortal do grande Fernando
Pessoa, fazendo eco de suas inesquecíveis palavras, que podem dar um
alento para o futuro da humanidade – Tudo vale a pena, se a alma
não é pequena.
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