CAPÍTULO TRINTA E UM
Gibran passou a receber mais visitas, por conta da sua visita a
Rudolf Steiner. Wilhelm, seu amigo e acompanhante, foi o responsável
por espalhar pelas redondezas que Gibran era um gênio, e que tinha
conversado de igual para igual com o famoso filósofo e educador da
Waldorf Astoria.
O nome de Steiner era muito conceituado na cidade, e diversas
crianças da comunidade estudavam na Escola Experimental da fábrica,
e vinham demonstrando grandes progressos em seu aprendizado.
As pessoas queriam saber quem era aquele vizinho, que fora
recebido pelo responsável pelos modernos métodos de ensino
introduzidos de forma pioneira em sua cidade. Gibran não se furtou a
receber os vizinhos e, com sua habitual simplicidade, contou como
havia sido sua entrevista com Steiner. As pessoas ouviam-no
admiradas, pois, além dos fatos em si, havia a empatia de Gibran,
que conquistava a todos que dele se aproximavam.
Gibran resumiu para todos os seus atentos ouvintes a conversa que
tivera com o criador do novo método de ensino. A peregrinação à
sua casa durou cerca de um mês, até que as visitas foram se
espaçando, e cessaram tão repentinamente como haviam começado.
Wilhelm estava eufórico, e muito orgulhoso do amigo. Gibran é
que não se perturbava com aqueles tantos elogios e exaltações que
partiam dos lábios afiados do amigo. Aquela confusão vinha
atrapalhando o seu trabalho, e ele estava ansioso para retomar a sua
rotina.
Eis que Wilhelm surgiu com uma ideia fixa, que dormiu e acordou
com ele, indo da véspera ao dia seguinte com tudo pronto, sem dar
chances a Gibran de recusar a honra. Um livro, Gibran teria de pôr
num livro todas as suas ideias e seus conhecimentos.
A essa altura, o amigo desconhecia que mais do que aprendia em
livros, Gibran recebia orientação, conselhos e mensagens do seu
Mestre Saint Germain. Wilhelm sabia bem de quem se tratava, pois
pertencia à Sociedade Teosófica, e o nome do Mestre era íntimo de
todos os associados que o reverenciavam como o grande Mestre da Nova
Era.
Depois que Gibran foi autorizado pelo Mestre a revelar a verdade
ao amigo, Wilhelm só fez amadurecer o projeto. Procurou um editor
amigo e saiu atrás de recursos para publicar a obra e distribuí-la
por toda a Europa.
Enquanto isso, Gibran recuperou a paz, e voltou a se dedicar a
seus escritos, que já se constituía numa volumosa pilha de papéis,
que precisariam ser organizados e revisados, antes que se pensasse em
transformá-los numa obra literária. E, ainda faltava a autorização
do Mestre, que não se manifestara sobre o assunto.
Gibran preferiu esquecer por uns tempos o audacioso projeto do
amigo, aproveitando que a busca de recursos havia afastado Wilhelm do
convívio com Gibran já havia dois meses. As revelações do Mestre,
nesse meio-tempo, voltaram a se acelerar, produzindo novas dezenas de
folhas de papel, narrando os acontecimentos de um futuro que já
despontava para o mundo.
Certo dia, Gibran pôs-se a meditar, recostado no confortável
divã que mantinha no canto do escritório para seus momentos de
repouso, cada vez mais necessários, diante das horas e horas de
dedicação a escriturar as mensagens do Mestre. Então, projetou-se
em sua mente, o tempo futuro de que o Mestre falava, e se deu conta
de que dali a mais uns 50 anos os fatos narrados nas mensagens iam
acontecer, e ele já teria reencarnado.
Essa sensação causou-lhe um misto de curiosidade e mal estar.
Ele se viu no futuro, mas não se identificou mais com o passado. E o
passado era o atual presente. Ele teria de desencarnar, para
reencarnar no Brasil. Ele ia falar um novo idioma, conviver com novos
hábitos e costumes, e formar uma nova família.
Quais seriam os papéis desempenhados por Helga, Karl e Karine na
sua próxima encarnação? Eles estariam juntos, se relacionariam e
se reconheceriam? Claro que não! Ele mesmo respondeu às suas
perguntas, e não conseguiu controlar a angústia das perdas.
O Mestre informara que Helga seria sua mulher no Brasil, mas não
mencionara os dois filhos. Ele não se conteve, e pela primeira vez
decidiu fazer perguntas ao Mestre. Sentou-se à mesa, e com papel e
caneta na mão, aguardou as respostas. Durante duas horas, ele
recebeu o silêncio como resposta. Desistiu, e encerrou seus
trabalhos naquele dia.
A conversa com Helga foi mais dirigida às suas ervas do que às
mensagens. Helga já o conhecia o bastante para não tentar retirar
dele relatos que ele não estava disposto a fazer. Entre um canteiro
e outro, a conversa fluiu. Entre uma colherada de sopa e outra, o
silêncio denunciou que aquela noite acabaria cedo. E foi o que
aconteceu, pois às nove horas, a casa estava em silêncio e as luzes
apagadas.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
Gibran despertou cedo, e ficou a recordar suas divagações de
véspera. As lembranças não lhe foram agradáveis, e ele tratou de
pular fora da cama, e foi respirar o ar puro da manhã. A sensação
que estava tendo é que o processo de comunicação com o Mestre
estava chegando ao fim.
Encerrado o desjejum, e após a conversa matinal com Helga, ele se
trancou no escritório, e mal teve tempo de sentar, as mensagens
começaram a jorrar em sua mente. O Mestre parecia apressado, Gibran,
sentindo isto, não se deixou abater, e perseguiu os pensamentos com
a pena em punho.
Os temas do dia começaram versando sobre a educação do futuro,
numa espécie de continuidade do que fora registrado após seu
encontro com Rudolf Steiner. As mensagens falavam das escolas do
terceiro milênio, que deveriam seguir os conceitos de Steiner.
As universidades, que ganhariam muita força durante a segunda
metade do segundo milênio, começariam a perder sua credibilidade a
partir de 2050. Nos trinta anos seguintes, muitas das mais
tradicionais universidades do mundo fechariam ou mudariam
completamente a sua metodologia de ensino.
Os diplomas serão substituídos por certificados de tendências e
vocações que servirão para orientar Escolas de Formação
Profissional que corresponderão à pós-graduação. Os doutorados e
mestrados serão ministrados em Centros de Filosofia e
Parapsicologia, que prepararão os grandes mestres dos conhecimentos
físicos e metafísicos, responsáveis pela preparação dos futuros
coordenadores do Ensino Mundial. Eles serão os futuros substitutos
dos Mestres da Sabedoria, quando esses se aposentarem, para passar a
ocupar uma cadeira no Conselho de Anciãos.
Gibran demonstrou curiosidade com os novos métodos de ensino a
ser adotados em todas as nações, ele ficou imaginando como as
crianças se preparariam para chegar a funções de tamanha
relevância para a educação e a cultura do planeta.
Imediatamente à sua projeção mental em relação ao assunto,
começou um fluxo de imagens e ideais tratando da formação escolar,
desde os primeiros anos de vida. As respostas à síntese dos
pensamentos de Gibran chegavam ordenadamente, facilitando seus
registros.
As crianças até os 14 anos de idade somente serão orientadas à
leitura e à escrita, lendo obras literárias consideradas
fundamentais à expansão cultural do povo de cada região. Os temas
das obras versariam sobre a história de cada região, suas raízes e
tradições. As obras clássicas serão divulgadas em todas as
regiões do planeta, e as diversas escolas de filosofia serão
ensinadas por mestres preparados especialmente para a introdução de
princípios filosóficos e espirituais junto à juventude.
Durante esse período inicial de estudos, os aprendizes serão
estimulados para as práticas esportivas e artísticas, que serão
desenvolvidas fora das salas de aula. As Escolas atenderão em
horário integral, pois oferecerão todas as opções de estudo,
lazer e esportes, de modo que, de volta ao lar, não haveria deveres
a fazer e nem diversões que já não houvessem sido preenchidas nos
horários de estudo. Dever e lazer se confundiriam, e não haveria
separação nas suas atividades, estudo e diversão caminhariam
juntos.
A partir dos 15 anos, os jovens estudantes serão selecionados por
suas aptidões e encaminhados às Escolas Técnicas, quando serão
preparados para o exercício de funções matemáticas, que
incluiriam a física, a química e as ciências divinatórias, como a
numerologia, a astrologia, o tarô e o I Ching.
Os aprendizes com aptidões para tratamentos e curas serão, mais
tarde, encaminhados aos Centros de Prevenção e Terapias da Saúde,
onde serão preparados para se tornar os terapeutas completos, os
agentes de cura em todos os níveis, físico, emocional, mental e
espiritual.
As mensagens prosseguiam sem dar tempo a Gibran para tomar um gole
d’água. A saúde será tratada de forma preventiva, e existirão
Planos de Saúde elaborados pelo Estado que orientarão sobre a
alimentação ideal, de acordo com cada região. A alimentação
vegetariana será adotada em todas as quatro novas regiões da Terra,
com variações de métodos, de acordo com os hábitos e costumes
locais.
O mundo estará interligado por redes de televisão e internet,
que oferecerão programas didáticos, informativos, esportivos e
filmes. As notícias serão esclarecedoras e não especulativas. Os
escândalos não serão promovidos nos jornais, pois não haverá
interesse por parte da população por fatos que não tenham
interesse documental e cultural.
Essas mudanças irão acontecendo a partir do ano 2000, e
acelerando após 2050. Em torno de 2100, tudo isso será uma
realidade de vida, e povos de outros planetas começarão a visitar a
Terra em missões de estudo, para aprender os métodos aplicados com
sucesso.
A descida e a subida de naves provenientes de outras dimensões
serão fatos corriqueiros em todas as partes do mundo, não chamando
a atenção nem dos órgãos de informação e nem da população. A
troca de experiências entre povos de diversas galáxias
proporcionará uma grande aceleração no progresso científico e
espiritual da Terra. A Terra vai ensinar a esses povos como lidar com
a emoção e com o livre arbítrio, práticas pouco conhecidas pela
maioria deles.
O cansaço fez Gibran pousar a pena, e o Mestre interromper as
mensagens. Era tarde, o cheiro saboroso de uma sopa de ervas “à lá
Helga” invadia o escritório trazendo Gibran, enfim, à realidade.
O corpo físico assumiu os trabalhos, dando descanso à alma de
Gibran.
A refeição foi servida sob os relatos de Gibran e a atenção de
Helga. A todo instante, ele interrompia a narrativa e dizia para
Helga que estava ficando muito ansioso em conhecer logo esse novo
mundo. Mas, para isso, era preciso reencarnar lá, e antes disso,
morrer. Será que ele estava preparado para deixar seu corpo e sair
atrás do próximo?
Helga perguntou-se o mesmo. Ambos não souberam responder. O
melhor foi mudar o rumo da prosa, e falar das plantações de ervas
que eram sucesso absoluto nas redondezas. Enquanto escrevia, distante
do mundo, Gibran não tomava conhecimento do movimento de visitantes
em busca das ervas, de suas sementes e das instruções de plantio e
consumo.
Agora, era a vez de Helga, e ela falou até bater o sono. Chegou
uma hora que, nem ela conseguia articular mais as palavras, e nem ele
sustentar a cabeça. O sono quase os encontrou no meio do caminho
entre a sala e o quarto. Depois, somente os sonhos poderiam dar
continuidade às narrativas interrompidas.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
As mensagens se aceleravam. Gibran estava ficando cansado de
passar o dia inteiro escrevendo, sem tempo de estender as pernas.
Helga estava corada, pela vida em contacto com a natureza. Gibran
apresentava uma palidez doentia, ainda que se sentisse forte e sadio.
A ausência de luz solar estava a lhe fazer falta.
Helga estava preocupada com a saúde dele. Mas, ele explicou-lhe
que o Mestre garantira que não ia ter qualquer doença. E era
preciso acabar o trabalho que se arrastava há anos, e que teria um
valor inestimável para as civilizações futuras.
Gibran acumulava pilhas e pilhas de papel, narrando os mistérios
dos tempos futuros, que vinham sendo revelados pelo Mestre. Passou-se
mais um ano, ele e Helga comemorariam 81 anos, ele no início do ano
e ela no fim. Era 1922, e o Mestre alertara-o que restava a eles
pouco tempo de vida na Alemanha, pois a contagem regressiva para suas
reencarnações no Brasil já começara.
Gibran não tocou no assunto com Helga, para não deixá-la
preocupada. Ele confiava no Mestre, e sabia que a passagem deles de
uma vida para a outra seria suave e sem qualquer trauma. Ele não
sabia explicar como isso se passaria, mas confiava no Mestre, e isto
era o bastante.
As últimas profecias vinham tratando das novas estruturas das
cidades do futuro. Aos poucos, os aglomerados de prédios e gente
seriam dissolvidos e reagrupados em áreas que se distanciariam umas
das outras em cerca de 5 km. Os moradores de cada nova cidade seriam
controlados para nunca ultrapassar a quantidade de 5.000 habitantes,
que ocupariam lotes de, no mínimo, 1.000 metros quadrados.
As cidades seriam projetadas de acordo com as vocações das
famílias que para elas seriam encaminhadas. Umas seriam construídas
para receber profissionais da indústria. Outras seriam habitadas por
gente do comércio. Outras mais se destinariam a técnicos e
profissionais liberais.
Todas, porém, seriam estruturadas para oferecer bem-estar e
qualidade de vida a seus moradores. Praças ajardinadas, em todos os
cruzamentos. Jardineiras nas calçadas e árvores floridas em todas
as ruas.
Gibran pensava e escrevia. A mente questionava aquele
enquadramento das populações em fórmulas padrões, que tirariam a
criatividade dos urbanistas e jardineiros. A mão escrevia a resposta
aos seus pensamentos, descrevendo os projetos urbanísticos
diferenciados, com cada cidade criando os seus próprios parques e
jardins. Até as flores seriam do gosto da população, que teria a
sua representação no Departamento de Parques e Jardins.
As cidades seriam interligadas por rodovias que cortariam áreas
de florestas e matas nativas. Essas regiões naturais seriam Parques
Municipais, Estaduais ou Federais, de acordo com suas localizações
e extensões.
As rodovias se encontrariam num grande Centro Urbano, onde
estariam sediados os Poderes Públicos e as Entidades Privadas. As
distâncias entre elas e o Centro Urbano nunca seriam superiores a 5
km. Ali estariam Bancos e Sedes de Empresas, Museus e Teatros,
Rodoviárias Intermunicipais e Aeroportos Regionais.
Os grandes Centros Urbanos Regionais se ligariam aos Centros
Administrativos Estaduais e esses ao Governo Central Federal. Cada
Governo Central estaria integrado a um dos quatro grandes Governos
Continentais.
Gibran não pode conter a crítica a esse controle centralizado,
obrigando todos a aceitar um padrão imposto de cima para baixo.
Imediatamente, ele começou a responder à sua crítica, anotando que
cada decisão será tomada pelos Conselhos das Cidades, e assim
sucessivamente, conforme os interesses em jogo, até que se chegue às
deliberações dos Governos Centrais.
O dinheiro será mais do que o suficiente para todos os
aperfeiçoamentos administrativos e embelezamentos urbanísticos, com
o que se economizará com o fim das guerras. A economia será
centralizada e administrada pelos quatro grandes Governos
Continentais, sendo os recursos distribuídos de acordo com as
necessidades de cada região do planeta.
Utopia, mera utopia! Assim pensou Gibran. A resposta veio de
imediato. Os deuses estarão de volta para governar a Terra, e os
sonhos se tornarão realidade. Os governantes divinos permanecerão
por novos cem anos entre nós, governando a Terra. De 2050 a 2150,
haverá uma enorme transformação na forma de vida de todos e nada
mais será como antes.
A partir de 2150, os deuses devolverão o comando aos humanos, e
se retirarão. Daí em diante, só os descendentes dos deuses poderão
assumir o poder. E, no futuro, os seus descendentes sempre se
constituirão nos administradores planetários. Haverá uma nova
descendência real, os sangues violetas, que substituirão os antigos
sangues azuis.
Gibran fez umas rápidas contas, e chegou à conclusão que em
2050 ele já não deveria estar vivo, em sua nova encarnação. A
explicação não demorou o tempo de um piscar de olhos, já cansados
de tanto se concentrar na escrita. Em 2050, ele faria parte da corte
dos novos governantes que seriam descendentes, assim como ele, dos
kumaras venusianos.
A comunicação com o Mestre se interrompeu abruptamente, e nada
mais chegou à mente de Gibran. Ele também estava exausto, era muita
energia despendida e muita emoção acumulada.
Aquela noite seria farta de novidades, pois o que ele acabara de
saber do Mestre seria passado para Helga com todas as letras e sons.
Ela ia ficar encantada com as novidades, e ao sabor de uma das suas
sopas de ervas, eles entrariam pela noite adentro. E foi o que
aconteceu.
No dia seguinte, o sol já ia alto, quando resolveram levantar. A
noite foi longa e recheada de sonhos. Helga sonhara com a nova casa
no Brasil e Gibran tivera contatos com seus irmãos kumaras no plano
astral. Era emoção demais, e o desjejum entrou pela tarde. Naquele
dia, nem as ervas e nem a escrita receberam a atenção de costume.
De mãos dadas, os dois decidiram passear pelo campo. As
redondezas de sua casa ainda mantinham aquele mesmo ar campestre de
quando eles haviam mudado. O dia estava morno e uma brisa de fim de
tarde veio encontrá-los a passear e a fazer planos para a nova vida.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
Um dia, Gibran chegou com uma novidade para Helga. O Mestre
esperava-os no Brasil, em corpo físico, durante as comemorações
dos cem anos de independência. Helga quis saber quando isso viria a
ocorrer, e quando viajariam.
A grande celebração se daria no dia 7 de setembro daquele ano de
1922. E a viagem ocorreria em meados de agosto, para que nenhum
contratempo os impedissem de se fazer presentes no dia aprazado.
Helga fez as contas, e concluiu que tinham pouco mais de dois
meses pela frente, e muitas providências a tomar, antes da partida.
Ela não questionou, nem a viagem e nem a data. E Gibran percebeu que
ela, mesmo dedicada às suas ervas, não se descuidava de acompanhar
os progressos em suas conversas com o Mestre.
Helga sabia que seriam necessários cerca de 20 anos de
preparação, entre a morte dos seus corpos físicos e a reencarnação
no Brasil. Num rápido cálculo, ela deduziu que reencarnariam em
torno de 1945, época bem próxima do final da segunda guerra.
Gibran ouviu-a admirado, e se encantou com a precisão das
informações e com a lembrança dos detalhes que lhe haviam sido
passados já fazia tempo. Helga percebeu o seu ar de assustado, e fez
um sinal com a cabeça para que seguissem em frente, pois havia muito
a ser preparado para a viagem.
Helga, de repente, deu mostras de aguardar aquele dia, há muito
tempo, pelo modo como começou a se organizar para a viagem. Gibran é
que ficou meio aturdido, entre o anúncio da data da viagem e a
naturalidade com que Helga recebeu a notícia. Passado o impacto
inicial, os dois arregaçaram as mangas e se puseram a agendar o
programa que continha todas as providências a serem tomadas, antes
da viagem.
Gibran passou duas semanas trancado no escritório, organizando a
papelada com seus manuscritos e anotações sobre as obras literárias
a que teve acesso, desde que mudaram para Stuttgart.
Helga dedicou-se a preparar a futura colheita de ervas e brotos
que levaria para o Brasil. Ela tinha o pressentimento que não
voltariam para a Alemanha, e não queria deixar para trás suas
plantações de ervas. As que não seriam aproveitadas, ela começou
a distribuir na vizinhança, com direito a recomendações e
instruções de replantio e colheita.
Wilhelm soube que o amigo viajaria para o Brasil, e veio
relembrar-lhe o compromisso de escrever um livro sobre suas conversas
com o Mestre. Gibran garantiu-lhe entregar os manuscritos conferidos
e editados na ordem a ser publicados, uma semana antes da viagem.
Era preciso avisar os filhos, e telegramas foram expedidos para
Paris e para o Tibete, onde se encontravam Karl e Karine. Pouco tempo
depois, chegaram suas respostas, encarando com absoluta naturalidade
a viagem dos pais. Desejos de boa viagem foram suficientes para selar
o contato dos dois com os pais, naquele período que antecedeu a
partida.
Nas conversas de Gilbran com seu Mestre esse lhe antecipava acontecimentos que deveriam ocorrer no mundo e enfatizou bastante as modificações no processo de ensino, nos meios de transporte e nas construções das cidades. Falou também em relação às comunicações e trocas de experiências com povos de outras dimensões ou galáxias, fato que ajudaria na aceleração do progresso científico e espiritual da Terra.
ResponderExcluirEle e Helga estavam em 1922 quando calcularam que essa nova encarnação no Brasil deveria ocorrer logo após o fim da 2ª Grande Guerra. Como nas previsões há fatos relacionado a partir dos anos 2050, presume-se que nessa época já deveriam estar desencarnados.
No entanto logo à frente ele é informado de que nessa data ele estaria fazendo parte da corte de novos governantes, descendentes, assim como ele, dos kumaras venusianos. E onde estaria Helga?
Assim observamos que naquela encarnação na Alemanha ele fora comunicado de suas duas novas encarnações.
Hoje Gilbran vive aqui no Brasil sua encarnação subsequente àquela que viveu na Alemanha. Sabemos que Saint Germain continua conversando com ele. Será que nessas conversas não continuam a falar de fatos que ainda estarão por vir? E quais seriam?
Meu caro, Avelino:
ResponderExcluirHelga está sempre no mesmo espaço e tempo em que se encontra Gibran.
Perceba que o Mestre nunca se refere a Helga, e, sempre, a Gibran. Por que seria?
Porque não existe um sem o outro.
Helga faz parte da unidade, ela e Gibran, não são dois, mas um só, cada qual no seu padrão vibratório.
Helga se associa à Natureza e Gibran ao mundo oculto.
As conversas do Mestre com Gibran continuam e não serão interrompidas nunca mais, até que a Hierarquia o designe para uma missão em outra dimensão, em algum lugar do Universo.
Abraço.
Gilberto.
Helga e Gibran são um só e, falando a Gibran, o Mestre fala automaticamente com Helga. O que está em cima é igual ao que está em baixo.
ResponderExcluirTambém seria interessante investigar de que modo os seres humanos do futuro lidarão com a morte e com o amor <3
Um grande abraço!
Jorge
Meu amigo, Jorge Vicente:
ResponderExcluirQuem sabe se no futuro, não vamos encarar a morte e o amor, como dormir, sonhar e acordar!
É apenas uma sugestão.
Abraço.
Gilberto.
Será concerteza assim, meu amigo!
ResponderExcluirAté já!
Um abraço
Jorge