Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é PartilhaxEspiritualidade.
Anotem o link : www.espiritual-idade.blogspot.com
A PARTILHA
Meus fiéis e assíduos leitores, falo-vos de partilha, como uma equânime divisão de direitos, valores ou poderes. O real e perfeito conceito do termo não configura somente a divisão justa e solidária, porém prefiro conceituá-la assim, por inseri-la numa abordagem espiritual. Uma partilha injusta e desonesta não me serviria para dar consistência a argumentos de cunho espiritual.
A partilha a que me refiro é aquela que um sábio mestre usava, em plena Idade Média, para saciar a condenável gula dos seus frades glutões, num convento na Saxônia. Se houvesse uma única fatia de uma cobiçada guloseima disputada por dois deles, o mestre entregava a um a tarefa de fazer a divisão e ao outro o direito de escolher o primeiro pedaço.
Em nossas vidas, partilham-se heranças, poderes, direitos e deveres. Se formos irmãos fraternos, amigos leais e casais afins, as partilhas deverão seguir rituais semelhantes, não por desconfianças, mas por atos espontâneos de quem preserva o direito de justiça.
Quantos irmãos rompem seus laços afetivos, com pendências judiciais, por conta da partilha de uma herança! Quantos casais se ofendem e se magoam, no ato de um divórcio, por conta da partilha do direito sobre os bens patrimoniais e a guarda dos filhos!
A partilha do uso do poder, porém, talvez transcenda com mais facilidade todo o bom senso que se possa esperar de seres espiritualizados, quando está em discussão ascendências de uns sobre os outros.
Lembro-vos, agora, aquela passagem em que os apóstolos discutiam entre si. Jesus, o Cristo, deles se aproximou e perguntou-lhes a razão da discussão. Eles divergiam sobre qual deles seria o maior dentre todos. O Mestre deu-lhes a solução, ensinando-lhes que sempre o maior é aquele que serve os demais.
A partilha do poder se consagra quando se dá ao que serve a condição de ser o maior e mais poderoso do grupo. A partilha do amor não é feita de outra forma, e segue o mesmo princípio, mais ama quem mais está pronto a se sacrificar pelo outro. A partilha de uma herança, quando os herdeiros estão em litígio, proporcionará a maior riqueza àquele que se dispuser a abrir mão de uma parcela dos seus direitos, a favor da harmonia entre as partes em conflito.
Harmonizar uma partilha é saber compartilhar, ocupando-se dos interesses de cada um, e não somente dos seus próprios interesses. A partilha da vida é a própria vida, pois na morte cessa o ato de partilhar.
Aquele que não partilhar a sua vida com os demais, dividindo seus espaços, redistribuindo poderes e repensando sentimentos não é uma criatura espiritualizada. Pode ser religiosa, e até muito devota, mas se lhe falta o amor partilhado, ela carece de espiritualidade.
A partilha é fácil de ser cobrada, mas difícil de ser praticada. Se alguém detém o poder, não quer compartilhá-lo com ninguém. As riquezas são nossas e só nossas. O meu amor é o maior do mundo, os outros é que não sabem amar.
Esses sentimentos egoístas e pretensiosos impedem as partilhas justas, das quais vos falei meus ilustres leitores, logo no início, em minhas primeiras palavras. Quem está disposto a abrir mão do poder, da riqueza e do seu direito de posse sobre a pessoa amada? Quem divide aquilo que já é seu de direito? Quem está pronto a partilhar algo que poderia ser somente seu para sempre?
Ah, meus ingênuos leitores, quantos de vós haveis de já ter-vos julgados bondosos e amorosos, sem receber o correspondente reconhecimento! Quantos de vós acreditais que sedes fiéis seguidores das doutrinas dos cristos que por aqui passaram!
Tolos, somos todos nós que pensamos como deuses e agimos como humanos. Pobres de espírito somos todos nós quando brigamos por direitos que só nos afastam da legítima e amorosa partilha.
Deixo-vos, a todos vós, refletindo a vossa predisposição de partilhar. Deixo-vos, analisando o que, até hoje, cobrastes e o que destes graciosamente, ainda que não tivésseis nenhuma obrigação de fazê-lo. Deixo-vos com vossa consciência que é a única a poder ajuizar essa nossa causa, sem que venhais a precisar defender seus atos ou pensamentos.
A partilha foi feita. A mim coube levar-vos a repensar a fé. A vós, a reflexão e a ação.
Gilberto,
ResponderExcluirJá vi briga por alguns tipos de partilha aqui descritos por você.
Acredito que dessa vida só levamos o conhecimento e o aspecto moral.
Gosto muito da música Epitáfio, dos Titãs, que fala "devia ter me importado menos, com problemas pequenos..."
Um abraço.
Ah, Gina, se as pessoas se dessem conta do tempo que perdem com essas coisinhas miúdas, implicâncias tolas e rivalidades a troco de nada o mundo seria mais feliz.
ResponderExcluirUm dia, iremos trocar a quantidade de vida pela qualidade, o poder autoritário pela liderança amorosa e as riquezas materiais pela fortuna espiritual. Enquanto, esse tempo não chega vamos tendo de compartilhar os nossos ideais com essas situações desagradáveis que, a todo momento, temos de ajudar a apartar.
Se esta é a nossa missão que assim seja, não é mesmo?
Um abraço.
Gilberto.
Dividir é difícil, pois o "medo da perda" é muito grande na humanidade, não é mesmo, meu sábio numerólogo ?
ResponderExcluir- "Como vou dar para os outros, se pode me fazer falta amanhã ?"
- "Se eu não me preocupar comigo, quem vai se preocupar ?"
Lembrei de um menininho que quando ganhava uma caixa de Bis, saía distribuindo, mas se só tinha 2 chocolatinhos, não dividia com ninguém !
Acho que o fato de distribuir o pouco, como a famosa viúva da Bíblia, tem muito mais valor, mas também merece admiração quem divide o muito, você não acha ?
Afinal, alguns não partilham nada...
Beijo
Minha querida quetionadora Flora:
ResponderExcluirAcho que tem toda a razão com as suas observações. Uma pequena ou uma grande partilha não pode ser medida pela alma humana, logo o melhor é fazer o que for possível, e aguardar os resultados.
Acho que suas formas de partilhar o que tem são muito positivas e estão bem acima da média. Mas, como vc diz, esta é a minha opinião.
Beijos, minha querida.
Gilberto.
Oi, anjo de Deus
ResponderExcluirHoje desejo a vc este Amor incomensurável que ELE nos concede, gratuitamete, sem que mereçamos...
Tanto mais espirituais... tanto mais nos aproximamos e somos mais generosos com os outros...
Com o firme propósito de seguirmos nesta Corrente de Bem e de Amor, agradeço sua postagem em nossa BLOGAGEM COLETIVA ESPIRITUAL ECUMÊNICA...
A alegria que sinto é verdadeira e brota da fidelidade cotidiana a Deus e da docilidade e adesão à sua Vontade.
Com gratidão e entusiasmo sempre renovado,receba meu abraço fraterno.
Que a maturidade dos nossos sonhos... a lembrança sorridente da nossa infância ida... o brilho das estrelas... a claridade da nova tarde que vem a cada dia... e o ORVALHO DO CÉU que umedece a relva lhe saja um dos motivos para alegrar-se muito nesta semana!
Bj grande, amigo
Grato por suas palavras, Orvalho.
ResponderExcluirBeijo, amiga.
Gilberto.
Vim partilhar a alegria de mais um dia!
ResponderExcluirBom dia!
Que boa a sua visita e a sua partilha, Zininha!
ResponderExcluirAgradeço muito por ela.
Abraços.
Gilberto.
Mestre , Acho que tenho que partilhar mais me sacrificar pelos outros , alias tenho o 9 na missão o "humanitário"(se é que se pode dizer assim) o que se sacrifica pelo o próximo , o que ensina o próximo a sabedoria divina o desapego material e ao qualquer tipo de consumismo.
ResponderExcluir"Pobres de espírito somos todos nós quando brigamos por direitos que só nos afastam da legítima e amorosa partilha." - Direitos , Direitos e mais Direitos , ninguém percebe que esses "Direitos"(que de nada há semelhança) leva a cada vez mais a obsessão ao individualismo ganancioso de cada um e isso cada vez mais diminui as chances de um "amor verdadeiro" onde este só se realiza com a união de todos sem "Direitos" nem preceitos num bem comum.
Abraços...
JFabricio
Acho que o que está faltando mesmo, Fabrício, é passar da teoria para a prática.
ResponderExcluirPercebo que a sua teoria é boa, mas, pelo que diz, ela não consegue transformar-se em atitude.
E se não houver atitude, a missão não poderá ser cumprida.
Abraços.
Gilberto.