Meus queridos leitores, muitos devem julgar que sabem a resposta a esta
simples pergunta. Não, não sabem. Pensam que sabem, mas estão completamente
enganados. Os governantes tentam defender a utilidade das usinas nucleares, mas,
quando o fazem, não tocam na verdadeira intenção por trás delas – ganhar dinheiro,
só isto, dinheiro e mais nada.
Quem ganha? Sempre os mesmos. Quem perde? O povo, o cidadão comum e a
humanidade inteira. Mas, Eles não desistem, recuam, dão um tempo, mas não
desistem. São abutres disfarçados de humanos. Demônios com asinhas de anjo.
Lembram-se da Usina de Fukushima? Aquela mesma, que deixou o mundo
inteiro de sobreaviso, depois de um tsunami ter destruído o que os técnicos
juravam ser de segurança máxima.
Quase três anos passados, o processo de descontaminação continua. A
completa desativação da usina está prevista para daqui a mais de três décadas.
A limpeza está sendo executada por contratados, entre os quais moradores de
rua, sob a custódia do crime organizado, que se aproveitou do caos reinante na
região.
Eu não estou falando do Brasil, estou me referindo ao Japão, este país tão
elogiado por muitos que gostam de denegrir a imagem do nosso país.
Mais de três mil homens trabalham no interior da usina, sob os altos
riscos de contaminação. Muitos são contratados nas cidades vizinhas, que
viraram cidades fantasmas, após a tragédia. Alguns desses homens estão entre os
que foram expulsos de suas casas, após a catástrofe de março de 2011. E muitos
outros foram arrebanhados entre os moradores de rua, por se submeterem a todos
os riscos sem terem noção em que estão se metendo.
A situação desumana se agravou no instante em que o alto risco só
conseguia atrair indigentes, endividados e aposentados. A situação dentro da
usina, na tentativa de desaquecer os reatores corresponde a quase que uma
sentença de morte.
Os contratados só ganham por dia trabalhado, sem seguro saúde ou sem
qualquer proteção quando ficam doentes. E, quando recebem, ficam apenas com uma
parcela, que muitas vezes é menor do que os descontos que vão para as agências
recrutadoras e para a máfia japonesa, que exerce um forte controle sobre as
contratações.
A controladora de energia nuclear no Japão não tem prazo definido para
concluir os trabalhos de desativação da usina. Três, talvez quatro, cinco ou
mais décadas. Tudo é possível, em meio ao caos que tomou conta dos trabalhos em
Fukushima.
A pergunta que faz o povo japonês é a mesma que fazemos aos defensores
das usinas nucleares em nosso país – e a segurança máxima? Aquela segurança
absoluta prometida quando da contratação dos serviços, e antes da entrada em
funcionamento, desaparece depois que os reatores entram em ação. Daí em diante
será o que Deus quiser.
Como defender este tipo de produção de energia elétrica que se torna
uma autêntica bomba de ação retardada quando começa a produzir energia? Que
energia é essa que para acender luz na casa da gente mata quem ficar exposto à
sua ação? Que arma letal é essa que para tornar o país mais rico torna as
famílias mais sofridas, com viúvas e órfãos espalhados pelas redondezas?
Essa desgraça, e eu insisto, está acontecendo no Japão, um país de
primeiro mundo, que é considerado um exemplo de progresso e desenvolvimento. Todos
os mais modernos recursos de descontaminação estão sendo utilizados.
Há três anos que os trabalhos não param, e, diariamente, milhões de
litros de água contaminada são despejados no oceano. Muitos já morreram, muitos
estão morrendo e muitos mais continuarão morrendo afetados por essa
contaminação que provoca câncer, e ataca e destrói o sistema imunológico da
criatura humana.
E ainda se tem coragem ou desfaçatez de se falar em novas usinas
nucleares no Brasil. As de Angra já estão pra lá da conta, e já devem ter
deixado muita gente rica. Chega de brincar com a vida alheia. Leva-se cerca de
20 anos para se formar um trabalhador, e acaba-se com a vida dele em frações
mínimas de tempo.
Energia do sol, do mar e do ar, nós temos de montão. Energia muito mais
barata se for levada a sério. Que os defensores das usinas nucleares procurem
ganhar dinheiro com menos risco para o nosso povo, não só os brasileiros, mas
todos que habitam este belo planeta azul.
Que Fukushima sirva de exemplo! O desastre foi para o povo japonês, mas
o sofrimento foi de todos nós. Vamos aprender a lição, sem ter de passar pela
mesma tragédia.
E, pensando bem, para que servem mesmo as usinas nucleares?
.
Olá, Gilberto
ResponderExcluirSe eu tivesse o poder de acabar com todas elas, o faria sem pestanejar...
Bjs fraternos
Querida Orvalho:
ResponderExcluirO que não faríamos se nos dessem todo o poder nas mãos!
Abraços.
Gilberto.