CAPÍTULO DEZOITO
A temperatura caiu bastante, com o chegar da noite. A lareira foi
acesa, e a conversa se estendeu até depois da meia-noite. Regada a
chá com biscoitos e um pão de centeio feito na hora com a manteiga
derretida, Gibran contou o que lhe era permitido relatar sobre a
guerra do futuro, e a respeito da figura de Hitler. Helga não abria
a boca, mas, de vez em quando, não conseguia evitar umas caretas,
talvez de indignação ou de pavor.
Ela comentou com Gibran que achava aquela situação muito
estranha, por estarem comentando fatos futuros, que o mundo ainda
desconhecia. Gibran interrompeu o relato por uns instantes, e
confessou-lhe que, já se acostumara de tal modo com aquela situação,
que nem se deu conta de que ela tinha toda razão.
Cansados de falar e de ouvir, e muito mais de pensar e de tentar
entender o que se passava na vida deles, deram a conversa por
encerrada, e foram para a cama. Abraçaram-se, e logo pegaram no
sono. No meio da noite, Helga despertou assustada, acordando Gibran,
e balbuciando com dificuldade que sonhara com a guerra e assistira
cenas horríveis.
Ela vira crianças, chinesas ou japonesas, não sabia ao certo,
correndo e chorando, no meio de uma nuvem de fumaça estranha. Quando
ela levantou os olhos, avistou tudo destruído ao seu redor. A
sensação é que era uma cidade inteira arrasada, com muita gente
morta e queimada.
Gibran procurou tranquilizá-la, consolando-a com a afirmativa de
que ela imaginara um quadro de guerra, criado em sua mente. O Mestre
descrevera muitas batalhas, mas nada que provocasse uma destruição
devastadora, como a que ela avistara no sonho. Era melhor esquecer a
guerra, e dormir em paz.
O resto da noite brindou-os com uma trégua reconfortante.
Acordaram depois do sol, o que não era comum, e foram para o
desjejum falando de guerra. Gibran prometera investigar o sonho de
Helga, e ela pediu-lhe que se fosse verdade o que ela vira, melhor
seria esquecer.
Gibran ficara intrigado com a visão das criancinhas orientais. A
impressão que ele tivera com as primeiras visões da guerra e pelo
relato do Mestre, as batalhas seriam travadas na Europa. Agora,
surgiram novos dados, e era preciso investigar.
Mal ele sentou à mesa, sentiu aquele formigamento nos dedos e a
sensação de salivação na boca, que eram sinais da canalização
com o Mestre. Ele, imediatamente, pegou na pena e se preparou para
receber a mensagem.
A palavra do Mestre foi contundente, pois, muito mais do que falar
da guerra, suas revelações entraram no campo da espiritualidade e
abordaram mistérios inimagináveis para Gibran.
O Mestre começou confirmando a visão de Helga, e disse tratar-se
de um fato que fugira do controle dos guardiões da Terra. A nação
que estava selecionada para receber a sagrada responsabilidade de
liderar os movimentos espirituais no período de pós-guerra cometera
um lamentável erro, e, por isso, perdera essa liderança.
Gibran anotava o relato com um misto de ansiedade e curiosidade.
Que nação era aquela? Que erro terrível teria sido cometido? Que
liderança estava reservada e para que? Ele não podia perder a linha
de energia que o ligava ao Mestre, e que a desatenção poderia
cortar.
Gibran redobrou a atenção. O Mestre relatou que os Estados
Unidos da América eram a nação que cometeria uma ação hedionda,
e que seria punida pela Hierarquia. O Mestre detalhou o atentado
contra Hiroshima e Nagasaki, mencionando o uso de um armamento que
fora inventado por cientistas alemães capturados e postos a
trabalhar para os Estados Unidos.
Gibran pensava e o Mestre respondia ao seu pensamento. As bombas
atômicas foram lançadas com a desculpa de que se destinavam a
acabar logo com a guerra. O Japão, que se havia aliado aos alemães
e italianos, e sendo induzido a provocar a ira dos norte-americanos,
ao bombardear sua base de Pearl Harbor, no Havaí, provocou a entrada
dos Estados Unidos na guerra.
Gibran não entendeu quem havia induzido o Japão a atacar os
norte-americanos, e ficou aguardando a resposta do Mestre, mas esta
não veio. E, o Mestre prosseguiu detalhando os acontecimentos que
antecederam a decisão dos Estados Unidos de lançar as duas bombas
atômicas sobre território japonês. As cidades não tinham nenhum
valor estratégico, havendo uma enorme concentração de população
civil, e, não houve engano algum, foi sobre elas que as duas
primeiras bombas atômicas construídas pelo homem foram testadas.
Gibran parou de escrever, pois pensou ter entendido errado. O
Mestre repetiu que as duas bombas foram testadas nas cidades
japonesas. Gibran entendeu, então, a crueldade que fora cometida
contra pessoas inocentes, inclusive com as crianças, como Helga vira
no sonho.
O Mestre passou, a seguir, um segredo para Gibran que só foi
revelado, entre os ocultistas, muitos anos após Gibran haver
reencarnado no Brasil. Os Estados Unidos seriam a nação-líder do
movimento cíclico de evolução da Obra da Hierarquia, e perdeu essa
condição para o Brasil, que somente exerceria essa liderança
depois dos norte-americanos.
Os sinais dessa condição de sediar a liderança espiritual
mundial podem ser observados em algumas regiões do território
norte-americanos, especialmente na Califórnia, para onde os sinais
místicos indicavam o caminho.
O Mestre percebeu que Gibran não entendera bem de que liderança
se estava tratando. E, o Mestre tratou de dar-lhe as explicações.
De tempos em tempos, escolhe-se uma região no planeta, onde vão
reencarnar os discípulos dos Mestres e os postulantes mais
adiantados em suas jornadas iniciáticas.
A última região havia sido a França, durante a Revolução
Francesa, ocasião em que os Estados Unidos conquistaram a sua
condição de liderança futura, após a sua declaração de
independência.
A Obra na França não conseguira atingir os ideais pretendidos,
por conta de uma monarquia enfraquecida política, moral e
socialmente. O Mestre lembrou a Gibran que, ele, Saint Germain, atuou
pessoalmente, na tentativa de salvar o império, mas, fora tudo em
vão.
Gibran já estava cansado, e o Mestre percebeu, dando por
encerrada a conversa. Mas, não antes de lembrar a Gibran que ele
teria um papel importante a exercer no Brasil, por receber todas
aquelas revelações secretas, que deveriam ser utilizadas na
preparação da humanidade para uma nova era de Luz, após o ano de
2012.
Gibran estava tonto com tanta informação. Ele bebeu uma caneca
de água, respirou fundo, e saiu à procura de Helga. Ela estava na
cozinha a preparar uma deliciosa sopa, que aqueceria ainda mais o
ambiente, antes da noite chegar.
Eles se olharam nos olhos, e Helga entendeu que ele tinha a
resposta para o seu sonho. E a narrativa rendeu mais uma noite, e
diversos sonhos. A guerra do futuro foi tema de conversa por semanas
a fio, antes de se esgotar o assunto.
CAPÍTULO DEZENOVE
Os dias na vida de Gibran e Helga se passavam em função, muito
mais, do futuro do que do presente. O Mestre tinha muito a revelar a
Gibran, e este, mais ainda, a aprender. Helga vivia em estado de
graça, satisfazendo toda a sua curiosidade, diante de mistérios sem
fim.
Ela nem se dava conta de uma guerra que estava a começar, e que
tomaria conta da atenção mundial, nos próximos cinco anos. Chegara
o ano de 1914, e como o Mestre havia informado a Gibran, a primeira
guerra mundial estava começando.
O recanto onde moravam, fora do centro de Stuttgart, seria
preservado das agonias da guerra, como havia sido revelado a Gibran.
E o casal pôde continuar levando a vida na sua rotina normal, como
se, para os dois, todo dia nascesse e morresse sem novidades no
fronte.
Karl e Karine, graças ao passaporte de filhos dos dois, cruzavam
o mundo, preservados do conflito mundial, mesmo quando tinham de
pisar em solo ameaçado pelos combates. Karl assumia, a cada dia, a
sua condição de artista celebrado em galerias da França. Karine,
menos ocupada com as criações artísticas, nem por isso desprezava
a inspiração, em suas buscas frenéticas por acessar o mundo da
magia espiritual, entre o místico vislumbrado e o oculto
desconhecido.
Karl, na França, e Karine, em algum lugar do Oriente, viviam
vidas descompromissadas com tudo que se passava à sua volta. O mundo
parecia sorrir para os dois, assim como seus pais sorriam para o
mundo. Não haveria guerra que deles retirasse o bom humor e a
vontade de viver.
Vez por outra, eles se comunicavam com os pais. Cada carta
retratava uma perene declaração de independência, reconhecida por
todas as nações da Terra. Nada de mau lhes atingia, como se uma
barreira de proteção separasse suas vidas do restante da
humanidade. Muitos lutavam nos campos de batalha, outros tantos
choravam as mortes de seus filhos amados. A população mundial,
direta ou indiretamente, era atingida pelos estilhaços vindos da
guerra, menos Gibran e Helga, e seus dois filhos.
Enquanto a humanidade tentava digerir a sua primeira guerra
mundial, Gibran e Helga destrinchavam e consumiam, bem antes da hora,
as atrocidades e os desatinos da segunda conflagração mundial. As
mensagens do Mestre ocupavam os dias do casal, Gibran anotando, e
Helga ouvindo.
Gibran quis saber do Mestre, quais seriam as consequências do
primeiro conflito, e como ficaria o mundo depois do segundo, que o
Mestre anunciara como o último em idênticas proporções. O Mestre,
com seu bom humor característico, respondeu-lhe que o primeiro seria
uma preparação para o segundo, e este, o limiar de uma nova guerra,
menos óbvia em sua violência, mas não menos destruidora para a
sociedade humana.
Gibran não entendeu a tirada jocosa do Mestre, para retratar o
domínio que os Estados Unidos da América viriam a exercer sobre os
países que se insurgissem contra sua política de tirania econômica.
No mundo de pós-guerra, pequenas, às vezes nem tanto, e localizadas
guerras, aconteceriam sempre que o controle econômico ameaçasse
sair das mãos dos norte-americanos.
O dinheiro americano seria imposto como moeda padrão. O poderio
militar seria imposto ao resto do mundo, como se cada território
estrangeiro fizesse parte do império norte-americano. O petróleo
seria o ouro do amanhã, e a água, do depois de amanhã.
Ditadores seriam apadrinhados pela democracia americana, para
garantir seus domínios à distância. A corrupção
político-financeiro internacional promoveria figuras poderosas e
violentas que governariam seus povos com ameaças e torturas. E tudo
sob as bênçãos e graças dos Estados Unidos.
A sociedade financeira internacional e as grandes indústrias sem
pátria, como as chamavam o Mestre, formariam um núcleo de força
com uma única finalidade, a de manter o controle e o poder sobre os
recursos econômicos do planeta. Quem se opusesse a esses ideais
seria afastado do caminho, por bem ou por mal.
O governante que não obedecesse às ordens vindas da cúpula
internacional seria retirado do poder. O seu país seria invadido, ou
uma rebelião e crise seriam fomentadas, com recursos ou armas,
apoiadas por ações de militares estrangeiros ou civis mercenários.
E tudo isso sob a batuta dos Estados Unidos da América, que sairão
da segunda guerra com a imagem de salvador do mundo ou justiceiro dos
fracos e oprimidos.
O Mestre relatou a Gibran o assassinato de um grande estadista
norte-americano, que inspirado pela Hierarquia, devia mudar o cenário
internacional, acabando com as guerras celebrando a reconstrução
do mundo, através de parcerias honestas e comprometidas com a paz
mundial. A sua morte impediria a consecução do projeto.
Gibran ficou imaginando que o Mestre estivesse relatando uma
guerra civil nos Estados Unidos, como ocorrera na época do
presidente Lincoln, quando o Norte e o Sul lutaram, fazendo correr
sangue entre irmãos.
O Mestre tratou de corrigir os pensamentos de Gibran,
mostrando-lhe como a conspiração viria a ocorrer, envolvendo
militares, órgãos de segurança e serviço secreto, instigados e
financiados pelos poderes econômicos internacionais e pela indústria
bélica.
O presidente Kennedy se elegera para acabar com as pequenas
guerras espalhadas pelos quatro cantos do mundo, que eram
patrocinadas pelas elites do poder mundial, que zelavam por seus
interesses financeiros e comerciais.
O Mestre falou da vergonhosa derrota que seria imposta aos Estados
Unidos por um pequeno país do sudeste asiático, o Vietnã. Invadido
barbaramente por tropas norte-americanas, e tendo o seu povo
trucidado por armas de destruição em massa, ainda assim, os
guerrilheiros vietnamitas, chamados vietcongues, venceriam a empáfia
bélica norte-americana.
O presidente Kennedy tentou acabar com esse conflito, propondo a
retirada das tropas norte-americanas do território vietnamita. A
resistência da indústria bélica, associada aos seus cúmplices, os
chefes militares, foi decisiva, e formou-se um complô para matar o
presidente. E, isso veio a ocorrer com a participação da cúpula
militar e dos órgãos de segurança, mancomunados num plano
vergonhoso que serviu para manchar ainda mais a imagem da nação
norte-americana como pretensa defensora da ordem mundial.
Mataram o presidente, inventaram um bode expiatório e a farsa foi
celebrada com as bênçãos do povo americano. A seguir, mataram o
assassino, numa farsa pior ainda, e logo, depois, o assassino do
assassino, para que não desse com a língua nos dentes.
E, para que os caminhos ficassem, definitivamente, livres e os
verdadeiros governantes da nação americana pudessem continuar
agindo sem correr riscos, eles, também, mataram o irmão do
presidente Kennedy, candidato à sucessão.
Gibran escrevia tudo aquilo sem conseguir esconder a revolta que
sentia na alma. O Mestre detalhou os pormenores, e aconselhou-o a
guardar seus escritos a sete chaves. Ninguém poderia ter
conhecimento daquelas revelações, que eram segredos velados para a
raça humana.
Gibran ainda pensou em consultar sobre o final da trama e se os
culpados seriam punidos, mas, percebeu que o Mestre já encerrara os
trabalhos. Agora, era reler o que havia sido escrito e contar tudo
para Helga. De repente, o Mestre voltou para ordenar a Gibran que não
o fizesse, pois, somente ele, Gibran, poderia ter conhecimento dos
fatos relatados.
Gibran tomou todos os cuidados para juntar aquelas páginas a
algumas outras guardadas num arquivo à parte, onde repousavam outras
revelações a serem mantidas no mais absoluto sigilo.
CAPÍTULO VINTE
Trinta anos se haviam passados, desde que Gibran e Helga se
mudaram de Berlim para Stuttgart. Estamos no ano de 1920, e a guerra
já acabou. A idade pesava nas costas de Gibran e Helga, mas, eles
aparentavam menos vinte anos do que tinham na realidade.
Ele perguntava ao Mestre, quando morreria e em que ano
reencarnaria no Brasil. O Mestre negava-se a falar disto, e jamais
Gibran obteve essa informação. As mensagens se sucediam e, com o
passar dos anos, as revelações se tornavam cada vez mais
proféticas, como se Gibran precisasse saber de tudo aquilo, para que
pudesse utilizar aqueles conhecimentos em sua vida seguinte. E, sem
dúvida, não era outra a intenção do Mestre, como Gibran foi
informado numa das mensagens.
Gibran, certa vez, perguntou ao Mestre sobre o futuro da Europa, e
em especial da Alemanha, após a segunda guerra. A resposta trouxe
consigo imagens de crises e sofrimentos, com o povo alemão subjugado
pelas nações vencedoras. Berlim surgiu dividida, com o povo alemão
humilhado com a construção de um muro imenso, que impedia a
passagem de um lado para outro. Muitos morreriam, na tentativa de
alcançar o outro lado, para se juntar à família.
Um dia, o muro seria posto abaixo, por interferência da
Hierarquia, e para a surpresa dos que julgavam essa possibilidade
impossível de acontecer. O muro cairia, do dia para a noite, mas,
nem por isso o povo alemão obteria uma liberdade completa. O estigma
da guerra acompanharia a nação alemã por séculos, antes que a sua
soberania fosse recuperada de fato e de direito.
O Mestre aproveitou para relatar sobre a nova crise financeira que
abalaria o mundo depois do ano 2000, com mais uma tentativa dos
banqueiros internacionais de manipular a economia das nações, de
modo a mantê-las endividadas sobre o domínio de uma instituição
poderosa com a sigla FMI.
Gibran foi informado que os banqueiros de diversas nações, mas
principalmente os norte-americanos, se reuniriam num Banco Mundial e
criariam um Fundo para emprestar dinheiro às nações mais pobres.
Esses empréstimos permitiriam a intromissão nos negócios internos
dessas nações, estabelecendo regras e obrigando-as a seguir ordens
que favoreceriam os interesses das grandes empresas ligadas aos
bancos.
Os países mais pobres receberiam empréstimos em troca de
permitir a extração de suas riquezas minerais, e contrairiam
dívidas que não teriam condições de quitar. Dessa forma, o
controle de sua política interna e externa seria manipulado pelos
países credores, que se tornariam legítimos donos dessas nações.
O mundo aceitaria essa farsa, como se o Fundo pudesse dar uma
condição de vida mais digna para as nações devedoras. Na prática,
as nações seriam exploradas e escravizadas, ameaçadas pela dívida,
que cresceria de modo incontrolável.
Esses e outros assuntos seriam discutidos por todos os países,
reunidos numa Assembleia Internacional de um organismo a ser criado
após a segunda guerra sob a sigla ONU. Todos teriam direito de
manter representantes na Organização, mas, as decisões seriam
tomadas de acordo com a vontade dos países mais ricos e poderosos.
A sede dessa Organização ficaria em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, e funcionaria como um verdadeiro quartel-general da elite
internacional, sob o comando dos Estados Unidos. Se uma nação mais
fraca estivesse incomodando ou dificultando os interesses dos
poderosos, seria aprovada a intervenção da Organização, e para lá
se dirigiriam os exércitos de diversos países para subjugá-la.
Entre esses poderosos também havia rivalidades, com um tentando
passar o outro para trás. E, tudo sob a batuta dos banqueiros
internacionais, que tomavam suas decisões e as comunicavam aos
governantes dos países que formavam a cúpula da Organização. E,
desse modo, o mundo seria governado por mais de um século, até que
um plano estratégico fracassaria, ameaçando o futuro de algumas
tradicionais nações, que se colocariam contra os acordos celebrados
na ONU.
Tudo começaria como uma trama dos banqueiros e das grandes
multinacionais, com o apoio do Tesouro norte-americano, numa
tentativa de controlar as riquezas dos países europeus. Seria criada
uma moeda única para circular entre os países europeus que se
reuniriam em torno de um ideal comum, com a criação da União
Europeia.
A moeda chamada euro substituiria as moedas nacionais, e seria a
moeda oficial circulante, aceita por todas as nações da Europa.
Moedas fortes seriam desativadas, o que acarretaria o caos econômico
dentro da União Europeia. Os países não teriam seus programas
econômicos individuais, mas, atrelados à supervisão e fiscalização
de um grande Banco Europeu, centralizando nele os planos econômicos
de cada nação.
A tentativa de uma moeda única europeia escondia uma intenção
de fortalecer o dólar que estava sendo sustentado pela pressão do
governo norte-americano junto aos seus aliados. A moeda americana
perdeu o lastro, devido à inflação provocada por uma emissão
abusiva, a fim de financiar guerras e intervenções políticas dos
Estados Unidos em países dominados por ditaduras a serviço do
governo norte-americano.
Desvios de recursos milionários para alimentar guerras, financiar
acordos e subornar governos, tudo somado à ganância dos banqueiros
e dos empresários que detinham o poder das multinacionais,
provocariam a quebra do sistema, gerando uma crise incontornável,
que viria a estourar após 2020. Todo o sistema ruiria e a crise
seria mais grave do que a de 1929.
Gibran ficou tentando imaginar a grandeza dessa crise, o que era
impossível, considerando-se o que se conhecia de comércio
internacional e das influências dos bancos sobre as diversas nações,
naquela época de 1920.
Gibran tratou de copiar o que as mensagens diziam, e absteve-se de
tentar entender a profundidade da crise. Achou melhor esperar a sua
nova encarnação no Brasil, para procurar entender com maior
clareza, o que o Mestre estava relatando.
Gibran cansou-se, e esperou que o Mestre finalizasse os trabalhos
por aquela noite. Helga já estava dormindo, e ele precisava muito se
estirar na cama, e repousar mais a mente do que o corpo. Ele largou a
pena, esticou o corpo, juntou os papéis e foi dormir.
Era preciso descansar, pois, no dia seguinte, eles receberiam um
dos casais amigos para jantar. E esses jantares costumavam entrar
pela madrugada, tantos eram os assuntos postos à mesa. Os temas iam
da política de pós-guerra aos pés de frutas que estavam
carregadinhos dessa ou daquela espécie. Os homens discutiam os
efeitos da guerra, as mulheres, as receitas dos doces. E, sem
separações, os casais falavam dos filhos distantes e das saudades
que sentiam.
Gibran já pegou no sono, afinal os assuntos na ordem do dia foram
exaustivos. Os sonhos, talvez, não o deixem descansar a mente, pois
há de ter levado para a cama, os polêmicos relatos do Mestre, que
tanto mexeram com os seus sentimentos. Amanhã é um novo dia, e
novas mensagens hão de ocupar, em sua mente, os espaços deixados
vazios de véspera.
Incrível!
ResponderExcluirA vida, as predições, as confirmações, os acontecimentos vão se denrolando à nossa frente com que confirmando o que St. Germain disse a Gibran. Agora, resta confirmar com a Numerologia o que o futuro nos reserva. Muito trabalho temos que fazer.
Um grande abraço!
Jorge
O pior de tudo, meu caro, Jorge Vicente, é que a história se repete.
ResponderExcluirQuando se pensa que tudo já passou, nova onda se abate sobre todos nós, trazendo de volta o tempo novo, que só atualiza o velho.
Os acontecimentos são cíclicos, eles sempre se repetem num padrão acima dos fatos passados.
Quem acompanha a história prediz o futuro.
O Mestre ensinava esta verdade ao discípulo, e nos tratemos de aprender com a história.
Abraço.
Gilberto.
O curioso da história, Memórias de um Profeta, como também acontece com todos os bons livros que temos oportunidade de conhecer, é que retornando para reler os capítulos, descobrimos detalhes que, à primeira vista, passaram um tanto desapercebidos.
ResponderExcluirGilbran tornara-se um ávido leitor em busca de conhecimentos. Lia muito e “Um desses livros chamou-lhe a atenção mais do que os demais, por ensinar o discípulo a se conectar com o Mestre’’. Que livro seria esse?
O caminho parece ter sido escrever um diário no qual registrava uma conversa com o Mestre na expectativa de em algum momento obter uma resposta e ela veio de uma maneira intensa. O nosso Mestre enfatiza sempre essa necessidade de escrever, registrar a cada dia nossas impressões e questionamentos.
Gilbran também foi orientado, da mesma maneira que nós, a nos utilizarmos criteriosamente do pêndulo para obter as respostas que necessitamos.
Então observamos que a leitura de Memórias de um Profeta não é simplesmente acompanhar uma história bem encadeada, mas um aprendizado e a aquisição de informações sobre diversas ferramentas que podemos utilizar para descobrir paulatinamente esse mundo oculto.
Um grande abraço
Avelino
É isso mesmo, Avelino, este não é um livro que conta uma história, mas, uma história que está contando muito mais do que está escrito.
ResponderExcluirEla narra fatos, enquanto trata das legítimas causas universais, que são atemporais, e que, sempre, provocam conflitos e guerras.
Continue a buscar nas entrelinhas, e, talvez, aprenda bem mais do que nas aulas.
Abraço.
Gilberto.