Diante de tamanha aprovação e de sinceros pedidos para uma aceleração em nossa narrativa sobre o casal Gibran e Helga, dou-lhes, hoje, 4 capítulos, esperando que, assim, controlem a ansiedade.
Sem mais delongas, voltemos à Alemanha, do final do século XIX e início do século XX.
Boa leitura!
Abraços.
Gilberto.
MEMÓRIAS DE UM PROFETA - CAPÍTULOS 4, 5, 6 E 7.
CAPÍTULO QUATRO
A casa do mestre, escondida por trás de árvores, era uma
construção simples de pedra, como a maioria da região. Eles foram
seguindo a trilha, abriram um portão quase despencado e bateram à
porta. O mestre atendeu-os com um largo sorriso, que parecia um misto
de satisfação e surpresa. Eles pensaram que, talvez, tivessem
surpreendido o mestre, que não esperava que cumprissem o compromisso
assumido no restaurante.
Entraram na casa, que tinha uma sala apertada, mas suficiente para
comportar uma mesa com dois bancos de madeira e uma cadeira estofada,
que parecia ser exclusiva do mestre. Sentaram-se nos bancos, e o
mestre se acomodou na cadeira.
O mestre comandou a conversa, e falou por mais de uma hora de
assuntos banais, que não despertaram a atenção dos dois
visitantes, que ouviam calados e sem entender muito bem o que faziam
naquela casa.
Helga resolveu parar com aquela conversa fiada, e interrompeu o
mestre com uma pergunta direta sobre os mistérios que tinham ouvido
no centro de Stuttgart. Ele parecia esperar a intervenção, e com um
sorriso no canto dos lábios, começou a responder a Helga.
Os assuntos foram se sucedendo, e se aprofundando nos mistérios
do ocultismo e da teosofia. O casal ouvia calado, e Joseph, este era
o nome do mestre, falava sem parar, e dava a impressão de se
deliciar com o espanto estampado no rosto dos dois atentos ouvintes.
Eram 10 horas de uma manhã de sol, quando eles chegaram à casa
de Joseph, e foi no lusco-fusco de fim de tarde que de lá eles
saíram. Percorreram o caminho de volta, calados e pensativos. Um ou
outro murmúrio interrompia o silêncio, de tempos em tempos.
A noite foi longa. A conversa entre os dois estendeu-se pela
madrugada. Helga foi dormir e Gibran ainda ficou tomando nota de uns
dados para pesquisar no dia seguinte. Era quase manhã, quando ele
deitou. O repouso, porém, não passou de três horas.
Ele disse a Helga que ia até o comércio comprar uns livros.
Preparou a charrete, e confrontando o tempo, já estava de volta,
quando mal havia saído. Abraçado a um monte de livros, Gibran
entrou na sala, e pousou tudo sobre a mesa. Helga arregalou os olhos,
mas, sem perda de tempo, ele começou a desfolhar o primeiro dos três
que ocupariam o seu dia.
Gibran se trancou no seu recanto, meio escritório, meio templo.
Quinze minutos para o almoço interromperam a leitura, que somente
foi dada por concluída com a chegada da noite. Enquanto comiam, a
conversa foi posta em dia. Helga falou do livro que estava lendo, e
de revelações estranhas, que ela nunca tinha ouvido antes. Gibran
deu a sua opinião, e também relatou algumas afirmações
misteriosas, contidas no livro que havia devorado de manhã à noite.
CAPÍTULO CINCO
Durante todo o mês, o ritual se repetia. Acordar cedo, ler por
todo o dia e troca de opiniões, antes de dormir. Um dia na semana,
visita a Joseph, de onde voltavam mais confusos do que esclarecidos.
Eles anotavam as questões a perguntar, e traziam outras tantas de
volta.
Joseph falava dos Pequenos e Grandes Mistérios, detalhava os
rituais de Iniciação da Teosofia e revelava as experiências
místicas encerradas nos secretos rituais do templo. Gibran ouvia
calado e pensativo. Helga não se continha, e pedia detalhes e
explicações. Ele intuía os fatos. Ela cobrava detalhes, não
deixando nada sem uma resposta lógica e concreta.
Joseph bem que tentava atender os questionamentos de Helga, mas,
por mais que justificasse que certos mistérios não poderiam ser
entendidos pela razão, Helga não se conformava em aceitar verdades
sem provas. Assim, eram os dias de visita ao mestre. Eles chegavam
pela manhã e saíam à noite. Levavam o que comer e o mestre
oferecia o que beber.
De volta ao aconchego do lar, alongavam-se as noites. E, nos dias
seguintes, eram leituras e anotações, conferindo os ensinamentos do
mestre e preparando novas perguntas. A horta ficou esquecida no meio
do quintal. As flores meio murchas rogavam atenção. Gibran e Helga,
seduzidos pelos conhecimentos e mistérios da teosofia, buscavam
explicação.
Transcorrido um mês de peregrinação à casa do mestre, os dois
decidiram espaçar as visitas, de modo a buscar as respostas nos
livros e dar descanso ao mestre. Joseph andava um pouco adoentado, e
sua filha tinha vindo cuidar-lhe da saúde, por uns tempos. Era uma
boa justificativa para dar uma trégua ao mestre.
CAPÍTULO SEIS
O adoecimento do mestre mexeu com o emocional do casal. Helga
levantou a questão da causa da doença estar relacionada ao fato do
mestre comer alimentos gordurosos e insistir no hábito de fumar.
Gibran pesquisou livros sobre alimentação vegetariana, adotada por
seres espiritualizados, em todas as fases da história da humanidade.
De uma conversa informal, surgiu a decisão do casal. Abolir carnes e
gorduras, e se tornarem vegetarianos.
Alimentação saudável e leitura espiritualizada fizeram-nos
sadios no corpo e na alma. Gibran lia muito e Helga retornara aos
poucos a cuidar da terra. Disposição não lhes faltava, o tempo
sim, este era curto e insuficiente.
Encerrada a pesquisa num lote de livros, Gibran se dirigia à
biblioteca, e de lá retornava com uma nova coleta de títulos
teosóficos e místicos. Um desses livros chamou-lhe a atenção mais
do que os demais, por ensinar o discípulo a se conectar com o
Mestre.
Gibran estudou todos os detalhes e se preparou para iniciar a
prática. O livro fornecia um modelo de carta ao Mestre, a ser
redigida diariamente pelo discípulo que buscasse o contacto com seu
Mestre.
Durante as primeiras duas semanas, Gibran repetia
disciplinadamente a mesma escrita, sem alterar uma vírgula sequer.
Ele se concentrava no teor da carta como se estivesse visualizando o
destinatário. Ele quase era capaz de sentir a presença do Mestre,
ou, melhor seria dizer, a imagem do Mestre, para não incorrermos em
exageros.
Helga procurava se inteirar do processo, e até tentou redigir
umas cartas, mas não foi além da terceira, e mesmo assim, deixando
a última incompleta. Ela não era chegada a estudos mentais e a
práticas repetitivas, ou qualquer experiência que exigisse uma
disciplina muito rígida.
Gibran prosseguiu seus estudos, buscando informar-se sobre os
Mestres Ascensionados, e suas governanças sobre a humanidade
terrestre. Ele Inteirou-se sobre os Sete Raios, e ficou muito
impressionado com a ligação de cada Mestre com um grupo de
discípulos que ficava sob o foco da sua atenção. O Mestre
controlava a evolução dos seus discípulos através dos seus
Adeptos, que eram seres muito evoluídos ligados a cada um dos Sete
Raios.
Gibran copiou diversos trechos do livro sobre os Sete Raios. Ele
queria consultar Joseph sobre a relação de Mestre e discípulos, já
que sentia um forte desejo de reconhecer o seu Raio e saber a que
Mestre estava ligado.
No dia seguinte pela manhã, Gibran colocou dois livros debaixo do
braço e os apontamentos no bolso da camisa. Deu um beijo no rosto de
Helga, deixando-a plantando suas ervas aromáticas, e se pôs na
estrada.
Enquanto caminhava, Gibran pensava sobre as questões que
pretendia formular ao mestre. Ele pensava em tudo que lera, e nas
cartas que vinha escrevendo para um Mestre que ainda não lhe
respondera. Ele sabia que obteria resposta, só não sabia como ou
quando. Joseph devia ter a resposta que ele vinha procurando
encontrar nos livros.
Já fazia um bom tempo que ele não visitava o mestre, não por
falta de vontade, mas para não prejudicar sua convalescença de um
distúrbio hepático que fora agravado pelos maus hábitos
alimentares.
Em sua última visita à biblioteca, ele encontrara a filha de
Joseph, que lhe deu boas notícias sobre a saúde do pai, já
recuperado e apto a receber visitas. Daí a um convite formal para
uma visita foi uma questão de dois quarteirões de caminhada lado a
lado. Despediram-se, e ele se comprometeu que logo visitaria o
mestre.
Era a prometida visita que ele estava a ponto de cumprir,
caminhando por aquela estradinha margeada de árvores e aves, umas
silenciosas e inertes, as outras, barulhentas e em contínuos
movimentos.
Gibran puxou o ar, enchendo os pulmões e oxigenando o cérebro,
numa prévia para acalmar os nervos que ficavam mais agitados à
medida que se aproximava da casa de Joseph. A sua mente estava tomada
de perguntas e sem espaço para mais nada. Era preciso acelerar o
passo.
CAPÍTULO SETE
Joseph recebeu Gibran com um forte abraço e um largo sorriso.
Sentaram-se frente a frente, e depois das trocas de gentilezas
formais, perguntas sobre a saúde do mestre e às ervas de Helga,
Gibran tomou a palavra e deixou transbordar toda a sua ansiedade. O
mestre ouviu-o atentamente, com um olhar entre espanto e admiração.
Concluído o rosário de questões e dúvidas que atormentaram
Gibran nos últimos dias, coube ao mestre tomar a palavra e saciar a
curiosidade do discípulo. Gibran não desgrudava o olhar do rosto do
mestre, que parecia mudar de feições a cada instante. A sensação
é que o mestre tornava-se mais moço, à medida que discorria sobre
os mistérios da vida e da morte.
Gibran prestava atenção, e vez por outra, usava a própria
explicação do mestre para emendar em outra pergunta. Joseph a tudo
respondia, como se houvesse estudado a lição, e estivesse bem
preparado para a prova a que estava se submetendo.
Gibran pediu detalhes sobre a lei do karma e a reencarnação. E o
mestre detalhou as diversas teorias a esse respeito. O discípulo
quis saber se era possível saber sobre suas vidas passadas, e o
mestre respondeu que sim, exceto quando se tratasse de uma vida
velada. Gibran quis entender o que seria uma vida velada, e Joseph
explicou-lhe que, algumas pessoas exerceram uma função que não
poderia ser revelada nas vidas seguintes. Por isso, quando os
videntes acessavam a aura dessas pessoas, não era possível obter
informação daquela encarnação, ou de todas, se estivessem
relacionadas entre si.
A curiosidade de Gibran chegou ao auge, quando provocado pelo
mestre, soube que havia sido um mártir na época da revolução
francesa. Joseph, com um sorriso meio zombeteiro, meio provocativo,
sorria e olhava para Gibran, observando em detalhes suas incontidas
reações de espanto e ansiedade.
Gibran ouviu, então, a narrativa do mestre sobre a sua vida na
França. Soube ter sido um médico que frequentava a corte e cuidava
da saúde dos reis. Íntimo da nobreza, e desafeto de muitos
ministros que conspiravam contra os monarcas, e que não se sentiam à
vontade com a sua presença, que gozava da simpatia e da confiança
do casal real.
Joseph sorvia cada revelação, diante de um Gibran extasiado com
a ideia de ter frequentado a corte de Luís XVI e Maria Antonieta, e
haver sido seu médico de cabeceira. E, de Maria Antonieta, parece
ter frequentado mais a cabeceira do que a do rei. Não por ser a
rainha mais doente que o rei, mas, por certa intimidade que havia
entre os dois.
O mestre olhava com um olhar de soslaio para Gibran, e, com um
sorriso, se desculpava da intriga, mas era o que corria pelos
corredores de Versalhes. Houve paixão, mas a rainha era pródiga na
oferta de amor, e ele não fora o seu único amante.
Gibran sentiu-se transportado para Paris, ouviu valsas e dançou
um minueto com a Condessa d’Adhemar, amiga da rainha e íntima do
conde de Saint Germain. Gibran vinha lendo com um enorme interesse o
papel de Saint Germain junto aos reis de França, tentando salvar a
monarquia, no que não obteve êxito.
A voz do mestre, pronunciando o nome do grande místico, despertou
Gibran, que sonhava com a corte, com a rainha e com o conde de Saint
Germain. De volta à realidade, Gibran mal teve tempo de se recuperar
do susto, quando ouviu Joseph afirmar que ele, Gibran, fora muito
amigo de Saint Germain. E concluir que tivera uma participação
muito ativa nos acontecimentos que culminaram com a queda da
Bastilha.
Joseph ensinou Gibran a consultar o pêndulo para encontrar
respostas sobre os fatos ocorridos na França e em suas outras vidas
anteriores, na Itália, em Portugal, na Inglaterra e por inúmeras
vidas passadas, que lhe foram sendo reveladas, enquanto conversavam.
O mestre mostrou-lhe o processo de segurar o pêndulo, se
concentrar no seu Mestre Espiritual e pedir-lhe ajuda para acessar os
registros do Akasha. Se o pêndulo girasse no sentido horário, a
resposta seria sim, no sentido inverso, a resposta seria negativa.
Gibran interrompeu o mestre, com a alegação de que não sabia
quem era o seu Mestre Espiritual, que não tinha como solicitar-lhe
ajuda. Joseph soltou uma gargalhada, e perguntou a Gibran se ele
ainda não percebera que Saint Germain era o seu Mestre.
Gibran engasgou, e não sabia o que responder. O mestre concluiu
afirmando que, pelo fato de terem realizado trabalhos conjuntos na
Inglaterra, em Portugal, na França e dentro de mais alguns anos, ali
mesmo na Alemanha, o Mestre o adotara como seu discípulo, passando a
orientá-lo e protegê-lo.
Gibran pediu mais detalhes, mas Joseph alegou cansaço, e prometeu
novas revelações, em suas próximas visitas. Levantou-se, abriu uma
caixinha de madeira com um cristal rubi na tampa, e de lá retirou um
belo pêndulo de ametista com um cordão dourado e prateado, e
presenteou-o a Gibran.
Gibran ficou em estado de graça, mal acreditando que, depois de
todas as revelações sobre suas vidas passadas e as intimistas
minúcias sobre sua passagem pela história da França, ainda seria
presenteado com aquele mimo que responderia suas perguntas sobre os
mundos ocultos.
Gibran agradeceu sensibilizado a Joseph, abraçou-o e se despediu.
A tarde já estava caindo, o tempo se passara sem que ele percebesse
que conversara por horas com o mestre. Helga devia estar preocupada,
mas ela sabia que conversas com Joseph não costumavam ter hora
marcada.
Apressou o passo, e quase experimentou correr pela estrada que
separava sua casa da casa do mestre. O ar estava morno, havia uma
estranha brisa soprando em seu rosto, as folhas se mexiam como se
acenassem à sua passagem.
Ele chegou ofegante em casa, e já encontrou a mesa posta e um
cheiro no ar de uma deliciosa sopa com ervas, que Helga vinha
aprimorando a cada dia. Ele abraçou-a, beijou-a, e se sentiu bem por
viver naquela casa, naquele lugar.
Ela sorriu para ele, retribuiu o carinho, e intimou-o a sentar-se
à mesa, e entre um gole e outro, contar tudo que ouvira, sem deixar
de lado uma vírgula sequer. Ele só pediu um tempo para jogar água
no rosto, lavar as mãos e descansar os pés da bota empoeirada, que
o conduzira por caminhos bem mais distantes do que aquele que
percorrera, entre sua casa e a do mestre.
Cumprido o ritual de purificação, os dois saborearam a sopa
eucarística que operara o milagre de saciar a fome e purificar a
alma. A conversa serviu de sobremesa, transformou-se em chá da
meia-noite e quase virou café da manhã.
Gibran não conseguiu pegar no sono antes das 4 horas da
madrugada, e Helga teve um sono agitado com muitos sonhos, alguns
quase pesadelos. Os dias seguintes prometiam grandes surpresas, e
surpresas eram tudo com que eles mais sonhavam.
Querido mestre Gilberto, escrevo extasiada e emocionada diante de tantas revelações e mistérios. Extasiada pois me encantou! E emocionada pois senti o amor e carinho de Joseph por Gibran ao relatar de suas vidas passadas e fornecer tantas palavras que com certeza alimentaram sua alma. O carinho perceptível, a verdadeira conexão com o mestre e discípulo...senti a alegria de Gibran ao vibrar com a pura gratidão de estar num lugar abençoado vivendo junto de pessoas abençoadas e se nutrindo da verdade e da vida. Mal posso esperar pelos novos capítulos...a vida de Gibran e Helga terá mais emoções dessa vez envolvendo a numerologia? Vamos aguardar!
ResponderExcluirQuerida Caroline:
ResponderExcluirTudo que se passa na história de Gibran e Helga encontra explicação na Numerologia.
Não se prenda a citação de números, apenas leia e deduza os números que estão por trás de cada acontecimento.
As revelações místicas se estendem por toda a narrativa, e são elas que revelam os números.
Abraço carinhoso.
Gilberto.
Meu querido mestre,
ResponderExcluirOs sete raios, a presença de St. Germain, o amor e a sabedoria do nosso mestre instrutor 22, tudo numa narrativa fluida que instiga a leitura e pede por mais!
Muito obrigado!
Jorge
Helga é mais impaciente, mas ao mesmo tempo objetiva. Procurou encurtar logo aquela conversa que julgava fiada, solicitando que o Mestre fosse logo ao assunto que os levara até ali. A partir daí a conversa tornou-se por demais interessante, prendendo-lhes a atenção a ponto de ao chegarem em casa e não conseguirem nem dormir.
ResponderExcluirGilbran tomado de profundo desejo de rapidamente mergulhar nesse mundo novo que se lhes abria, procurou se aprimorar através dos livros, os quais foram lidos com toda a avidez.
Nas visitas subsequentes à casa de Joseph, o Mestre, Gilbran ouvia e procurava absorver os novos ensinamentos sem perguntar muito. Era capaz de intuir. Helga exigia respostas lógicas e concretas e verdades com provas.
Interessante a observação na história do progresso espiritual que conseguiam através da leitura adequada e como também modificaram os hábitos alimentares adotando a alimentação natural.
Muitos aspectos interessantes na leitura desses textos. Poderíamos comentar sobre diversos ângulos, principalmente sob a perspectiva numerológica, que consigo vislumbrar, mas ainda não me atrevo a comentar. Queria dizer que nos vemos ora como um Gilbran ora como Helga. Tenho o privilégio de assistir às aulas presenciais e estar no Caminho do Artesanato todos os sábados e é como se estivéssemos na casa de Joseph. Muitas vezes voltei mais confuso que esclarecido e cheio de questionamentos, da mesma maneira que nossos personagens. Mas ao mesmo tempo começamos a aprender que os Mistérios não podem ser explicados pela razão. Por aqui também já ouvimos falar dessa possibilidade da conexão com o Mestre e buscar o saber nos livros. As nossas dúvidas, como Gilbran, podem ser sanadas em todas as manhãs de sexta-feira em um papo direto com o Mestre.
Creio que Helga continuou a se interessar por esses assuntos espirituais, mas à sua maneira. Não era muito chegada a estudos mentais, práticas repetitivas ou experiências que exigissem muita disciplina. Preferiu mais continuar cuidando de suas plantas e ervas aromáticas, coisa que fazia com grande prazer.
Gibran, por sua vez, tomou um outro caminho continuando próximo ao Mestre, sempre com suas múltiplas questões. Os portais lhe foram abertos e o que aconteceu depois, todos já sabemos, afora o que vem por aí.
Apenas uma passagem acontecida no livro espero não ser coincidente. Saúde, Mestre Gilberto.