sábado, 24 de março de 2012

SOMOS TODOS IGUAIS?

A pergunta, eu a dirijo a ti, meu assíduo leitor. E o que me dizes?

Na tua resposta, tu deves repetir aquele tradicional lenga-lenga, que nos faz crer que todos nós somos iguais, por favorecer o discurso do “cada um por si”.

É claro que, por uma questão de princípios, todos nós somos iguais. Mas, este princípio não tem outra finalidade senão beneficiar aqueles que são mais iguais que os outros. Essa é uma forma jocosa de acusar os favorecimentos de alguns em detrimento dos direitos dos outros. Não custa repetir a famosa frase: “Todos nós somos iguais, só que uns são mais iguais do que outros”.

Não há como negar que possuímos valores e aspectos essenciais que nos tornam semelhantes entre si. Entretanto, ao mesmo tempo, cada qual possui a sua condição individual que o diferencia dos demais.

Quando comparamos os fios de cabelo ou uma amostra de sangue, através do exame de DNA, percebemos as características individuais que tornam cada criatura um ser único.

Da mesma forma que nós somos diferentes no corpo físico, possuímos estruturas psicológicas distintas. E, quando analisamos essas diferenças com mais profundidade, podemos perceber que cada indivíduo possui ideias, conceitos e valores próprios. Quase todos, é verdade, colhidos no mundo à sua volta, mas o ser humano é assim mesmo, ele copia muito mais do que cria. Poucos criam, a maioria copia.

Num determinado momento da vida, alguns começam a se desvencilhar das amarras do sistema, e passam a perceber que possuem os seus próprios valores, a sua própria maneira de pensar e um caráter individual, que são padrões da nossa natureza humana.

Os mais sábios começam a se dar conta que é tolice tentar ser como todos os homens de sucesso, pois cada um tem a sua missão. Tentar alcançar o mesmo sucesso de uma figura famosa por nós admirada pode ser um ato louvável, por nos fazer perseguir certos ideais, mas, certamente, nos causará, mais tarde, uma imensa frustração.

A situação se agravou com o desenvolvimento dos meios de comunicação, que aproximou os povos antes distantes, fazendo com que as mensagens da mídia provocassem o sonho da conquista das mesmas fortunas, poder e fama das grandes celebridades internacionais.

Diante disso, a maioria das criaturas sofre por tentar ser o que não é, e se esquecendo de desenvolver os seus autênticos valores. Os arquétipos são universais e se fazem presentes no inconsciente de todos nós, o que até justifica esse modo de agir. No entanto, esses arquétipos se combinam em variações infinitas para criar a psique humana individual.

Aos poucos, e individualmente, cada qual é levado a se conhecer a si mesmo. E, quando, por fim, isto acontece, percebe-se que não é preciso imitar ninguém, pois o que cada um já tem é riqueza suficiente, e bem mais do que se sonhava ter.

Meu atento leitor, se já conheces a base da numerologia, que tanto insisto em mencionar por aqui, saberás que cada um tem a sua missão, e que os estágios de evolução variam de um para outro.

Se a minha missão for regida pelo número 4, o meu dever para com a alma é trabalhar e fazer o melhor em minhas atividades físicas, deixando de lado os ambiciosos sonhos de chefias e comandos. De nada adianta tentar tomar o controle e o comando dos negócios, pois a posição de liderança não estará reservada para ser entregue em minhas mãos. E se o for, ainda que saiba o que fazer com ela, não me sentirei realizado.

Isto, na certa, vai custar-me censuras e reprovações, por não ambicionar promoções e ficar satisfeito com a minha função de operário da obra, e não lutar para me tornar o arquiteto construtor.

Parece um erro, não é mesmo? Não lutar para ser o líder, tem um sabor de frustração para quem está de fora, mas não para quem sente na alma que a sua pretensão nesta vida não é comandar, mas executar as tarefas que lhe são delegadas.

O sistema nos provoca e nos instiga à luta, pois para os donos do poder, quanto mais se lutar para crescer e tentar alcançar o inatingível, mais eles lucram com os nossos esforços. Eles criticam os que se contentam com muito pouco para ser felizes, acusando-os de acomodados. Eles patrocinam os atos ambiciosos que, muitas vezes, tornam um pobre coitado, competente operário, num frustrado e sofrido comandante fracassado.

A humanidade não se dá conta que está sendo levada a fazer o que alguns poucos estabeleceram como padrão ideal de comportamento. As propagandas enganosas e que se alimentam de palavras de estímulo aos egos vaidosos desviam muitos seres bondosos e humildes, porém ingênuos e vaidosos, do caminho da missão.

Tu, surpreso leitor, que sempre ouviste dizer que todos nós somos iguais, trata de reconsiderar as tuas crenças, pois a igualdade que se aplica às leis dos homens, e assim mesmo com muitas ressalvas, não têm ressonância no mundo espiritual.

Um dia, fomos todos iguais, mas, com os ciclos de encarnação, já não somos mais. Uns evoluíram mais do que outros, e as diferenças foram surgindo e se ampliando. O melhor é tratar de se conhecer melhor, e procurar saber qual é a tua missão, pois só assim podes pretender compensar o tempo perdido.

E, uma recomendação de amigo, desliga a TV quando políticos e governantes vierem com essa história de que todos os cidadãos são iguais perante as leis. É verdade que isto é o que está escrito, mas para os políticos não vale o que está escrito. E para os Mestres, não há nada que os convença que uma alma kármica possa ser considerada igual a uma alma de mestre.

4 comentários:

  1. Bem,Sr.Gilberto,eu nunca estudei numerologia,
    mas,por sempre me sentir diferente,eu sei o quanto é difícil ser diferente(durante a minha infância foi muito mais difícil).Mas, acho que seria pior se eu tivesse que ser igual a todo mundo! A não mudança será por insegurança?
    No final,você acaba comendo o que está na moda,vestindo, ouvindo...enfim você não escolhe nada,só obedece!!
    Por ,que as pessoas se dizem tantas coisas ligadas a espiritualidades,e têm o mesmo comportamento das que não são?
    Que bom que eu tenho a oportunidade de falar.
    Boa semana.Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Minha assídua e comentadora leitora, Andréa:
    Espiritualidade não é religião e nem se comprova com a confissão pública de fé. A espiritualidade é uma questão de consciência.
    Não se pode explicar com facilidade o que seja espiritualidade, mas é fácil apontar o que não seja. Aquele que bate no peito e se diz santo, aquele que crítica os que não seguem a sua religião, aquele que não perdoa os erros alheios, este não é uma pessoa espiritualizada, ainda que possa ser religiosa.
    A religiosidade é uma das formas de se manifestar a espiritualidade, mas não faz do seu seguidor, o padrão da criatura espiritualizada. Infelizmente, na maioria das vezes, a intransigência religiosa acaba por afastar os mais espiritualizados de sua igreja.

    Como se pode verificar, os diferentes são os que estão mais próximos da espiritualidade. Eles não seguem a moda, não valorizam o que a maioria acha indispensável e não seguem a mídia, a ditadora de hábitos e costumes modernos.
    Eles são independentes para assumir suas crenças.

    Fale sim, e o que achar que deve ser dito.
    Aqui é um tribuna livre, não há censuras e nem proibições.

    Um abraço.
    Gilberto.

    ResponderExcluir
  3. Mais complicada do que os cálculos da numerologia é a sua interpretação, que é como arte. Entender e interpretar números díspares num mesmo mapa, mestres e cármicos, levando em conta a complexidade da psique humana, isso é muito difícil. Está correto o que disse?

    Abs,

    Daniela

    ResponderExcluir
  4. Minha querida leitora, Daniela:
    A numerologia exige duas condições básicas:
    1. domínio da técnica
    2. conhecimento filosófico e espiritual.

    Unir essas duas condições é o segredo da análise.

    A dificuldade, como em tudo na vida, ficaria por conta de não se ter o domínio dessas técnicas.
    A interpretação funciona, de fato, como arte, já que exige uma criação da imagem perfeita do tema analisado, através de uma técnica a que chamo de Trama da Alma.

    Só mesmo estudando.
    Abraços.
    Gilberto.

    ResponderExcluir