quinta-feira, 7 de agosto de 2014

TEIA AMBIENTAL - A FONTE SECOU?

Meus queridos leitores:
De onde vem a água que nós necessitamos para viver? Dos rios que estão secando ou dos reservatórios quase secos? Quem respondeu um ou outro, errou.
Esta água potável vem da chuva. 
E de onde vem a chuva? Das nuvens ou de uma caixa d'água nos céus? Mais uma vez, nem uma nem outra das duas opções. E não debochem, pois tem gente que acredita que a água da chuva vem de um reservatório pertinho do céu.
 A chuva vem da água que evapora dos rios e lagos. E, se os rios e lagos estiverem secos? Que dilema, hein!
Parece que as previsões estão se confirmando. A guerra vai se deslocar das terras do petróleo para as regiões com água.
Certamente, a tecnologia moderna não permitirá que as populações morram de sede!
Será que isto irá de fato acontecer?
Ou mais uma guerrinha dará mais riquezas aos promotores das guerras, enquanto os governantes esperam que o tempo resolva a situação ou uma reza forte quebre o encanto da seca. 
Não, ninguém faz nada, só se espera que venha a chuva. 
A chuva não vem e ninguém se dá conta que só a chuva não será suficiente para encher reservatórios que precisam de bilhões de litros para atender o consumo de nossas mega cidades espalhadas pelo mundo. 
São Paulo é somente um pequenino exemplo do que está ocorrendo no mundo. 
A irresponsabilidade do predador homem está poluindo as águas e alterando o ciclo das chuvas. 
Os rios são represados depois de ter seus cursos desviados, e vão morrendo ás minguas, sem que ninguém se dê conta que um dia eles vão secar. 
O clima está sendo violentado pela criatura humana, a natureza é desrespeitada e a água usada para fins econômicos com um desperdício assustador. 
Depois, os jornais estampam notícias alarmantes e, que parecem ser surpreendentes, falando de crises no abastecimento e na produção de energia elétrica. 
No dia seguinte, a vida continua. As eleições são mais importantes para os governantes do que a ameaça de seca no estilo nordestino. 
Quem conhecia o drama do sertão nordestino à distância, agora pode testemunhar o que seja uma seca sem sair do sudeste do país. Se continuar assim, mais tarde será o sul que vai secar. 
O norte tem água de mais, é o que acreditam os que estão interferindo no clima da Amazônia, cortando árvores, explorando os agronegócios e a pecuária, e construindo hidrelétricas.
A preocupação é com a energia elétrica e o seu potencial para mover máquinas, acelerar a produção e gerar riqueza para a nação. Para quem mesmo? Poucos enchem os bolsos e a grande maioria vai morrendo de sede.
Isto está acontecendo no mundo inteiro, e ninguém tem coragem de se rebelar contra as grandes exploradoras dos recursos minerais do planeta. O homem só se preocupa com o dinheiro.
Se ainda der para instalar mais alguns watts, que irão mover mais uma maquininha e gerar mais uns trocados, então é melhor deixar mais alguns morrerem de sede, para que a produção não seja interrompida.  
O povo protesta nas ruas contra 20 centavos do transporte público e não é capaz de se revoltar contra a seca urbana. Enquanto der para comprar umas garrafinhas de água no mercado, ninguém perde o capítulo da novela e nem deixa de xingar os dirigentes do seu time que está perdendo a cada rodada. 
Os países ricos invadem os mais pobres para roubar seus tesouros. Antes eram minas de ouro, depois reservas de petróleo e agora mananciais de água potável. Os ataques podem ser através de armas ou do dinheiro. Oferecendo empréstimos a perder de vista, desde que as reservas de água sejam privatizadas, o FMI se faz de carneirinho, antes de mostrar suas garras de lobo mau.
Agora, a cidade de São Paulo está entrando em pânico, com os seus reservatórios secando, e todos só medindo o nível que há para consumo. Quando acabar, acabou.
E o que será que vai acontecer, quando a humanidade se der conta que as notícias vindas de todas as regiões do planeta anunciarem que a fonte secou?
Muitos afirmam que solução existe, mas quem está buscando alguma solução? 
As chuvas escassearam, os níveis dos reservatórios baixaram, as gotas pingam das torneiras.
Uns dizem que a água jamais irá acabar. Outros que é fácil transformar água salgada em potável.
E o que está sendo feito? Nada, rigorosamente nada. 




Eu pergunto, meu atento leitor, será que a natureza irá cantar um dia aquela marchinha dos antigos carnavais, acusando a humanidade de só procurar por ela na hora da sede? 
Quando isto vier a acontecer, podemos levar pela cara uma triste resposta: a fonte secou.
E o povo vai protestar com quem, e contra o que? Vão queimar ônibus? Talvez, pois não haverá água para combater as chamas. Podem quebrar as fachadas dos Bancos à vontade, pois dinheiro não mata a sede. 
E, em algum lugar do universo, o avô conta para o neto uma história triste de um mundo distante.
- A história acaba aqui meu neto - a fonte secou.