quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sonho de um dia de verão


Assim como Shakespeare usa do direito poético de confundir os amantes, no seu Sonho de uma noite de Verão, é nosso dever, invocando o poder sagrado da Numerologia, adotar uma linha inversa, que ajude a clarear a mente dos amantes.

Na literatura ou no mundo real, é o poder emanado das nossas mentes que cria a realidade e determina o caminho a seguir. Tragédias e romances amorosos nascem, vivem ou morrem, por vontade daqueles que neles se envolvem. Ninguém pode mudar o nosso destino, sem contar com a nossa omissão, diante da interferência alheia, já que o destino de cada um é a sua própria missão.

Os livros, assim como os noticiários, narram fugas de amantes, para viver uma grande paixão. Às vezes, lemos que, submetidos a pressões, esses amantes amargam uma sofrida separação. Outras vezes, diante da separação, os amantes preferem a morte.

Nos livros, os autores criam imagens e dão aos personagens, o destino que melhor lhes convêm. Na vida real, cada um é dono do seu próprio destino, e não pode transferir para ninguém a responsabilidade pelo que fizer ou deixar de fazer. Mas, duro mesmo, é saber o que fazer, quando se vive uma grande paixão! Aí, o melhor é recorrer à sabedoria contida na ciência dos números, que aponta caminhos ou ergue barreiras, sinalizando o que deve ser feito, numa linguagem sagrada que, se bem interpretada, responderá a todas as nossas dúvidas.

Ah, um amor de verão! Quem não viveu um amor de verão? Quem nunca sentiu aquela paixão ardente, que faz perder a razão e cria fantasias delirantes, tendo como cenário uma praia tropical com suas areias abrasadoras? É o calor da paixão, o amor à primeira vista, mexendo com os nossos sentidos! É a magia da sedução, o poder de encantamento, a conquista e a aventura, tudo alimentado por impulsos incontroláveis, despertados por uma irresistível atração pelo desconhecido!

Ah, o amor! Mas, será mesmo amor?

Quando o 3 e o 5 se juntam, os sentimentos costumam ficar fora de controle, fazendo surgir sofridos romances e violentas paixões. O 3 é um sonhador, um romântico inveterado, um inspirador de sonhos e de ideais, nem sempre possíveis de se concretizar. O 5 é um aventureiro, um eterno viajante, inquieto e instável, sempre em busca de sensações novas, não se fixando muito nos locais por onde passa, ou nas pessoas com quem convive.

Esse encontro romântico do 3 com o 5 propicia paixões e aventuras tão intensas, quanto fantasiosas, que, às vezes, até parece amor. Essas paixões explosivas, que nascem no calor das férias ou durante uma viagem de repouso, costumam arder como fogo de palha, que provoca labaredas e vira brasas frias, numa fração ínfima de tempo.

Escândalos e traições também são comuns, quando se confunde amor com paixão, fazendo despertar antigos karmas de rompimentos amorosos e adultérios, ocorridos em vidas passadas, e simbolizados pelos números 14 e 16.

Mágoas, decepções, desenganos, são heranças desses apaixonantes amores de verão. Às vezes, esses sentimentos provocam um forte retraimento amoroso, levando à solidão e a recusas de novas experiências amorosas.

Aí, entra em cena o n. 7, com o culto à solidão e ao silêncio, quando a ciência e a religião se encontram, numa celebração mística da união da matéria e do espírito. Com o 7, vem também o resgate de velhos karmas do 16, relacionados a egoísmo, orgulho e vidas auto-centralizadas. É comum a fuga dos grandes centros e a procura de refúgio no campo, em contato direto com a natureza, numa espécie de purificação kármica.

O 7 costuma provocar grandes mergulhos no fundo da alma, atrás de respostas para os nossos segredos ocultos e para a compreensão dos instigantes enigmas da vida.

Surge, então, o místico, o mago, a bruxa, o sacerdote e a sacerdotisa dos rituais secretos, o guardião do portal do templo e a revelação dos grandes mistérios. Calado e solitário, aquele que vive sob a influência do 7 já não se dá conta que o mundo lá fora está chamando-o para novas aventuras e românticas paixões.

O solitário pode, porém, fazer-se um celibatário, cultivando a vida a sós, afastando-se da família e recusando qualquer relação amorosa mais consistente e duradoura. Esta recusa pode ser consciente ou não, mas sempre provocará uma enorme dificuldade de experiências a dois, devido a um critério muito rigoroso de julgar os outros e a uma rejeição quase absoluta de expor a sua privacidade a uma pessoa estranha, ainda que sinta por ela algum sentimento amoroso. O solteirão ou a solteirona são a exacerbação do 7, a total recusa de compartilhar espaços e ideais, enfim, é o culto ao isolamento e à vida à sós. Perde-se, muitas vezes, o contato com o mundo exterior, e em conseqüência corre-se o risco da perda de boas oportunidades sociais e profissionais.

O reverso desse infortúnio é o bom uso do poder mental do 7 para passar conhecimentos, desenvolver pesquisas e sintonizar os planos ocultos, fazendo surgir o especialista, o pesquisador, o ocultista e o mestre espiritual.

Entre uma hipótese e outra, surgem os karmas do n.19, cobrando dívidas de outras vidas, num eterno perde e ganha, até que se aprenda a respeitar tanto os créditos alheios, quanto valorizamos os nossos.

Mas, e o eterno sonho de amor, o tema central do nossos encontros de verão, como ele é interpretado pela Numerologia da Alma?

Se a paixão seria um sentimento impulsivo e descontrolado, simbolizado pela conjunção do 3 e do 5, o amor consistente e duradouro é regido pelo n. 6, que integra a mística dos amantes a uma vida compartilhada, envolvendo família, lar e filhos.

Através do 6, o amor assume uma relação mais abrangente do que uma simples atração física ou um inconsequente sentimento passageiro. O 6 estabelece responsabilidades entre os amantes, provoca mudanças estruturais no modo de cada um passar a ver a vida e cria compromissos mútuos de estender a união, para dar lugar a um lar, a uma família e à geração de filhos. Surge, a partir daí, uma nova forma de relação para definir o amor, que pressupõe direitos e deveres espontâneos, sem sofrimentos ou sensações de perda de liberdade.

Existem os ciclos de casamento, como também existem os do divórcio. E cada um deles tem uma finalidade construtiva, jamais pretendendo punir ou sacrificar.

Um ciclo 6 anuncia o plano da alma de casar, para cultivar o sentimento de amar, de uma forma responsável e compartilhada, mediante a troca de experiências e a superação de desafios comuns.

Quando o 9 surge no primeiro ciclo de vida, sabe-se que será difícil manter o casamento, e uma separação ou um divórcio pode acontecer. Haverá muitas tentativas de união, mas também muitos fracassos e separações. São aquelas almas que não valorizaram as relações amorosas, em vidas passadas, e que agora lutam para manter os seus relacionamentos e, por mais que tentem, nem sempre conseguem sustentar uniões duradouras.

O fato de provocar esses conflitos, quando rege o primeiro ciclo de uma pessoa, não quer dizer que o 9 seja um número que não favoreça o amor. Mas, pelo contrário, ele é uma vibração amorosa de alto grau, relacionada ao amor universal, o amor humanitário, o amor voltado mais para a coletividade do que para si mesmo. Os efeitos separatistas do 9 num primeiro ciclo se explicam por ser ele um número terminador e não iniciador, uma energia de fechamento e não de abertura. Assim, quando ele surge no início da vida, ele é forte demais para que as pessoas suportem suas exigências de despojamento e dedicação aos outros, mais do que a si mesmo.

O 6, portanto, é o número do amor pessoal, aquele sentimento dedicado a uma ou a algumas pessoas. É o amor à família, aos amigos e àqueles que são mais chegados.

O 9 expressa uma outra forma de amar, mais ampla, menos pessoal. É o amor a todos, e não a alguns apenas. É o amor à humanidade, a quem nunca se viu, com quem jamais se falou. Ama-se, porque todos são reconhecidos como partes de nós, ainda que nada se saiba a respeito deles.

O 6 é o símbolo do amor pessoal, enquanto o 9, do amor coletivo. O 6 é o instigador dos sentimentos generosos e bondosos, que fluem nas relações domésticas, geram e alimentam os filhos e se estendem à comunidade mais próxima.

O 9 é o símbolo do amor espontâneo, sem causa lógica, nem explicação concreta. Ama-se a qualquer um que esteja carente de ajuda, ama-se porque não se admite discriminações, nem censuras e perseguições, muito menos violências e torturas. Ama-se não a este ou àquele, ama-se à humanidade inteira.

O 6 e o 9, ambos, são números de amor, e são eles os legítimos símbolos numerológicos que expressam esse sentimento sagrado, sinônimo da própria vida e semente da criação divina.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Entre a Matéria e o Espírito


A Numerologia, como produto de consumo fácil, tomou um caráter meramente figurativo.
A simples manipulação de fórmulas numerológicas faz com que muitos se julguem e se digam numerólogos. Falta-lhes, porém, a essência filosófica, o embasamento espiritual, sem o que, tudo não passa de um mero joguinho de possibilidades.
Os números simbolizam energias, e nos dão acesso a elas, desde que saibamos lidar com o conteúdo espiritual dos conhecimentos absorvidos, quando analisamos as mensagens neles contidas.
Pitágoras não era um advinho, profeta ou vidente, ele era um Mestre, um ser com dons crísticos, que como outros avatares, tinha o domínio sobre os 3 mundos. Ele agia no Físico, conectado ao Mental e inspirado no Espiritual.
A Numerologia de Pitágoras não era um instrumento de conquistas ou manipulações, mas uma doutrina filosófica, cuja sabedoria se inspirava nos poderes ocultos revelados pelos números.
Os Versos de Ouro, que postamos no mês passado, é um maravilhoso exemplo dessa filosofia, que reúne princípios éticos, morais e espirituais.
O uso indiscriminado da ciência dos números, para buscar benefícios ou alterar a relação de causas e efeitos, não passa de lamentável prática de magia negra, apesar de, na maioria das vezes, ter suas origens em visões ingênuas de criaturas despreparadas, que devem ser perdoadas, por não saberem o que fazem.
A leitura aprofundada dos Versos de Ouro, que pode não ser bem entendida por muitos, revela ensinamentos e transmite conhecimentos que são desconhecidos de grande parte dos pretensos numerólogos, que se exibem na mídia, prometendo mundos e fundos, mediante pequenas fortunas.
Os incautos e ambiciosos são as vítimas mais fáceis de serem iludidas, por agirem sob os impulsos da curiosidade ou da ganância.
Não se iludam, os milagres não existem. Milagres são, em verdade, direitos ou méritos que foram conquistados, através de sucessivas vidas, e que aproximam os beneficiários de seus ideais, sob a permanente proteção e intervenção de poderes ocultos aos nossos olhos.
Imaginar que a troca de um número no nome ou na casa onde moramos, pode mudar a nossa vida é uma dessa crenças tolas, que só demonstram o desconhecimento das Leis de Deus.
Se não houver uma origem kármica que justifique os efeitos pretendidos, não haverá número que remova os obstáculos do caminho. E aqui utilizo a expressão kármica, com um sentido amplo, que tanto pode ser positivo, quanto, negativo.
A ingenuidade das pessoas, quando se põem em busca de respostas para as suas vidas, costuma chegar ao ponto crítico, de extrema gravidade, de se entregar nas mãos de qualquer aprendiz de feiticeiro, que se diz poderoso e capaz de mudar a vida dos seus fiéis seguidores.
Desconfiem de quem promete conquistas fáceis, sem trabalho, esforço e independência. Afastem-se daqueles que exigem submissão a seus caprichos e ordens. Às vezes, esses magos cinzentos têm até algum poder, que favorece certos ganhos ou sucessos, mas tudo isso a um preço muito caro, que poderá ter de ser pago, ao longo de sucessivas futuras encarnações.
Os números não podem ser manipulados, por serem expressões divinas de um mundo oculto, no qual tudo é energia, onde matéria e espírito se confundem, revelando a presença divina em tudo e em todos. Aquela frase crística : "Deus não está aqui, nem ali, Ele está dentro de cada um de nós", resume bem isto que estou tentando dizer. Lao-Tzé, na sua filosofia taoísta disse algo semelhante, assim como Gautama e outros seres iluminados que já passaram pela face da Terra.
Sendo divino, o número não pode ser manipulado pelo homem. Seria muita pretensão, acreditar-se que um conhecimento meramente intelectual, com a mudança de energias de lugar, pudesse modificar toda a estrutura da Obra divina, para a evolução da humanidade.
Enquanto continuar buscando soluções fáceis, para satisfazer suas ambições, a criatura humana permanecerá mergulhada nesse mundo caótico, em que todos estamos metidos, por nossa própria culpa.
Procurem conhecer melhor os fundamentos da Numerologia da Alma, com todo o conteúdo filosófico do Mestre Pitágoras, no qual está a verdadeira sabedoria do bom uso da magia dos números para a expansão do nível de consciência da humanidade.
Não percam de vista os números kármicos, não menosprezem os números mestres e tenham em mente a missão de cada um. Ninguém é mais sábio do que verdadeiramente é, nem mais ignorante do que já foi. Insistir nos erros, como diz o refrão popular, é burrice. O fracasso não está em não conseguir cumprir a missão, mas em desistir da luta.
Os números são nossos auxiliares invisíveis, que balizam os nossos caminhos e nos orientam em direção à missão. Não os façam de bengalas, para o apoio de suas preguiças e omissões, nem muito menos de lenha para as fogueiras de suas vaidades.
Estudem o poder dos números e se tornem pessoas mais sábias e mais dignas do respeito e do amor dos Mestres. Ponham em prática esses aprendizados e conquistem o reconhecimento dos seus conhecidos, amigos e parentes.
E nunca se esqueçam que, ninguém consegue enganar a si mesmo. Todos sabemos dos nossos limites, fraquezas e fracassos. Por isso, não se atrevam a cometer erros, mesmo se estiverem sozinhos, longe das vistas de todos, porque sempre haverá alguém testemunhando para a sua condenação - VOCÊ.
Até uma próxima reflexão.