domingo, 19 de maio de 2013

AZAR OU SORTE DO NÚMERO 9



                       
Meus atentos leitores, eu me dirijo a vós que buscais neste meu espaço respostas para os mistérios da vida. Confesso-vos que não tenho resposta para tudo, mas a numerologia me concede certos direitos de resposta para alguns desses enigmas.
Vou citar um questionamento muito comum, e que revela como a sociedade moderna está distante dos seus deveres espirituais. Muitos me perguntam se o número 9 dá mesmo azar e como fazer para evitá-lo.
O azar a que essas pessoas se referem não podia ser outro senão o que se relaciona à sorte no jogo ou aos ganhos materiais. Todos sonham em dormir pobre e acordar ricos.
A quase unanimidade dos que me procuram em busca da interpretação dos seus números se conflita com a cobiça por ganhos materiais, a ambição pela aquisição de poder e um desejo de conquista por uma sonhada paixão.
Outra resposta, diante dessas ambiciosas pretensões, não poderia ser senão a confirmação de que esses valores, de fato, se conflitam irremediavelmente com os propósitos que inspiram o número 9.
Sorte ou azar vai depender do que cada um busca na vida. Dinheiro, fama e poder não são os ideais contidos na vida de quem possui forte regência do número 9. Egoísmo, rivalidades e espertezas são talentos que se opõem a ideais altruísticos e humanitários, inspirados pelo espiritualizado número 9.
A sensação que me fica é de um imenso vazio na vida dessas pessoas, que buscam efeitos, sem avaliar as causas. Esses poderes e conquistas são dádivas para quem valoriza a vida e respeita a sua missão neste mundo.
As energias do número 9 não são para qualquer um. Possuir um nove na alma é uma relíquia a ser cultuada, jamais desprezada. O dinheiro fácil não é uma fantasia que sensibilize os de alma nove. A fama não vem de graça e o poder não cai nas mãos de quem não o merece.
Todos que, sem o devido merecimento, conquistam esses sonhos, serão criaturas infelizes, numa luta constante e cruel com os que tentam roubar-lhes as posses. Desses conflitos, o número 9 passa distante, não é sua área.
Quantos desejam saber o que dizem seus números sobre sua vida espiritual? Desejai saber mesmo, meus curiosos leitores? Talvez, um em cada cem, quando muito dois, e olhe lá! De um modo geral, as pessoas não estão nem aí, para sua evolução espiritual e riqueza interior.
Igrejas e templos cheios. Promessas e velas acesas. Orações repetidas e cansativas para santos e deuses. Todos sonham em se tornar ricos, obter posses e possuir sempre mais, cada vez mais.
Como dizia a música do Chico – então eu lhe pergunto pelo amor. Poucos sabem o que seja o amor. A maioria conhece apenas o amor egoísta, a posse sobre o objeto amado. O desejo tomou o lugar do amor, tornou-se um sinônimo e ocupou o coração. Ninguém consegue expressar amor, sem relacioná-lo a conquistas e prazeres.
O número 9 é a expressão mais forte do que seja amar. Amor caridoso, humanitário e generoso. Ninguém se torna um verdadeiro filho de Deus se não souber amar o seu semelhante. Quem se importa com isso?  Respondei esta pergunta sem remorsos.
Quando o número 9 surge no mapa numerológico, reconhece-se que estamos diante de um amoroso e dedicado curador dos males alheios. Os de número 9 são ocupados na sua lida diária em reparar os danos causados pelas ações ambiciosas e egoístas das elites do poder, que somente pensam em si.
Falar do número 9 é expressar a mais alta reverência que se pode fazer a uma criatura amiga e fiel a nobres princípios de justiça e responsabilidade. Esses seres generosos não estão no mundo para ganhos fáceis ou manipulações em seu próprio benefício. Eles são benfeitores da humanidade, irmãos fraternos de todos.
Sorte para o número 9 é obter justiça e igualdade de direitos para todos que recorrem ao seu auxílio. Sorte para essas amorosas criaturas é poder dar, mais do que receber, e amar mais do que ser amado.
As riquezas por eles doadas retornam, mais tarde, em dobro às suas mãos. Eles, porém, não fazem o bem por interesse, mas por amor. Ágape é o termo bíblico que define o número 9. Amor desinteressado e voltado para os outros.
O que vós responderíeis a quem perguntar sobre o azar do número 9? Eu respondo que ele dará azar aos egoístas e gananciosos, que só pensam em si mesmos. Ele não está nem aí, se essas criaturas invejosas ganham na sorte, ou perdem no azar. Ele só se ocupa de premiar os que amam a todos e se dedicam a servir.
Jogo não é o departamento do número 9. Ludibriar para se beneficiar, também está fora das atribuições do número 9. Ambicionar riquezas e ganhos desmedidos sem esforço e à custa do trabalho alheio costuma ser punido, se o número 9 está por perto.
Deixo-vos um recadinho, para vós que nascestes num dia 9, 18 ou 27. Trabalhai pelo coletivo, nunca colocai vosso interesse em primeiro lugar e jamais vos preocupeis com dinheiro. Ele sempre surge na hora certa e no valor exato, nem mais e nem menos. Faltar ou sobrar são verbos que não são conjugados pelo número 9.
A sorte que o número 9 dá é sutil e mágica, ninguém ouve e ninguém vê. Basta cada qual fazer a sua parte e cumprir o seu dever. Conquistas pedem trabalho. Riquezas resultam desse trabalho. E o poder vem da sabedoria de ganhar e saber compartilhar.












terça-feira, 7 de maio de 2013

TEIA AMBIENTAL - PRA SEU GOVERNO




Meus caros leitores:

Prometo não tomar muito vosso tempo com minhas mazelas ambientais. Eu mesmo já estou ficando cansado de tantas lamúrias, e a troco de nada.

Os governantes não estão nem aí, para as devastações de nossas florestas e a poluição do nosso ar. O povo deve achar isto uma grande bobagem porque o que importa é casa, comida e roupa, de preferência sempre já lavada.

Confesso-vos que, eu tenho pensado muito nos modelos de governança de cada nação do planeta. Todos me parecem um desastre. Democracia, socialismo, comunismo, capitalismo, monarquia, parlamentarismo, e outros estereótipos do ato de governar.

Elegemos um governante, que vai fazer coisas que até Deus duvida. Na eleição seguinte, o opositor a ele, pois ele sempre tenta a reeleição, é ainda pior. A vontade é não votar, mas o nosso lado de cidadania rejeita a ideia, e elegemos um ou outro para contrariar todos os nossos ideais nos anos seguintes.

Somos contra isto, o nosso governante é a favor, ou se deixa ser, por interesse ou compromisso de campanha. Somos contra aquilo, que no palanque ele também era, mas, depois de eleito, a história é outra.

Sonhamos com um mundo sem guerras, vem o governante eleito pelo povo, e inventa uma guerra por interesses pessoais, e manda nossos filhos para a luta. Se eles morrem são heróis, se negam o alistamento são presos e acusados de traição à pátria.

Sonhamos com o fim das usinas nucleares, o governante, aquele que se dizia contrário ao uso de energia nuclear, se convence que progresso pede energia, e energia de ponta é a nuclear. Fukushima explode, a água e o ar ficam contaminados, e o governante declara o fim da era nuclear. Aplaudido pelo povo inocente, o culpado se faz de herói. Tempos depois, sorrateiramente, atendendo interesses de indústrias, o programa é reativado. As águas ainda contaminadas matam os peixes e fazem dos pescadores cúmplices do assassinato do povo que ainda confia no governante, que garante que não há risco de contaminação.

Somos defensores das nossas matas, queremos preservar a Amazônia, desejamos os pecuaristas e agroindustriais à distância. Eles se elegem, se associam ao governante, e lá estão se instalando em áreas incendiadas e em matas devastadas por motosserras. Fogo na mata, correntes no chão arrastando a vegetação, dinheiro no bolso da justiça e do ladrão.

Somos defensores dos nossos rios, maravilhosos e caudalosos, como aprendemos na escola, e o governante que disse amar o São Francisco, manda fazer a transposição para irrigar as plantações das agroindústrias. Se o rio está na Amazônia, o governante faz uma, duas e dez usinas hidrelétricas, desviando cursos de rio e derrubando árvores.

Dizem até que árvore demais é besteira, não ajuda em nada o clima do planeta. O que importa mesmo são as águas do oceano, e são elas que mantêm o clima saudável. Mas, os oceanos estão repletos de porcarias, inclusive do óleo que acabou de ser lançado por um petroleiro, uma plataforma ou uma tubulação que se rompeu. Mas, quem se importa, a Petrobrás é orgulho nacional, é a sua poluição é parte dos riscos de um trabalho que orgulha a nação.

Lixo, fumaça, rejeitos industriais, agrotóxicos, venenos, serras elétricas, poluição no ar, no mar, na cidade e até no campo, tudo em nome do progresso. E ai daquele que abrir a boca para falar mal desse pseudoprogresso! Será perseguido pelos empresários, que são os paladinos do desenvolvimento da nação. Será agredido pelos operários que só pensam em manter seus empregos, ainda que à custa de doenças e mortes.

O governante que eu elejo é o meu maior inimigo. Ele faz cerca de 90% das coisas que eu detesto, e faz mal os 10% restantes. Ele me condena por coisas banais, e não é capaz de evitar que os malandros oficiais assaltem os cofres públicos.

Eu escolho alguém para construir uma nação ecologicamente correta, e elejo um governante que se cerca de predadores ambientais que ridicularizam os meus ideais. Se me arrependo da escolha feita, eu não posso voltar atrás. Se na eleição seguinte, resolvo fazer justiça com as próprias mãos não digitando o número dele ou do candidato do seu partido, acabo escolhendo outro inimigo que destruirá meus sonhos ambientalistas pelos próximos anos.

Se eu chamo a Polícia e denuncio esses crimes, acabo indo preso. Se calo a boca, me acho omisso. Se eu quero dar exemplos de líderes estrangeiros, eles são do mesmo time vencedor que corrompe os juízes, para anular meu gol e assinalar o pênalti inexistente que acabará com a minha festa.

Lembro, agora, daquela música do Chico Buarque, composta na época da ditadura – “Chame o ladrão, chame o ladrão!”.