quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

TEIA AMBIENTAL - A POLUIÇÃO OU A VIDA?



Meus queridos leitores:
A Teia Ambiental se faz presente neste espaço em todo dia 7 de cada mês. E, como hoje é dia 7, vamos tratar de mais um tema ambiental muito controverso, a poluição nas grandes cidades.  
Os habitantes dos grandes centros urbanos, especialmente das capitais, exigem dos governantes, bem mais do que os que moram nas pequenas cidades do interior. Eles alegam que pagam impostos caros, e cobram cidades progressistas, com os mais modernos recursos ao alcance da população.
O resultado dessas ambiciosas sociedades não poderia ser diferente do que ocorre em quase todos os países, ricos ou pobres – poluição urbana. O excesso de carros nas ruas, as chaminés de fábricas despejando muita fumaça no ar e a elevada concentração de pessoas em áreas centrais dificultando a dissipação do calor são os ingredientes suficientes para transtornar a vida das populações.
O brasileiro lembra logo de Rio e São Paulo, ou talvez Nova Iorque e Tóquio, mas outros países enfrentam situações ainda piores como China e Irã. Em janeiro, Pequim foi notícia com uma poluição assustadora, que levou as autoridades a recomendar que a população permanecesse em casa. Agora, mais recentemente, foi de Teerã, capital do Irã, que veio a informação tardia que, em dezembro, a cidade ficou encoberta por uma fumaça escura durante 10 dias.
O Ministério da Saúde do Irã noticiou que cerca de 4.000 pessoas morreram nos últimos nove meses, em decorrência da poluição. As pessoas só andam nas ruas de máscaras, e os hospitais, no auge das crises, ficam lotados de idosos, crianças e grávidas.
Caminhar pelas ruas de Teerã sem máscara é algo impensável, devido à presença no ar de elevada quantidade de partículas de elementos poluentes contendo chumbo, benzeno e dióxido de enxofre.   
Abarrotada de carros e cercada de fábricas e usinas, a capital do Irã é reconhecida por sua poluição insuportável, principalmente no inverno. Esta situação vem se agravando a cada ano, a ponto de se observar, durante todo o ano, somente 100 dias de um clima saudável.
Com isso, aumenta a incidência de doenças do pulmão e do coração, assim como diversos tipos de câncer relacionados com a poluição. Órgãos públicos, escolas e bancos ficaram fechados, recentemente, por 5 dias, numa tentativa de reduzir o alto índice de poluição.
Trafegam por ano nas ruas de Teerã cerca de cinco milhões e meio de veículos, despejando cinco milhões de toneladas de gás carbônico e outros gases na atmosfera. Especialistas alegam que o combustível utilizado no Irã é de baixa qualidade, o que agrava a poluição.
A população de Teerã, de 14 milhões de pessoas, como acontece no mundo inteiro, logo se esquece de toda essa desgraça, quando a chuva e o vento dissipam a fumaça por uns tempos, até que a névoa marrom volta a ocupar o céu da cidade.
Não se iludam os meus caros leitores, o problema não é localizado em Teerã, mas se repete em todos os grandes centros urbanos. A diferença é que em algumas cidades, como também costuma ocorrer em Pequim, essa situação é bem mais grave.
Agora, vamos falar das verdadeiras causas dessas desgraças ambientais, que nada têm a ver com o clima, mas com a maldita ganância que prevalece no mundo inteiro. O povo quer mais progresso, exige tecnologia de ponta, as fábricas precisam produzir mais e gerar mais empregos, os automóveis dão status, e todos querem ter o último modelo.
A consequência de todas essas buscas por um progresso a qualquer preço é uma conta ambiental que não tem mesmo um preço que possa ser pago por nenhum país do mundo. Ou melhor, paga-se o preço da morte de milhares de pessoas que são submetidas a condições ambientais insuportáveis para o organismo humano.
Eu pergunto a ti, meu atento leitor, podemos chamar isto de progresso? A conquista de luxo e riqueza ao custo da saúde e da própria vida da população pode ser computada como meta de progresso?
Que progresso é esse, que adoece e mata quem dele usufrui? Que máquina terrível, o ser humano inventou para garimpar o ouro nos tempos modernos? Loucura!
Quem pode reclamar de poluição e desastres ambientais, culpando os governantes pelas tragédias? Se, é a ambição desmedida da sociedade moderna que cobra do seu governante mais crédito para comprar, da sua indústria mais quantidade produzida para baratear e da natureza mais paciência para não devastar!
A vida está ficando cada dia mais difícil de viver, a saúde, mais afetada para sobreviver, e todos só pensam em riqueza, conforto e consumo. É melhor usar máscara do que reduzir a aceleração econômica. É melhor construir mais hospitais do que reduzir a quantidade de doentes. Assim não dá, é suicídio coletivo.
Escolhe o teu futuro, meu amigo leitor. Eu fico no meu canto, simples e sadio. Entre o ouro e o ar puro, eu faço a opção pela vida. Que cada um faça a sua escolha. E que ela possa dar um pouco de esperança a quem como eu, ainda acredita na humanidade.