domingo, 24 de junho de 2018

OS MISTÉRIOS DO KARMA



A vida tem sido dura para muitos, já que os tempos modernos cobram muito e dão pouco. Pelo menos, assim pensam os que desconhecem a justiça da Lei do Karma.

A ilusão de uma vida única, em que a justiça parece ser o efeito do que, simplesmente, se faz nesta vida, é a responsável por tanta revolta e inconformismo.

Fui na prateleira da biblioteca e recolhi o livro de Virginia Hanson e Rosemarie Stewart, intitulado KARMA A Lei Universal da Harmonia, para tentar extrair de suas folhas, algum tipo de consolo para este povo sofrido e tão desinformado das leis espirituais.

Na página 32, capítulo 2, encontro uma simples afirmativa, bem conhecida e aceita, por muitos de nós, “cada trabalhador é merecedor de seu salário, segundo o Livro da Sabedoria”.

Logo a seguir, lê-se que a personalidade é como uma série de roupas novas com suas características específicas, tais como cor, forma e qualidades. Mas, o homem real que as veste é o mesmo que vestiu as velhas.

Isso, e apenas isso, pode responder pela aparente terrível injustiça na distribuição de cada destino na vida da humanidade. Muitos seres bons sofrem durante quase toda a vida, sem motivo aparente, para quem só enxerga a vida presente.

Por que tantos nascem pobres e sofrem famintos? Perguntam-nos as autoras. E nós, sem saber o que alegar para essas discrepâncias de tratamento, nos consolamos com desculpas rotas e esfarrapadas, sem nenhum sentido lógico, mas que encontram respaldo na fé incutida nas mentes religiosas.

A resposta é encontrada na reencarnação e na evolução das almas, através da superação dos karmas, contraídos em vidas passadas. A roupa nova não será melhor do que a antiga, a não ser que tenha uma saudável serventia ao dono, a sua alma.

A troca de roupa, a cada vida, temo real objetivo de proporcionar novas experiências à alma, para que, enfrentando novos desafios, dê um novo sentido às suas ações, que em vidas passadas causaram danos e males à natureza e à humanidade.

A justiça que prevalece no fiel cumprimento dos mais nobres ideais de evolução da humanidade denomina-se Karma, a lei infalível que, nos planos físicos, mental e espiritual da existência, ajusta o efeito à causa.

Nada e ninguém estão isentos aos efeitos de ações passadas. Se as causas forem criativas e favoráveis à evolução, os efeitos serão ajustados a essas causas construtivas e as ações serão recompensadas na forma de ocorrências benéficas a quem as provocou. Caso contrário, surgem os sofrimentos, castigos e punições, inevitáveis e irrecorríveis.

Os nossos Mentores Espirituais relatam que, no momento da morte, cada um vê toda a sua vida diante de si, em seus mínimos detalhes. Esse instante é suficiente para revelar toda a cadeia de causas presentes em sua vida.

Cada um, então, vê e compreende a si mesmo, como se sua vida passasse a limpo, sem elogios ou condenações, apenas num relato frio e coerente com suas ações. Ele sente e reconhece a justiça de todo o sofrimento que se abateu sobre ele, a cada erro cometido ou maus pensamentos dirigidos àqueles com quem se relacionou.

Essa Lei é a que os religiosos costumam chamar de castigo de Deus, e que os mais espiritualizados identificam como Lei do Karma, ou a justiça que ajusta os efeitos às causas, e que tem agido desde toda a Eternidade.

O Karma não cria e nem planeja nada. É o ser humano quem planeja e cria as causas. A Lei do Karma somente ajusta o efeito, e tal ajustamento não é um ato, mas o resultado da harmonia universal que procura sempre recuperar o equilíbrio inicial, que retirou a justiça da sua posição original.

Todos têm seus pontos fracos, que nas vidas seguintes deverão ser corrigidos, numa eterna busca de perfeição. Quem aponta esses erros é a própria consciência de cada um, que passa a planejar uma nova personalidade, que venha a ajudar cada qual a se corrigir, e não mais repetir os erros passados.

O processo em si é muito mais simples do que essa história de Céu e Inferno, para toda a eternidade. A cada nova encarnação, surgem oportunidades de superação das antigas falhas e de novos aprendizados, que se incorporarão à evolução espiritual da alma.

Por conseguinte, não percamos tempo em esmiuçar as imperfeições alheias, vamos concentrar-nos em nossos próprios defeitos, a fim de corrigi-los e proporcionar às nossas almas as condições necessárias para a sua evolução.

domingo, 17 de junho de 2018

O GRANDE ENIGMA DO TER E DO SER



Diante da situação caótica que aflige a sociedade moderna, com valores autênticos sendo trocados por soluções baratas e desqualificadas, desfolhei o livro de Erich Fromm, TER OU SER, buscando respostas, que nos dê uma probabilidade razoável de esperança num futuro próximo.

Confesso-lhes que não encontrei opções animadoras, dentro do contexto atual em que vivemos, mas, não nos custa tentar seguir as reflexões deste humanista, psicólogo, economista e sábio pensador, em suas profundas divagações sobre as probabilidades futuras.

Começo este texto, indo buscar no último capítulo do livro, em que encontrei o que considerei interessantes considerações sobre como o autor vê a Nova Sociedade que se impõe com todas as suas formas obsoletas de conceituar o que seja o progresso.

Tendo em vista o poder das empresas, a apatia e a fragilidade de grandes segmentos das populações, a incompetência dos líderes políticos em quase todos os países, o permanente risco de guerras, os perigos ecológicos com permanentes ameaças de sérias alterações climáticas, que podem provocar a fome em grandes áreas do globo, surge a questão proposta por Erich Fromm – haverá uma oportunidade razoável de salvação?

É bom que se diga que, o livro que estamos utilizando para esta abordagem foi escrito em 1976, há mais de 40 anos, quando poucos se davam conta de todas essas ameaças, ou, até mesmo, nem haviam nascido.

Esqueçamos a sorte ou os programas econômicos que prometem transformar esses riscos num futuro seguro e próspero, e tratemos de fazer a nossa parte, avaliando as ponderações de um estudioso da sociedade, para chegarmos às nossas próprias conclusões.

A vida nem é um jogo de azar nem um negócio financeiro, e devemos procurar outros ângulos para uma apreciação das reais possibilidades de salvação. Façamos uma comparação com a medicina, e vamos concluir que, se o doente tem possibilidade de cura, por menor que seja, nenhum médico responsável dirá que já fez o possível ou usará tratamentos paliativos. Logo, uma sociedade doente, como a nossa, não pode esperar menos que isso.

Já naquela época, o nosso sábio autor, concluía que, o que ele chamou de fascismo tecnocrático, deve nos levar, inevitavelmente, à catástrofe. O homem desumanizado se tornaria, então, tão mau que não seria capaz de manter uma sociedade viável a longo prazo, enquanto que, a curto prazo não seria capaz de deter o uso suicida de armas nucleares ou biológicas.

Muitos se sentem deprimidos, os mais desesperados se têm suicidado. O número desses que chegam ao extremo, por absoluta desesperança, é cada vez maior. Eles sentem a infelicidade do seu isolamento e o vazio da sua “aglomeração”, e assim se veem impotentes, face a falta de significado de suas vidas.

Hoje, a vida vazia de consumo e futilidade pertence a toda a classe média, que econômica e politicamente não tem poder nenhum e pouquíssima responsabilidade pessoal. Começa-se a descobrir que o fato de ter muito não proporciona bem-estar e os conceitos de qualidade de vida estão sendo postos à prova.


Ambição e cobiça são tão fortes não porque sejam inerentes à natureza humana ou por serem inerentemente intensas, mas devido à dificuldade de resistir à pressão de se tornar lobo entre os lobos. E a tendência é que isto permaneça e se intensifique, numa sociedade como a nossa, cuja principal orientação e para TER, e cada vez mais.

Pensemos numa sociedade futura que nos dê esperanças de paz, que proporcione progresso para todos, e não restrito a uma pequena elite, que só ela, se beneficie das conquistas humanas.

Este nobre ideal só será possível se as atuais motivações com base no lucro, poder e intelecto forem substituídas por novas motivações, de ser, participar e compreender; se o ideal mercantilista der lugar a um sentimento de compartilhar direitos e conquistas; se a religião preconceituosa e discriminadora for substituída por uma nova prática espiritual profundamente humanista e universal.

Deixo para o último parágrafo a conclusão numerológica para esse enigma, e o faço de forma clara e serena – a solução é trocar o costume arraigado de supervalorizar o 1 e exaltar a busca do 8 por uma ação determinada pelo 4 e pelo 6, sob a inspiração do humanitário e caridoso 9. Sem a prática altruística e compartilhada do 9, a humanidade não terá uma probabilidade razoável de salvação.



quinta-feira, 14 de junho de 2018

LEGALIDADES E ILEGALIDADES ESPIRITUAIS

LEGALIDADES E ILEGALIDADES ESPIRITUAIS

Assim como existe o Código de Justiça, elaborado pelos homens, há um Código maior, desconhecido da maioria dos homens, e que rege a justiça no mundo terrestre.

A base que inspirou este Código divino é desconhecida da humanidade, que se confunde, sempre que tenta explicar as suas origens.

A maioria atribui estas origens a um Deus Justiceiro, que não só criou as Leis, mas que também julga os infratores, uma espécie de Sérgio Moro, que não só aplica a Lei, como a modifica a seu gosto e critério.

Os Iniciados recebem ensinamentos dos seus Mestres, que lhes contam verdades inacessíveis aos homens comuns, daí porque, de tempos em tempos, surgem revelações que contrariam as crenças religiosas.

Os mais evoluídos, dentre esses Iniciados, sabem que as religiões não correspondem aos nobres ideais de seus inspiradores, e que foram deformadas por seus criadores, transformando-se, todas elas, em verdadeiros partidos políticos da fé.

No mundo moderno, surgem clamores para transformar crimes em atos legais, para o que seus defensores alegam uma nova ordem social, científica e política, que cobra a modernização das Leis.

A ingenuidade da massa humana que habita este jovem planeta Terra invoca os novos tempos, para justificar mudanças nos critérios éticos e morais vigentes, por considerar os métodos mais antigos como fora de moda.

Dentre as modernizações pleiteadas, junto aos poderes políticos e jurídicos, encontra-se o direito ao aborto, sob a alegação de se tratar do direito da mulher sobre o seu corpo.

Escrevi, recentemente, a um grande amigo com o qual troco opiniões, que este tema está sendo banalizado, numa discussão de simples direito de propriedade, como se o feto fosse um objeto pertencente à mãe.

Dizia eu que, em minha opinião, o aborto não é uma questão política e nem legal, mas, essencialmente, espiritual.

Quem acredita que o feto já tem alma, o aborto é um assassinato, em tudo semelhante ao ato de se matar um bebê recém-nascido, com a diferença que um ainda não saiu do útero da mãe e o outro já se encontra fora do corpo materno.

Quem, no entanto, acredita que o feto seja uma propriedade física da mãe, então, não há o que discutir, nem razão para proibi-la de se desfazer de algo que lhe pertence.

Conclui o meu comentário, nessa conversa virtual com esse amigo, que a decisão é pessoal, com todas as consequências visíveis e invisíveis.


No Código de Justiça divino, é a Lei do Karma que governa o Tribunal, e ela é implacável no julgamento do aborto, atribuindo-lhe o karma 14, com todas as futuras consequências, nas vidas subsequentes.

Os castigos kármicos, como efeitos do karma 14, podem acarretar, nas vidas seguintes, esterilidade, abortos espontâneos, rejeição e abandono da parte de filhos e rompimentos de relacionamentos familiares, ou consequências, ainda, mais trágicas.

Quem considerar que vale a pena se livrar de um futuro filho, nesta vida, e sofrer os efeitos kármicos desta atitude, ainda nesta ou nas próximas vidas, então que o faça, independente da Lei dos Homens, pois não há lei humana que justifique o karma.

Quem não acredita em vidas futuras, que corra o risco, e faça o seu aborto, se livrando de uma criança, cuja alma escolheu nascer de uma mãe que não a deseja, e que é capaz de matá-la, antes que possa conhecer o mundo de luz desta mãe.

Quem espera a autorização da justiça dos homens, para cometer o crime, pode ter certeza que, o crime já foi cometido, faltando apenas materializá-lo.

Esta é uma pequena amostra da diferença entre a justiça divina e a justiça humana, em que há princípios que regem a evolução da alma, em confronto direto com direitos que satisfazem o interesse do corpo físico e da sua personalidade.

Esta é uma das inúmeras diferenças entre as duas modalidades de justiça.

Tudo vai depender do grau de consciência espiritual, para seguir uma ou outra.

Desejo a futuras mamães, médicos e enfermeiras, políticos ou juízes, que, ao pôr a cabeça no travesseiro, durmam bem, e tenham um bom sono.