quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TEIA AMBIENTAL - FOGO AMIGO OU BOMBA ATÔMICA?




Meus caros ecologistas e fiéis seguidores da Teia Ambiental, retorno ao tema nuclear, que está sendo lembrado pelos 68 anos da bomba atômica lançada sobre Hiroshima. A guerra estava quase no fim, quando os Estados Unidos perderam a paciência com o Japão, e decidiram intimidar os inimigos exterminando civis e ameaçando o futuro da nação japonesa.
Era o dia 6 de agosto de 1945, quando a aviação norte-americana sobrevoou a cidade de Hiroshima e descarregou seu arsenal atômico sobre a cabeça de civis inocentes. Morreram 140 mil pessoas, e ficou para trás um rastro de radiação nuclear que nos anos seguintes continuariam matando inocentes civis. Os senhores da guerra estavam distantes, em seus quartéis generais, protegidos dos perigos da radiação.
Três dias depois, na cidade de Nagasaki, a aviação norte-americana lançou outra carga de suas mortais bombas atômicas, eliminando mais dezenas de milhares de civis japoneses. E o pior é que muitos analistas acreditam que tudo não passou de um teste para comprovar a eficiência do uso da energia nuclear, como forma de dominar o mundo. E isto deu resultado, e até hoje arsenais guardados em depósitos subterrâneos, servem como ameaças a quem se insurge contra o poder norte-americano e de seus aliados.
O momento de relembrar essa desgraça não poderia ser mais oportuno. O Japão se encontra dividido sobre a reativação de suas usinas nucleares, que foram desligadas desde que ocorreu a desgraça com a usina de Fukushima, atingida por um violento tsunami, em 2011.
O primeiro-ministro japonês é favorável à reabertura das usinas nucleares de acordo com novas regulamentações, mas muitos japoneses se opõem. Existem ainda vivas cerca de 200 mil vítimas das bombas atômicas, todas em torno de 80 anos de idade, muitas das quais se reuniram em Hiroshima, nesse último dia 6, para orar e protestar contra o uso da energia nuclear.
O mais ridículo na insistência quanto ao uso da energia nuclear da parte de políticos como o primeiro-ministro japonês é que eles sempre prometem novas regras, novas medidas de segurança ou novas regulamentações, que se mostrarão tão inoperantes como as que estavam em vigor, quando ocorreram os desastres. Fukushima foi apenas um dos muitos e intermináveis desastres nucleares ocorridos no mundo inteiro, como na Rússia, nos Estados Unidos e no próprio Japão.
O pavor do uso de bombas atômicas, que se faz presente no povo japonês, parece não ser compartilhado pelos seus governantes, que colocam os interesses políticos e econômicos na frente da segurança e do bem estar da nação. Eles querem retornar ao seu plano energético do uso da energia nuclear, com a reabertura de usinas com um poder de destruição semelhante a uma bomba de ação retardada.
O vazamento de radioatividade de Fukushima tem permanecido sem controle, nos últimos dois anos. A empresa que administrava a usina não sabe mais o que fazer para conter esse vazamento, que despeja, diariamente, cerca de 300 toneladas de água radioativa no Oceano Pacífico.
As autoridades reconhecem que a situação é muito pior do que se pensava, e só agora decidiram tomar medidas mais drásticas para combater o desastre. Mas, ainda assim, mesmo diante da impotência de controlar essa contaminação, o primeiro-ministro tem a petulância de falar em novas regulamentações, para justificar a reabertura de outras usinas.
Há dois anos, o vazamento vem ocorrendo, mas somente no mês de julho, a empresa responsável pela usina admitiu o escapamento da água radioativa para o mar. Os peixes estão contaminados, e sendo consumidos pela população. Doenças estão sendo tratadas na região da usina, e já ocorreram mortes, inclusive a mais dramática delas, a do chefe da usina, que decidiu se arriscar para tentar impedir um desastre ainda maior.
Masao Yoshida foi o herói que, diante da ordem de deixar o local, dada à maioria dos funcionários da usina danificada, se negou a abandonar o local. Dois anos depois do seu ato heroico, ele morreu aos 58 anos, vítima de câncer do esôfago.
No momento, em que o povo japonês relembra a morte de vítimas da energia nuclear provocada por ataques inimigos, corre o risco de novas e sucessivas mortes, pelo ataque do chamado “fogo amigo”, quando se mata os aliados na intenção de atingir o inimigo.  
As usinas nucleares representam não somente para o povo japonês, mas para a população do mundo inteiro, aquele imprudente e desastrado “fogo amigo”, que mata, sem querer, os próprios aliados.   
Até quando o dinheiro continuará sendo o motivo prioritário para promover o progresso da humanidade? Como é possível criar um artefato nuclear de alto risco, em suas próprias terras, e expor o seu povo a explosões e contaminações? Quem é responsabilizado pelas mortes provocadas pela usina de Fukushima, no Japão, Three Miles Island, nos Estados Unidos, e a famosa Chernobyl, na Rússia?
Fatalidade, imprevisibilidade e inevitabilidade? Ou ganância, prepotência e autoritarismo? O progresso não pode ser confundido com guerras e riqueza a qualquer preço. Há de se cobrar bom senso e respeito à criatura humana mais humilde, que é submetida a decisões egoístas e vaidosas de seus governantes.
E a ONU para que serve, além de pressionar as pequenas nações a se submeter à vontade do poder internacional? E o FMI ajuda a quem, além de servir aos interesses dos mais ricos para controlar os mais pobres? É este o mundo que queremos para os nossos filhos e netos?
Que voltem os Deuses, para retomar a governança da Terra, e restabelecer ordem na casa! As crianças terrestres estão fazendo muitas artes, com aquela conhecida imaturidade infantil que, a todo instante, as expõe a riscos.
Todos nós estamos sob o risco de morrer sob a mira do “fogo amigo”. E a nossa Angra, quando desligar? O que estamos a esperar? Os Deuses chegar? Enquanto isso, nunca é demais rezar. Deuses e Mestres são sensíveis a orações.   


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