sábado, 8 de março de 2008

Outono - mitos e alegorias





Mais um outono se aproxima, e com ele todo um mito que acompanha essa estação que prenuncia o futuro fim de um ciclo.
Se a Natureza desperta com a Primavera e amadurece no Verão, sem dúvida, ela colhe todos os seus resultados, durante o Outono. Por isto, diz-se que o Outono, além da estação da colheita, é também uma espécie de portal da morte.
E, nesse caso, a morte seria o Inverno, quando tudo se recolhe aos mundos interiores, para um repouso cíclico, à espera de um novo renascimento.
É lógico que esta é uma linguagem iniciática, com todos os seus mitos e alegorias, porém ela transmite bem mais do que uma simples analogia simbólica.
A numerologia também nos conduz por uma jornada mítica de 4 estações, quando revela a existência de 4 ciclos na vida de cada um de nós. Nada que a história das civilizações já não tenha posto a descoberto, só que os enfoques mudam e os valores se opõem, se compararmos as definições profanas com as tradições sagradas.
Nascimento, crescimento, apogeu e queda.
Introdução, preparação, missão e consolidação.
A história nos fala das civilizações, a numerologia fala da alma.
A visão cíclica, sob qualquer ponto de vista, tem sempre o seu outono, que corresponde à época quando tem início a decadência.
Ao mesmo tempo que a colheita é o apogeu do processo criador, que teve o seu início com a semente, é também o início do fim desse mesmo processo.
A sensação da proximidade do fim é responsável pela síndrome de solidão, que costuma atingir os idosos.
O Outono é a estação do ano que melhor traduz esse sentimento de “ dever cumprido e nada mais resta senão aguardar o fim”.
A Numerologia da Alma, porém, nega, a essa visão fatalista, uma base consistente, pois vê, em todos os ciclos de vida, razões de sobra para se buscar sempre um ideal futuro.
Até no 4º ciclo de nossas vidas, há muito a fazer e a aprender, não importando a idade. Somos espíritos em eterna evolução, jamais matéria às vésperas da decomposição.
A morte não deve ser vista como um fim, senão como um meio para que se possa recomeçar, cada vez mais experiente e consciente, diante dos desafios da vida.
Viver integralmente cada uma das experiências previstas nos ciclos é dever de todos nós. Cada ciclo só termina, quando o próximo se inicia. Quando chegamos no último ciclo, temos de nos preparar para o ciclo que virá a seguir, que será o 1º da vida seguinte.
Assim sendo, a solidão de Outono é um sentimento absolutamente inadequado, diante da proximidade do Inverno. Cada um de nós, como fazem as formigas, tem de trabalhar lado a lado, para armazenar os alimentos suficientes que hão de nutrir as nossas almas, durante o Inverno.
Mas, é indispensável saber separar uma vida solitária de uma vida em solidão. Viver a sós, em silêncio e distante do mundo, torna-se para alguns, mais do que um direito, um sagrado dever.
Saber distinguir um tipo de vida do outro é uma das atribuições da Numerologia da Alma, que poucos conseguirão entender , se não saírem em busca de auto-conhecimento.
Este é um desafio espiritual para todos nós.
Este é o seu desafio, a partir de agora.


Gilberto Gonçalves

6 comentários:

  1. adorei este texto, aliás adoro o outono, parabens!

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  2. Agradeço a sua visita e seus comentários, Rosana.
    Eu também gosto muito do outono, por ser uma época que passa a impressão de dever cumprido, com uma sensação de mistério no ar.
    Se a primavera convida para a criação, e o verão desperta os sentidos para o trabalho, é no outono que se sente a hora de colher o que semeamos.
    O outono é o portal do tempo de hibernação, é o vestíbulo do frio de inverno, quando nada germina, tudo repousa.Ainda mais para quem mora numa cidade onde o inverno é pra valer.
    Volte sempre, Rosana.
    Um abraço.
    Gilberto.

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  3. "É lógico que esta é uma linguagem iniciática, com todos os seus mitos e alegorias, porém ela transmite bem mais do que uma simples analogia simbólica." - já li um testo em outro blog sobre os "iniciados" que para mim são todos aqueles que já entendem ou que começam em sua própria espiritualidade.

    "Saber distinguir um tipo de vida do outro é uma das atribuições da Numerologia da Alma, que poucos conseguirão entender , se não saírem em busca de auto-conhecimento.
    Este é um desafio espiritual para todos nós.
    Este é o seu desafio, a partir de agora." Sair em Busca do auto conhecimento , só queria me conhecer mas estou a procura disto e com plena paciência(em fase de aprendizagem) ' Espero achar o meu verdadeiro Eu por Completo.

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  4. Aquele que não conhece a si mesmo, não conhecerá nunca os mistérios da natureza oculta.
    Todas as verdades só são reveladas depois que se atinge o autoconhecimento.
    E para isto, são anos e anos de estudos e muita paciência. A sua jornada, José Fabrício, está apenas começando.
    Boa sorte.
    Gilberto.

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  5. Mas como posso conhecer a mim mesmo tenho que fazer meditação projeção varias coisas que não sei.

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  6. Sossegue a sua mente, José Fabrício, pare de pensar por uns minutos, e deixe a sua alma falar.
    A sua alma fala, depois de ouvir o Espírito.
    Se for menos impaciente, acabará por ouvir uma voz silenciosa que lhe fará pensar em coisas que não seria capaz de fazer por si.
    A meditação começa aí.
    Um abraço.
    Gilberto.

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