segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Uma reflexão filosófica sobre Numerologia e Espiritualidade


A Numerologia , como ciência da psique humana, é essencialmente filosófica e espiritual.

Pitágoras reuniu e codificou os conhecimentos creditados a Hermes, o Trimegisto, dando origem a uma filosofia matemática que identifica nos números a ordem criadora do Universo e do comportamento humano.

As análises e conclusões pitagóricas não se fazem à revelia dos princípios científicos, mas confirmando-os e comprovando-os empiricamente.

Pitágoras foi um filósofo, cientista e matemático que criou leis de geometria que permanecem em vigor até os dias de hoje.

A ciência de Pitágoras se diferencia da maioria das demais ciências , por se utilizar da leitura dos números sob seus aspectos qualitativos, para explicar a alma humana e o Universo.

A filosofia de Pitágoras também confirma e comprova muitos dos conceitos éticos, morais e espirituais difundidos por doutrinas ensinadas por outros grandes Mestres, como Confúcio, Sidarta, Lao-Tzé, Platão, Jesus e Saint Germain.

A base de todas essas doutrinas é o amor ao próximo e a priorização dos interesses coletivos sobre os individuais.

A física moderna, a partir da teoria quântica, tem promovido e comprovado cientificamente esse conceito de coletividade, como a única forma de se atingir a verdade.

Os princípios defendidos pelos cientistas quânticos negam a existência de verdades absolutas, isoladas do contexto geral. Eles afirmam que tudo só ocorre de determinada forma, em função de uma rede integrada de fatos inter-relacionados e mutuamente consistentes.

Afirmam os físicos quânticos que, se uma energia estranha interferir e desequilibrar a relação dessa rede integrada, novas verdades assumem o lugar das antigas fórmulas, que só eram verdadeiras sob a influência dos valores até então predominantes.

O histórico das religiões através dos tempos conta-nos que diversos povos cultuavam essas crenças de bem estar coletivo como forma de agradar a Deus.

Um desses povos, os kahunas, naturais do Havaí, acreditavam que a única possibilidade de se cometer pecados seria fazendo o mal a um semelhante, uma vez que, afirmavam eles, ninguém teria em si o poder de atingir ou ofender a Deus.

As religiões modernas podem divergir sobre a noção do pecado, mas todas são unânimes em considerar o amor ao próximo e a união em torno de ideais comuns, como o caminho do progresso espiritual.

Pitágoras, muito antes dos inspiradores dessas religiões, já ensinava a seus discípulos, em sua Ordem Iniciática de Crotona, na Grécia, os mesmos princípios do amor universal e incondicional, como a opção perfeita dentro do processo de evolução espiritual.

Essa filosofia pitagórica é analisada em toda a sua profundidade no livro “Vida Perfeita”, escrito pelo Dr. Paul Carton, em 1918, no qual o autor reflete sobre os ensinamentos do Mestre, a partir do poema “Versos de Ouro”, atribuído a Lísis de Tarento, um discípulo de Pitágoras.

Em seu livro, o estudiosos da obra do Mestre afirma :

“O que torna a vida de hoje tão difícil e tão dolorosa é a repugnância pelas coisas simples, o afastamento da vida rústica e o desprezo pelos trabalhos naturais. Assim, quando a verdade se apresenta, recusamo-nos a admiti-la, porque se contrasta com a complicação dos hábitos adotados e porque a julgamos simples demais e muito ao alcance de todos”.

Esta observação foi feita pelo autor em relação à sociedade do seu tempo, as duas primeiras décadas do século passado.

E o que dizer da afirmação atribuída a Pitágoras, por seu discípulo Lísis, quando assim se refere ao comportamento humano ?

“...não suspeitando a funesta incompreensão que está dentro deles e os acompanha por toda parte, não sabem distinguir o que é justo daquilo que é preciso evitar inteiramente”.

A análise a esta observação, dada no livro de 1918, se baseia numa analogia feita pelo Dr. Paul Carton com a sociedade da sua época.

Mais adiante, ele assim se expressa , sobre a exclamação de Pitágoras : “Como são raros aqueles que conhecem a maneira de se livrar dos seus tormentos !”. Diz o estudioso : "Quão raros são os que compreendem que a origem dos seus males reside unicamente na insubmissão às leis sobrenaturais e que o único meio de restabelecer o próprio equilíbrio é investigar que falta cometeram e regressarem à normalidade".


Existem passagens da obra do Dr. Paul Carton em que ele denomina de tesouros ocultos, a clarividência dos sábios, que se satisfazem com coisas simples, naturais e limitadas , com a única finalidade de aprender cada vez mais e de se aperfeiçoar sem cessar.

Segundo o autor, essas seriam as únicas práticas que nos proporcionariam as verdadeiras riquezas, que ninguém nos pode arrebatar.

A ignorância, e só a ignorância, pode levar a grande maioria a lutar por bens fictícios e ambições doentias, por se julgar que neles se encontram vantagens ou benefícios.

Vivendo dessa forma, a humanidade torna-se joguete dos acontecimentos e vítima de suas imprudências. Levada por falsas crenças, que iludem os sentidos e adoecem a carne, a criatura humana padece os males por ela mesma criados, enquanto atribui a causas externas e fictícias a razão de suas doenças e fracassos.

À medida que a nossa mente consegue ir-se libertando das influências externas e mergulha nas profundezas do espírito, tem início um processo de transformação pessoal, que nos faz perceber que a solução de todos os nossos males depende, única e exclusivamente, de cada um de nós.

Este é o verdadeiro segredo da fartura, da abundância e da prosperidade, que nos faz ricos, sadios e felizes.

A responsabilidade integral pelos nossos atos e a consciência plena dos poderes que estão em nossas mãos são os fatores determinantes de uma vida sadia, próspera e feliz.

Muitos que se dizem cristãos, não praticam o ensinamento do Mestre Jesus, o Cristo, que afirmava que “Deus não está aqui ou ali, mas dentro de cada um de nós”.

Se é assim, nós podemos alcançar tudo que quisermos, e nada nos será impossível.

Mas, o Mestre ressaltava que havia um poder superior que controlava o nosso acesso a tudo que viéssemos a desejar, e ensinava que “com o mesmo juízo com que julgardes, sereis julgados, com o mesmo rigor com que condenardes, sereis condenados”.

Pitágoras, há cerca de 600 anos atrás, já ensinava esses preceitos a seus discípulos, usando outras palavras e utilizando de uma filosofia matemática para comprovar essas afirmações.

A história do povo kahuna parece vincular esses mesmos conceitos a uma passagem dos seus ancestrais pela antiga Atlântida, quando teriam adquirido conhecimentos que os faziam expressar, numa prática simples e de poucas palavras, a responsabilidade pessoal com tudo que viesse a lhes acontecer.

Essas práticas kahunas são conhecidas como ho’oponopono, que quer dizer “corrigir um erro” ou “tornar certo”.

Tomando para si as responsabilidades por todas as mudanças que precisam ocorrer para que se considerem felizes, os kahunas entendem que as causas dos seus problemas não estão nos outros, mas neles próprios. Logo, cada qual tem de tomar a iniciativa de assumir as suas mudanças, sem ficar transferindo para os outros culpas ou responsabilidades.

O mais curioso, intrigante, e até místico, é que esses conceitos se encontram presentes nos fundamentos de todas as religiões, apesar de serem praticados por muito poucos dos seus seguidores.

O budismo afirma que “se um homem colhe tristeza, desengano, dor, ele próprio e não outro é quem semeou em alguma época, os erros, o pecado e, se não nesta vida, em algum nascimento anterior”. Assim se expressa o teosofista A.P.Sinnett, em seu livro O Budismo Esotérico. E diz mais o autor “seja o que for que um homem colha, ele deve tê-lo semeado”. E conclui o escritor que este é o verdadeiro sentido do dogma budista que “nenhum poder exterior é capaz de destruir o fruto das ações do homem, que devem produzir pleno efeito, seja no sentido do prazer, seja no da dor”.

O livro exalta a simplicidade da doutrina budista que, semelhante às leis da Natureza, se ramifica de forma infinita, numa interminável progressão cíclica de causas e efeitos.

O livro sagrado do taoísmo “Tao Te Ching, o Livro que revela Deus”, do sábio chinês Lao Tzé, repete os mesmos conceitos que estão presentes em todas as crenças religiosas e filosóficas.

Em seu poema 49, diz Lao Tzé :

“O sábio não tem coração estreito/Inclui no seu coração os corações dos outros/ Ele é bom com os bons/E bom também com os não bons/ Porque sua íntima atitude/ Só lhe permite ser bom.

Ele é honesto com os honestos/ E honesto também com os desonestos/ Porque seu íntimo só lhe permite / Ser honesto com todos”.

E o poema afirma no seu final : “Ele vê seus filhos em todos”.

O poema 79 do livro taoísta contém a pergunta :

“Que adianta extinguir grandes ódios/ Quando ficam ressentimentos ? Como remediar isto ? Cumpre teu dever e esquece teus direitos”.

O poema 81 fala das riquezas de um sábio :

“...Quem trilha o caminho da perfeição/ Não acumula tesouros / Riqueza é para o sábio/ O que ele faz pelos outros. Quanto mais ele dá aos outros/ Tanto mais rico se torna...”

Em todas as religiões,se faz presente a regra áurea que, de formas diversas, afirma que “só se deve fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós”.

A triste realidade parece ser que a humanidade ainda não conseguiu ser na prática o que pregam suas teorias. Poucos, muito poucos mesmo, fogem da regra geral do “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.

Crenças e convicções são facilmente abandonadas, quando interesses econômicos falam mais alto. Os honestos tornam-se mais ou menos honestos, os bondosos se fazem mais ou menos bons e, dessa forma, se tornam cada vez mais ausentes, os atos de gentileza, boa educação e respeito ao próximo.

Preocupados com seus interesses pessoais, as pessoas caminham em contradição ao que pregam suas religiões. Cada qual, para justificar seus erros, põe a culpa nos outros.

As culpas são, então, distribuídas pelos governantes, políticos, corruptos e, num grau mais intimista e doméstico, aos nossos pais, filhos, esposas e maridos.

Essa inocência coletiva está custando muito caro à humanidade em geral e à Natureza em particular.

Destruímos tudo em nome do direito ao progresso e da liberdade do direito de ir e vir. Não se respeita a Natureza, como não se respeita o próximo.

Será que ainda se pode acreditar que estamos no caminho certo ? Ou será que já é hora de rever nossos conceitos ?


6 comentários:

  1. Exelente. Somos 100% responsáves por tudo o que acontece em nossas vidas. Independente de como denominamos os acontecimentos. E esta as nossas ações influem diretamente no todo pois somos todos um. E é sempre hora de rever conceitos e ampliá-los, portanto vamos ao trabalho.

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  2. Oi, Daniele !
    Dentro desse conceito, ninguém pode fazer mal a ninguém, só a si mesmo.
    Mas, quando isso acontece, todos sofrem, pois somos parte do todo, somos membros do corpo divino, que se chama humanidade.
    Enquanto, não entendermos assim, continuaremos sofrendo, e fazendo todos sofrerem.
    Dias virão em que as almas encarnadas estarão num nível superior de consciência espiritual, e a Terra poderá exportar amor para o resto do Universo. Mas, antes, será preciso produzir amor, para exportação. E nós, Daniele, somos os operários dessa indústria de amor.
    Beijos, e obrigado por visitar o Alma Mater.
    Gilberto.

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  3. oi Gilberto, espero que deus possa estar lhe dando cada vez mais pedras de sabedoria, para edificares tua morada junto aos grandes homens da palavra. Muito bom seu trabalho como um todo, como perfeitas são as linhas do Eterno, perfeitos são seus condutores. Nossas palavras são reflexo do que somos e de tudo o que passamos e serão, as nossas futuras colheitas. Parabéns e que cada alma que se sentiu tocada e teve uma mudança de vida, de carater, de personalidade e que, principalmente passou a amar o outro, bem como a sí, seja para você retornada em bençãos de felicidade, saúde, paz e amor. Você pode não mudar o mundo e as pessoas, mas tem feito a sua parte. Abraços fortes, Wagner

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  4. Grato pela visita e por suas palavras de estímulo, Wagner.
    A gente deve fazer o que pode e , às vezes, até o que não pode, para que esse mundo fique melhor. Há tantos destruindo que não se pode perder um só minuto para construir. Há tantos promovendo o mal que não se pode ser negligente na hora de pregar o bem.
    A Numerologia da Alma é a minha ferramenta de trabalho para a reconstrução do mundo, tornando-o um lugar melhor de se morar.
    Volte sempre.
    Um abraço.
    Gilberto.

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  5. "Tomando para si as responsabilidades por todas as mudanças que precisam ocorrer para que se considerem felizes, os kahunas entendem que as causas dos seus problemas não estão nos outros, mas neles próprios. Logo, cada qual tem de tomar a iniciativa de assumir as suas mudanças, sem ficar transferindo para os outros culpas ou responsabilidades." - Eu tenho meus Erros e tenho de corrigi-los , penso muito negativo acho que só penso isso porque não quero pensar e minha mente é teimosa comigo mesmo.

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  6. Às vezes, eu fico analisando as suas respostas, José Fabrício, e percebo um conflito entre a vaidade e a baixa autoestima. Ao mesmo tempo em que se julga superior, se condena e se acusa de coisas muito ruins. Por favor, nem uma coisa, nem outra.
    Acho que tem usado os textos para se analisar e se julgar. Isto não foi o que recomendei. Eu lhe disse para estudar, repita para si - ESTUDAR.
    Estudar é ler cada parágrafo, e se tiver dúvidas anotar à parte. E depois, consultar livros, pesquisar no Google e sair atrás de respostas.
    Até agora, só li observações sobre si próprio, como se tudo girasse em torno da sua pessoa.
    Assim, não está aprendendo nada. Chegará no final da leitura, sem ter aproveitado nem uma linha do que leu. É uma pena!
    Um abraço.
    Gilberto.

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