domingo, 19 de junho de 2011

HOLISMO OU REMÉDIO NÃO CURA

O holismo é uma maneira que cada um pode usar para se compreender melhor e entender sua participação no mundo. A partir daí, pode-se fazer melhores opções relacionadas à saúde e à forma de viver a vida.

O holismo não é algo novo, já existe em diversas culturas, sob diferentes designações, há muitos séculos. Estamos apenas redescobrindo o que já é conhecido.

Em seu livro Viver Holístico, o autor Patrick Pietroni afirma que, desde os primórdios da existência humana, tenta-se entender o meio em que vivemos e a nossa posição em relação ao Universo. Segundo o escritor, no início, nós acreditávamos ser totalmente insignificantes, e que vivíamos conforme o humor dos deuses. Mesmo assim, numa atitude paradoxal, os seres humanos se julgavam importantes para os deuses, por morar num planeta que se situava no centro do Universo e por reinar sobre todas as criaturas vivas.

A maior parte dos ensinamentos sobre as origens humanas e o seu destino era determinada pela Igreja. Com o passar do tempo, foram surgindo resistências e rejeições ao supremo poder da Igreja, até que ocorreu nos séculos XV e XVI a separação da Igreja e do Estado, dando origem a um período denominado Renascença, sinalizando para o “renascimento” do progresso humano. Conto-vos esses fatos, meus assíduos leitores, para que possais melhor entender a seqüência do raciocínio que pretendo desenvolver, até alcançar o ponto crucial dos meus argumentos.

Prosseguindo, faço menção a uma famosa frase daquela época, enunciada pelo cientista Renée Descartes: “Penso, logo existo”. Com essa afirmação, ele conseguiu dar um sentido auto-suficiente à criatura humana, ao mesmo tempo em que separava a mente do corpo.

Daquele instante em diante, passou-se a defender a idéia do estudo em separado da mente e do corpo, enquanto se buscava a melhor maneira de obrigar o corpo a revelar os seus segredos. Os padres estavam confinados às questões do espírito. Os médicos e cirurgiões ocupavam-se do estudo do corpo. E a mente ficou à deriva, continuando a ser vista como um enigma, até que Freud, no final do século XIX, assumiu a responsabilidade por se ocupar a estudá-la.

No início do século XX, o domínio da ciência sobre a medicina era quase absoluto. Drogas poderosas foram desenvolvidas e a formação médica passou a se concentrar no estudo da bioquímica e da neurofarmacologia. No entanto, críticas à forma mecanicista e reducionista de lidar com o corpo humano nunca deixaram de ser feitas. Coube ao famoso bacteriologista Louis Pasteur deixar para a história uma frase famosa: “A bactéria nada é, o terreno é tudo”.

Na Antiga Grécia, Platão havia afirmado: “A cura das partes não deve ser tentada sem o tratamento do todo. Nenhuma tentativa de curar o corpo deve ser feita sem levar a alma em consideração, e se a cabeça e o corpo devem ser saudáveis é necessário começar pela mente, pois o grande erro dos nossos dias ao tratarmos o corpo humano é que os médicos separam a alma do corpo”.

Em 1976, o teólogo e cientista social Ivan Illich, em seu livro Limites para a Medicina, atacou o universo médico, ao afirmar que a medicina tornara-se uma grave ameaça à saúde. Ele se baseou em provas para comprovar a sua afirmação, que demonstravam o quanto o tratamento médico se mostrava inútil e potencialmente perigoso.

Na opinião de Patrick Pietroni, como ele deixou claro em seu livro Viver Holístico, Ivan Illich se esquecera de levar em consideração que as suas acusações à classe médica não poderiam ser separadas das idéias e da cultura da sociedade, em que a profissão médica havia surgido.

A realidade, meu atento leitor, é que em nossa cultura, todos os “poderes de cura” foram entregues ao médico e as doenças ficaram localizadas no paciente. Numa perspectiva holística, o correto seria o médico abandonar a sua sede de poder e a sua ânsia de controlar. E o paciente deveria abandonar a sua necessidade de ser tratado como uma criança, e passar a assumir a sua parte como responsável por sua própria saúde.

O fundamento derivado da Mecânica Quântica de que “o todo determina o comportamento das partes, e não o inverso” é a abordagem holística para o estudo da saúde e da doença. À medida que começamos a descobrir a natureza da conexão entre mente e corpo, o nível da nossa percepção começa a se modificar. A separatividade, nesses casos, esconde as causas e só expõe os efeitos.

Imaginemos que tu, meu preocupado leitor, vás ao médico e recebas como diagnóstico de tuas dores estomacais, a existência de uma úlcera. O médico identifica como causa da úlcera o excesso de acidez, receitando-te antiácidos ou, em hipótese extrema, operar-te. A análise e conclusão foi toda ela determinada por uma perspectiva física, que é correta, porém que não corresponde à abordagem completa, por desconsiderar o aspecto psicológico.

Pensamentos podem aborrecer-te, sentimentos podem causar-te ansiedades e medos, o teu casamento pode estar passando por uma fase difícil ou, quem sabe, teus negócios vão mal. Estes e outros sentimentos desempenham papéis influentes no aparecimento de doenças no aparelho digestivo. Não se trata de negar a existência da úlcera no corpo físico, mas de buscar as causas mentais e emocionais da doença.

A medicina ocidental, de uns tempos para cá, passou a aceitar melhor a conexão entre o corpo e a mente, mas o envolvimento com o espírito já é completamente diferente. Os médicos não estão preparados para admitir uma origem espiritual para explicar a saúde e a doença. No entanto, a física moderna e a mecânica quântica já incorporaram causas espirituais a fenômenos físicos, ainda que a maioria dos cientistas se sinta constrangida em adotar esta nova postura em seus trabalhos e estudos.

Voltando à tua hipotética úlcera, caro leitor, se buscarmos uma causa espiritual, ela poderia ser o resultado de uma “fome” de amor, de desejos reprimidos ou, talvez, um enorme incômodo roendo por dentro. É bom não te distraíres, quando usares certas expressões populares para definir o que sentes, pois elas podem oferecer um conteúdo profundo que te ajude a identificar a origem dos teus males.

“Carregar um peso nas costas”, “algo que cortou o coração” ou “uma situação difícil de engolir” poderão ajudar no diagnóstico de uma doença que parece não ter explicação física, quando os exames nada revelam de errado com o corpo. Cada uma dessas expressões descreve um estado de espírito ou emoção que pode manifestar-se num nível físico.

Quando a medicina aprender a decifrar as nossas doenças, pelas imagens ou expressões com que definimos o que estamos sentindo, ficará mais simples perceber o significado dos sintomas que estão presentes em nossos corpos físicos.

A verdadeira abordagem holística exige que médico e paciente atinjam esse nível complexo e profundo de exploração das origens dos males do corpo. Antes de receitar remédios ou prescrever exames, o médico precisa ouvir o paciente e entender o momento por que está passando.

A perda de um parente, ou a solidão após uma separação e ainda os conflitos familiares são precursores de doenças físicas e distúrbios psicológicos. Superadas ou corrigidas as causas, desaparecem os sintomas. Sem remédios, exames computadorizados ou operações. Simples e barato!

As pesquisas têm confirmado a tese holística que uma doença não tem uma causa única e nem pode ser curada suprimindo-se os sintomas. O fato de desaparecer a dor e os efeitos físicos, ainda que torne o tratamento eficaz, num primeiro momento, não é a certeza da cura. Remédios servem para remediar, tratamentos para tratar, cirurgias para extirpar, mas a cura só ocorre quando são eliminadas as causas que deram origem à doença.

Não te deixes iludir ingênuo leitor, tu sabes mais de ti do que o mais competente dos médicos. Não há cura para os teus males, sem que participes diretamente do processo de eliminação das causas, que poderão estar reprimidas nos teus sentimentos, na tua mente ou na tua alma. O teu médico é um agente de cura, jamais o teu curador.

Trata do teu corpo como um todo, não permitindo que ele seja repartido em fatias. A visão holística é uma postura científica, com origem na ciência quântica. Os remédios não curam, eles só aliviam a tua dor e te dão tempo para te reencontrares com a tua saúde. Mente sã, corpo são.

6 comentários:

  1. Caríssimos amigos
    (no plural pois é extensivo aos seus leitores)

    É com grande alegria interior que estou comemorando os 500 seguidores em meu Blog:

    http://espiritual-idade.blogspot.com/

    200 seguidores em meu Blog:

    http://espiritual-poesia.blogspot.com

    200 seguidores em meu Blog:

    http://espiritual-mimo.blogspot.com

    A Vitoria é nossa!!!
    Pegue os seus mimos por lá... Vc os merece...

    Excelente feriado com as bênçãos do Alto...
    Com gratidão, carinho fraterno e amizade
    SE DEUS É POR NÓS... QUEM SERÁ CONTRA NÓS???
    Orvalho do Céu
    P.S. Gilberto, gosto muito da terapia holística... Abraços fraternos

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  2. Parabéns Orvalho!
    Grato pelo elogio.
    Um abraço.
    Gilberto.

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  3. Gostei bastante desse conteúdo sobre o holismo e sua vida atual,Parabéns adorei.
    Gilberto queria lhe pedir uma coisa,no começo do ano fiz meu blog e queria lhe pedir se vc poderia dar uma olhada eu sempre posto sobr algo que mim enteresse e que seja interessante ou engraçado para os outro lerem.

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  4. Grato por suas sempre gentis palavras, menina Jay.
    Eu terei todo prazer em ler as suas postagens.
    Por favor, deixe o link do seu blog, para que eu possa acessá-lo.
    Um abraço.
    Gilberto.

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  5. aqui está: http://ionlyjustthis.blogspot.com/
    um abraço pra vc tbm.

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  6. Oi, Jay Jay:
    Já visitei o seu blog, e deixei comentário.
    Sucesso!
    Gilberto.

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