sexta-feira, 7 de março de 2014

TEIA AMBIENTAL - PARA QUE SERVEM USINAS NUCLEARES?




 

Meus queridos leitores, muitos devem julgar que sabem a resposta a esta simples pergunta. Não, não sabem. Pensam que sabem, mas estão completamente enganados. Os governantes tentam defender a utilidade das usinas nucleares, mas, quando o fazem, não tocam na verdadeira intenção por trás delas – ganhar dinheiro, só isto, dinheiro e mais nada.  
Quem ganha? Sempre os mesmos. Quem perde? O povo, o cidadão comum e a humanidade inteira. Mas, Eles não desistem, recuam, dão um tempo, mas não desistem. São abutres disfarçados de humanos. Demônios com asinhas de anjo.
Lembram-se da Usina de Fukushima? Aquela mesma, que deixou o mundo inteiro de sobreaviso, depois de um tsunami ter destruído o que os técnicos juravam ser de segurança máxima.
Quase três anos passados, o processo de descontaminação continua. A completa desativação da usina está prevista para daqui a mais de três décadas. A limpeza está sendo executada por contratados, entre os quais moradores de rua, sob a custódia do crime organizado, que se aproveitou do caos reinante na região.
Eu não estou falando do Brasil, estou me referindo ao Japão, este país tão elogiado por muitos que gostam de denegrir a imagem do nosso país.
Mais de três mil homens trabalham no interior da usina, sob os altos riscos de contaminação. Muitos são contratados nas cidades vizinhas, que viraram cidades fantasmas, após a tragédia. Alguns desses homens estão entre os que foram expulsos de suas casas, após a catástrofe de março de 2011. E muitos outros foram arrebanhados entre os moradores de rua, por se submeterem a todos os riscos sem terem noção em que estão se metendo.  
A situação desumana se agravou no instante em que o alto risco só conseguia atrair indigentes, endividados e aposentados. A situação dentro da usina, na tentativa de desaquecer os reatores corresponde a quase que uma sentença de morte.
Os contratados só ganham por dia trabalhado, sem seguro saúde ou sem qualquer proteção quando ficam doentes. E, quando recebem, ficam apenas com uma parcela, que muitas vezes é menor do que os descontos que vão para as agências recrutadoras e para a máfia japonesa, que exerce um forte controle sobre as contratações.
A controladora de energia nuclear no Japão não tem prazo definido para concluir os trabalhos de desativação da usina. Três, talvez quatro, cinco ou mais décadas. Tudo é possível, em meio ao caos que tomou conta dos trabalhos em Fukushima.
A pergunta que faz o povo japonês é a mesma que fazemos aos defensores das usinas nucleares em nosso país – e a segurança máxima? Aquela segurança absoluta prometida quando da contratação dos serviços, e antes da entrada em funcionamento, desaparece depois que os reatores entram em ação. Daí em diante será o que Deus quiser.
Como defender este tipo de produção de energia elétrica que se torna uma autêntica bomba de ação retardada quando começa a produzir energia? Que energia é essa que para acender luz na casa da gente mata quem ficar exposto à sua ação? Que arma letal é essa que para tornar o país mais rico torna as famílias mais sofridas, com viúvas e órfãos espalhados pelas redondezas?
Essa desgraça, e eu insisto, está acontecendo no Japão, um país de primeiro mundo, que é considerado um exemplo de progresso e desenvolvimento. Todos os mais modernos recursos de descontaminação estão sendo utilizados.
Há três anos que os trabalhos não param, e, diariamente, milhões de litros de água contaminada são despejados no oceano. Muitos já morreram, muitos estão morrendo e muitos mais continuarão morrendo afetados por essa contaminação que provoca câncer, e ataca e destrói o sistema imunológico da criatura humana.
E ainda se tem coragem ou desfaçatez de se falar em novas usinas nucleares no Brasil. As de Angra já estão pra lá da conta, e já devem ter deixado muita gente rica. Chega de brincar com a vida alheia. Leva-se cerca de 20 anos para se formar um trabalhador, e acaba-se com a vida dele em frações mínimas de tempo.
Energia do sol, do mar e do ar, nós temos de montão. Energia muito mais barata se for levada a sério. Que os defensores das usinas nucleares procurem ganhar dinheiro com menos risco para o nosso povo, não só os brasileiros, mas todos que habitam este belo planeta azul.
Que Fukushima sirva de exemplo! O desastre foi para o povo japonês, mas o sofrimento foi de todos nós. Vamos aprender a lição, sem ter de passar pela mesma tragédia.
E, pensando bem, para que servem mesmo as usinas nucleares?

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