quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Os Versos de Ouro de Pitágoras





Interpretar com exatidão os conceitos de Pitágoras, até se chegar ao diagnóstico perfeito de um mapa numerológico, não é uma empreitada fácil. A tarefa, no entanto, pode tornar-se uma jornada apaixonante e compensadora, se o discípulo estiver bem inteirado do conteúdo filosófico da obra do Mestre.

Pitágoras deve ter escrito cerca de 15 obras, das quais duas são as mais citadas, Do Universo e A Palavra Sagrada, mas nenhuma delas sobreviveu ao tempo.
A incumbência de revelar a doutrina de Pitágoras ao mundo contemporâneo, coube aos seus discípulos, que reproduziram os ensinamentos do Mestre, conforme lhes foram passados, na Escola Iniciática de Crotona.
Os Versos de Ouro, um poema atribuído ao discípulo Lísis de Tarento, pode ser considerado uma síntese perfeita, do que seja a filosofia pitagórica.
Em sua obra poética, Lísis dividiu os ensinamentos pitagóricos em 3 partes : Preparação, Purificação e Perfeição.
Na primeira parte, a Preparação, toma-se conhecimento que Pitágoras considerava o culto a Deus e aos Espíritos Superiores, como o fundamento de toda a sua doutrina.
A Purificação, que é a parte seguinte, trata do culto à amizade e ao amor universal,envolvendo os sentimentos relacionados à família, aos amigos e a si próprio. Nesse contexto, os deveres são divididos em físicos e espirituais, com recomendações sobre os cuidados a serem tomados com o corpo e o espírito. Alimentação pura e equilibrada, acompanhadas de exercícios físicos, favoreceriam à saúde do corpo. Sinceridade, honestidade, reflexão, tolerância, discreção, amor ao trabalho e humildade seriam indispensáveis à saúde espiritual.
Na terceira e última parte, a Perfeição, ensina-se que, mediante a auto-análise, a meditação , a fé e uma vida virtuosa, o discípulo pode atingir um nível superior de consciência, permitindo-lhe desvendar os segredos e mistérios do Universo.
Concluídas as 3 etapas, o discípulo chegava à verdadeira iniciação, alcançando, enfim, os dons de clarividência, que lhe permitiam enxergar o que os demais não conseguiam ver.
A mensagem contida nos Versos de Lísis, e que era a essência da doutrina pitagórica, revela que flui um processo ordenado e coerente,regendo todo o Universo. Esse processo considera as fontes da vida, as forças em movimento, os meios de progresso e a verdadeira felicidade, presentes,antes, em Deus, o criador de tudo, e,depois, no esforço combinado do Homem com a Natureza. Superados esses estágios primordiais, e somente após, se fecharia o ciclo da vida perfeita, com o reconhecimento da centelha e das forças divinas, como formadoras primordiais da criatura humana.
A doutrina pitagórica se fundamentava, portanto, no culto a Deus, à Natureza e à Humanidade,e considerava o respeito a si mesmo, como condição obrigatória para que se atingisse esse elevado nível de consciência.
Considero que, o estudo e a aplicação da Numerologia da Alma, com base nos princípios éticos, morais e espirituais, que nos são revelados pelos Versos de Ouro, abririam para o estudante a oportunidade de adentrar os portais da sabedoria oculta. Esse movimento, em direção ao templo interno do seu coração, faria do estudante,um iniciado e clarividente, tão logo despertasse a sua mente para as verdades místicas, que nos são reveladas pela leitura perfeita dos números sagrados.
O tempo que poderá durar esse processo,até que se dê o despertar do nível de consciência do estudante,dependerá de cada um. Mas,quanto mais cedo o processo for iniciado, menor haverá de ser essa demora.
Convido-os a se prepararem para o início dessa jornada. Dentro em breve, estaremos iniciando a publicação dos Versos de Ouro, conforme tradução de Luis Antônio de Azevedo, datada de 1795, e publicada no livro Vida Perfeita do Dr. Paul Carton, leitura obrigatória para qualquer estudioso da numerologia de Pitágoras.

Gilberto Gonçalves

domingo, 7 de outubro de 2007

A voz dos números é a voz de Deus


O Verbo, a palavra e a voz.
"No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus...
Todas as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada foi feito...
O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem que vem a este mundo...
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós."
(João I)

A criação do mundo se fez pela palavra, pela vontade de Deus, pelo seu poder de nominar as criaturas e os objetos criados, e eles tomarem forma.
Tudo foi criado pela Voz de Deus, por sua ordem e vontade. E, assim, é também na Terra como nos Céus. Nossas palavras têm poder e criam formas, a exemplo e semelhança de Deus.
Deus, no ato da criação, projetou e construiu o seu mundo, como um verdadeiro arquiteto e matemático, usando fórmulas numéricas para dar sentido às formas, e esses códigos são conhecidos como arquétipos. Portanto, tudo que existe é reflexo, no plano físico,de arquétipos, idéias divinas manifestadas pela palavra e simbolizadas por números.
O Verbo, a palavra de Deus, está presente em nossas vidas através de vozes, diversas e arquetipais vozes, uma para cada número, cada qual simbolizando um dos arquétipos criados pelo Verbo divino.
O número 1 é o arquétipo do líder e comandante, que se manifesta através da voz de comando. É pela voz de comando que se reconhece o governante, o comandante, o diretor, o pai, a mãe, e todos que exercem um papel de liderança.
O número 2 é o arquétipo daquele que faz a mediação e prefere atuar na retaguarda, sussurrando ao pé do ouvido dos que estão no comando. É pela voz diplomática e ponderada que se reconhece o assessor, o secretário, o pacificador, e todos que preferem agir por trás, sem se exibir ou se expor.
O número 3 é o arquétipo do artista e comunicador, que se manifesta através do som da música, das cores de uma tela e de uma obra literária.É pelo dom da criatividade e pela sensibilidade na voz que se reconhece o artista, o criativo, o cultuador do belo, e todos que usam a voz para transmitir alegria, arte e cultura.
O número 4 é o arquétipo do trabalhador, que se identifica pelo ruído das máquinas nas fábricas e nas oficinas, ou pelo barulho de um martelo nas mãos do operário. É por esses ruídos de trabalho que se reconhece o pedreiro, o carpinteiro, o eletricista, o cozinheiro e a doméstica, além de todos aqueles que usam a voz para transformar seus esforços em obras físicas.
O número 5 é o arquétipo das mudanças e transformações, que se manifesta através do grito de liberdade. É por esse som de inconformismo que se reconhece o aventureiro, o liberal, o peregrino e o rebelde, bem como todos aqueles que rompem com os costumes e tradições, buscando assumir novas posturas.
O número 6 é o arquétipo da família e da amorosidade, que se manifesta através do barulho das crianças e de todos os ruídos provenientes das rotinas domésticas. É por esses sons e vozes que se reconhece um lar, uma família, um ambiente doméstico e uma união conjugal.
O número 7 é o arquétipo da solidão, da perfeição e do ocultismo, praticados em comunhão com a natureza, trancados numa biblioteca ou dentro de um laboratório. É pelo som do silêncio que se reconhece o solitário, o místico, o pesquisador, bem como todos que buscam, dentro de si, respostas a seus questionamentos e uma conexão direta com o seu aspecto divino.
O número 8 é o arquétipo da ambição e das buscas materiais, que se manifesta através da luta por ganhos financeiros e aquisição de poder. É pelo barulho das bolsas de valores que se reconhece o ambicioso, o investidor, o financista, além de todos que se sentem atraídos a sair pelo mundo em busca de progresso.
O número 9 é o arquétipo das ações humanitárias e do despojamento pessoal, que se manifesta através do clamor humanitário, que é um som bem mais subjetivo do que propriamente perceptivo aos nossos sentidos físicos. É por esse som que se reconhece a solidariedade humana e a verdadeira afirmação de amor ao próximo.
Essas são as vozes mais comuns geradas a partir da Criação, e manifestadas pelo poder do Verbo, a voz de Deus. Além dessas, existem 3 vozes em escalas superiores, através das quais são pronunciadas as mensagens dos mestres.
A voz do número 11 é aquela que prega a verdade e aconselha os discípulos a seguir o caminho do mestre.
A voz do número 22 é a que transmite conhecimentos ocultos e consagra a matéria, transformando o profano em sagrado.
A voz do número 33 é o som do sermão da montanha, a mensagem de amor a todo custo, mesmo com o próprio sacrifício e a renúncia a direitos pessoais.
Por fim, temos as vozes kármicas que ecoam através dos tempos, tentando ensinar-nos a corrigir nossa conduta, mediante experiências dolorosas e traumáticas, que buscam despertar nosso nível de consciência, fazendo-nos sofrer das mesmas dores que causamos aos outros.
As vozes dos números 13, 14, 16 e 19 gritam em nossos ouvidos, alertando-nos para não repetirmos os mesmos erros do passado.
A voz do 13 chama-nos para o trabalho e alerta-nos contra o medo e a preguiça.
A voz do 14 avisa-nos para não nos apegarmos aos bens materiais e nem rompermos compromissos e relacionamentos.
A voz do 16 fala-nos dos fracassos decorrentes de vaidade, orgulho, ações centralizadoras e traições amorosas.
A voz do 19, finalmente, lembra-nos que por nos havermos apropriado de direitos e valores que não nos pertenciam, ficamos em débito com outras pessoas, e agora é preciso pagar essas dívidas.
Quando Deus criou esses arquétipos numerológicos ordenou que se fizesse um chaveamento, para que os homens pudessem decodificar os mistérios das vozes. Surgiu, então, a numerologia com suas vozes facilitadoras para que todos ouvissem a voz do Mestre, e entendessem a sua mensagem.
Quando a natureza desperta, a cada primavera, essas vozes ficam mais fortes, sendo mais fáceis de ser ouvidas e compreendidas. Ouçamos com atenção essas Vozes da Primavera, para que elas possam ajudar-nos a entender melhor a Criação divina.

Gilberto Gonçalves