Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é AfetividadexEspiritualidade.
Anotem o link : www.espiritual-idade.blogspot.com
UM DIA FORA DO TEMPO
Meus assíduos leitores, para os que pensaram que me esqueci da postagem da semana, trago-vos a minha justificativa. Acontece que o dia de ontem, no calendário do povo maia, era considerado um dia fora do tempo, pois o ano deles sempre terminava no dia 24 e tinha início no dia 26 de julho.
Considerando-se o teor ecumênico e universal que pauta a temática das minhas postagens, decidi dar uma demonstração de respeito a um povo cósmico de tamanha influência para a evolução dos sistemas planetários, como são os maias.
Se ontem o tempo parou, faço hoje a minha postagem sobre a relação da afetividade com a espiritualidade, sem que me sinta faltoso ou ausente. Se para os maias o novo ano começava no dia de hoje, não me custa aproveitar a deixa para falar de afeto, no primeiro dia deste novo ano.
Ser afetuoso é colocar sentimentos e emoções em nossas relações com parentes e amigos. O afeto é sutil, amoroso e suave. Ser afetuoso é uma dádiva amorosa que muitos não conseguem ser, quando demonstram as suas afinidades com os outros, e até com a pessoa amada.
Até o nosso hino à bandeira clama a todos os brasileiros que recebam “o afeto que se encerra” nos peitos juvenis, dos jovens que amam o símbolo da pátria – a bandeira. O afeto é mencionado como uma expressão pura e sincera dos que pensam, sentem e agem como jovens.
Ah, meus exigentes leitores, talvez muitos, ou pelo menos alguns, já estejam dando pulos na cadeira, por discordar daquilo que imaginam ser minha intenção, de atribuir espiritualida
de a quem se comporta com afetividade! Ledo engano, precipitados amigos.
Eu não poderia deixar de relacionar a espiritualidade com a afetividade, por entender que o afeto sincero e puro é uma atitude que favorece a evolução espiritual de uma alma. Mas, não posso também deixar de reconhecer que a afetividade não é uma garantia de estarmos diante de uma alma espiritualizada.
O afeto é uma expressão sentimental e emocional, a espiritualidade é uma expansão da consciência psíquica. O afeto aproxima as almas, umas das outras, mas não as aproxima do Espírito, ainda que favoreça a aproximação.
O meu mestre físico, que vez por outra menciono por aqui, costumava dizer que preferia o frio ou o quente ao morno. Com isso, ele queria dizer que é melhor lidar com os bons ou os maus do que com os bonzinhos.
Os bonzinhos estão entre aqueles que são capazes de serem muito afetuosos e gentis, mas não possuem a convicção de amar com desapegos e despojamento. A afetividade se faz muito presente nas relações de amizade, quando atitudes diplomáticas e passageiras funcionam de modo bastante eficiente como um catalisador de emoções. 
A afetividade, porém, não possui a mesma eficiência, quando se trata do processo de evolução da alma. Se eu consigo com a minha afetividade levar adiante uma relação complicada, o mesmo eu não poderei fazer, quando me conflito com os princípios divinos.
Ser afetuoso é insuficiente para a Divindade. Dar afeto ao próximo não é o mesmo que amar o próximo. Afetividade não é um sinônimo do ato de amar.
Eu sei meu atento leitor que a palavra amor vulgarizou-se com o passar do tempo, desde a Criação! Mas, a Divindade dispõe de um vocabulário que não inclui modismos, nem interpretações convenientes. Amar é amar, e não ficar. Quem só fica não ama, ainda que quem ame, fique.
Acho melhor dar um fecho a esta minha prosa sobre o afeto que se encerra no peito da nossa humanidade juvenil, afirmando que muito melhor o afeto e a mansidão nos relacionamentos, do que invejas, egoísmos e rompimentos. Nem pretendia estar defendendo o contrário.
Aceitemos pacientes leitores que, depois da generosa afetividade que nos é dispensada por aquela recente amizade, venhamos a ser capazes de conquistar com o passar do tempo um legítimo e profundo amor. Com essa conquista, estaremos solidificando nossas amizades, enquanto ajudamos os amigos a evoluir espiritualmente.
Aproveitemos a energia dos maias, nesse primeiro dia do seu calendário, e comecemos essa transmutação de sentimentos afetivos em espiritualizados. Isso aperfeiçoa a nossa sensibilidade amorosa e expande a nossa consciência espiritual.
Coloco-vos a meditar meus afetuosos leitores, enquanto a consciência amorosa de cada um vai interagindo com os mais profundos e nobres ideais da alma, até a grande transformação de um simples afeto num grande e infinito amor.
Um feliz ano novo maia!















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