sábado, 16 de outubro de 2010

AS QUATRO ESTAÇÕES DO AMOR


Meus amantes e amados leitores, eis-nos abrindo um espaço para o amor, mas com uma visão diferenciada, eu diria que ambientalista e num estilo ecologicamente correto.

Na natureza, após o inverno, a primavera. Na espécie humana, depois da morte, o renascimento. Hibernar é morrer, para renascer.

Tudo na vida contém o princípio evolutivo do nascer, viver, morrer e renascer. O renascimento é a antítese da morte, a eternidade é a síntese dos sucessivos e intermináveis renascimentos.

O amor não poderia ter outro sentido, senão o que rege a vida, não fosse ele a essência e a razão da própria vida.

Se o amor nasce na paixão, um amor amigo já deverá ter nascido, antes que ele morra. Antes que se vão fantasias e sonhos, um amor fiel e sincero já deverá ter amadurecido. Antes que morram os desejos, um amor fraterno e amigo já deverá reger os sentimentos na vida do casal.

A cada primavera, é preciso empreender uma nova jornada amorosa, numa permanente peregrinação em busca das antigas paixões, esquecidas ao longo do caminho, congeladas pelo frio dos invernos.

Os sentimentos mortos no inverno renascem com a primavera. Assim como acontece na natureza, também se repete em nossos corações. Toda morte se redime no renascimento.

As flores mortas renascerão viçosas, assim também, os sentimentos em nossos corações.

O casal que não segue o fluxo da natureza corre o risco de assumir mortes inexistentes.

A ilusão do inverno leva-nos a crer que a flor morta perdesse a sua essência, mas a semente da vida não pode ser extinta.

A frieza dos desencontros acaba impedindo que a semente do amor renasça. Iludido pela forte ventania de uma tempestade de verão, o casal acaba concluindo que o mundo veio abaixo, e que o amor se acabou.

Se os dois tivessem a paciência de aguardar as nuvens negras se dissiparem, eles acabariam por enxergar a luz renascer através dos tímidos raios de sol, que logo estariam revelando o sagrado mistério do arco-íris. Assim como as tempestades, os amores kármicos deixam rastros de destruição. Mas, da mesma forma que as tempestades, esses amores kármicos podem ser previsíveis e ter os seus efeitos devastadores reduzidos e, às vezes, controlados e evitados.

Os encontros sempre começam como uma primavera, com os sonhos e as esperanças de todo início de jornada. No verão, eles estão consolidados, tornando-se quentes e fundindo os dois amantes, num ser único – o casal. Depois vem o outono, quando a colheita confirmará a qualidade das sementes. Se semearmos a boa semente, as flores surgirão belas e os frutos colhidos, bons e saborosos. Se a semente for má, o fruto cai e apodrece antes da colheita.

Os casais que não semearem a boa semente alimentarão, por todo o verão, uma amarga sensação de perda e frustração, até chegarem ao limiar do rompimento e da separação, no silêncio e na solidão do outono.

Os dias quente-frios, a brisa morna de um final de tarde e a sensação de falta de expectativas são alguns dos sintomas dessa solidão outonal, que prenuncia a morte naqueles casais que acreditam na morte do amor.

Se a solidão já era prevista no plano da alma, menos mal. Se a separação ocorre num ciclo seis de relacionamento amoroso, será preciso muita coragem e autoconfiança, para superar as sensações de frustração e fracasso.

Solteiros ou separados, toda solidão tem uma explicação. Casados ou juntos, mas mesmo assim solitários, é a solidão espiritual, e não a física, aquela que toma conta da alma.

A aproximação de um novo inverno conduz o casal a uma hibernação, senão física, com certeza psicológica e emocional. E dela, poderá não ser capaz de sair, antes de uma nova primavera chegar.

O inverno lembra inércia, trevas, mistérios e segredos dos mundos interiores, ou a própria morte. O inverno, porém, nunca será o fim, a não ser de um ciclo, para que outro possa nascer.

Entre o encontro do início do ciclo e o desencontro do final, ficarão as lições de amor e as mensagens colhidas a cada reencontro, a serem usadas como sementes para o ciclo seguinte.

Amor à primeira vista, paixões e aventuras românticas estão sempre presentes, a cada nova primavera. Por isso, a cada desencontro, novos encontros trarão esperanças de novos amores e novas uniões.

Encontros e desencontros são etapas naturais na vida de um casal. Eles funcionam como o fluxo e o refluxo das marés, entre o real e o imaginário.

Sonhos e realidades se confundem e se incorporam às almas dos amantes, como o luar a refletir nas águas do mar, iludindo-nos a visão, fazendo-nos crer que a lua foi tragada pelas areias da praia.

Os encontros não poderiam existir sem os desencontros, pois são estes que funcionam como um contraponto indispensável à consolidação dos relacionamentos amorosos.

Os desencontros não afastam, nem separam os casais, mas ajudam a consolidar as uniões, desafiando-os a superar as tentações e as seduções do karma.

Encontros e desencontros fazem parte da história dos casais que deram certo. Quando há um rompimento no fluxo de idas e voltas, então se dá a separação, com a desistência de tentar um reencontro.

Os casais que mantêm os seus vínculos são os que entendem que assim como a natureza não pode viver somente de primaveras e verões, o amor também tem os seus outonos e invernos.

Paixão, amor, crises e reconciliações se confundem com primaveras, verões, outonos e invernos.

Se não soubermos cuidar da terra, guardar as sementes e proteger as mudas, as safras poderão ir perdendo a qualidade até que, um dia, nada mais teremos a colher. Assim também com os casais que não cuidam das suas relações, não preservam os bons hábitos e não valorizam os sentimentos.



Encontros e desencontros no amor, meus atentos e sensíveis leitores, não passam de reflexos dos fluxos da natureza, agindo dentro de cada um de nós, em eternos fluxos e refluxos amorosos.

O verdadeiro amor é uma síntese das quatro estações, perpetuando a vida da natureza humana.

14 comentários:

  1. Saudações Mestre!

    Que texto belíssimo!
    Gostei muito desta parte: "Se não soubermos cuidar da terra, guardar as sementes e proteger as mudas, as safras poderão ir perdendo a qualidade até que, um dia, nada mais teremos a colher."


    O amor é um eterno cultivo, de maneira "sustenvável, renovável"...se não for assim, acaba-se os "nutrientes" para o cultivo "dessa terra", que é um relacionamente "a dois"!!! hihi

    E você tem toda a sabedoria para falar a respeito...a relação sua com a estimada Flora Maria é lindo de ver!

    Beijo em vossas almas.

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  2. Grato por suas generosas palavras, minha amiga Selena.
    A relação de um casal é uma jornada a dois, em que ambos precisam saber quando avançar e recuar.
    Há momentos de plantar e há outros de colheita. Há o verão de ação e o
    inverno de hibernação.
    Assim ocorre na natureza, assim se passa na alma humana.
    Abraços.
    Gilberto.

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  3. Ah eu achei lindo este parâmetro!
    E concordo! Hoje respeito mais meu Consorte...e consequência, tenho o respeito dele...é uma "via de mão dupla", pode, em certo momento um estar indo "ali" e outro "acolá", mas tem de respeitar os momentos de cada um!!! Lembro-me sempre quando estou no ponto de exaltar-me da teoria do n°1 e do n°2 da sua postagem que também achei fantástica e desconhecia!

    Beijo em vossas almas, que tanto estimo!!!
    Com carinho
    Selena.

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  4. Saber que pude ajudar na melhoria do seu relacionamento conjugal, Selena, me faz muito feliz.
    A numerologia me proporciona esses momentos da mais pura satisfação.
    Abraço para o casal.
    Gilberto.

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  5. Olá, Gilberto
    "O amor não poderia ter outro sentido, senão o que rege a vida, não fosse ele a essência e a razão da própria vida."
    Estou encerrando minhas atividades de hoje no micro e vou dormir em paz depois de ler esse parágrafo seu. Obrigado.
    Abraços fraternos

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  6. Grato por suas amáveis palavras, minha amiga Orvalho.
    As pessoas precisam ter amor no seu coração para reconhecer valor nesta afirmação.
    Espero que tenha dormido em paz e tido belos sonhos.
    Abraços.
    Gilberto.

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  7. A minha frase preferida de todo o texto é esta:

    «assim como a natureza não pode viver somente de primaveras e verões, o amor também tem os seus outonos e invernos.»

    Um amor sempre em alta consome toda a nossa energia vital. Há que hibernar para recarregar baterias de vez em quando? :)

    O problema é o tal consumismo!!! Aquele que vc comentou no blog da Flora, consumismo não só de bens como de pessoas! Anda tudo insatisfeito procurando amor na imagem futil e na auto-publicidade de cada um.

    O seu texto lembrou-me este filme aqui:
    http://www.youtube.com/watch?v=gWg--2rm0ZE
    http://www.dvdpt.com/p/primavera_verao_outono_inverno_e_primavera.php

    E o meu comentário lembrou-me outro filme, A rapariga de Monday, onde as pessoas são cotadas na bolsa de valores e têm código de barras. Muito futurista!

    http://cinerama.blogs.sapo.pt/40037.html

    Vim agora do Numerologia da Alma e vou estudar.
    Abraço!

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  8. Estou achando muito interessante a escolha de frases favoritas neste texto, sabe Rute?
    Acredito que seja devido a frases de efeito que eu empreguei ao longo de todo o texto.
    Eu vi o filme "primavera, verão...", mas o da rapariga eu nunca tinha ouvido falar.
    Se meus afazeres me permitirem, vou dar uma espiada.
    Abraços.
    Gilberto.

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  9. Olá, Gilberto
    Permancer no Amor, viver com Amor e voltar para o Amor... eis uma razão da nossa Fé...
    Venho porpor-lhe algo no meu post de amanhã...
    Conto com sua participação amiga e indispensável.
    Excelente semana,cheia de ricas bênçãos!!!
    Abraços fraternos

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  10. Grato por mais esta visita, Orvalho.
    Que o amanhã chegue como o orvalho da noite, à espera da luz.
    Abraços.
    Gilberto.

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  11. Belo Texto Mestre , Que o Amor Prevaleça , muitos casais , brigam e brigam por coisas fúteis , muitos erram em vida a dois , ainda existe hoje casais que se casam mas não mantém o mesmo amor de antes , até esquece que este tal sentimento existe , muitos homens e mulheres plantam karmas relacionados a traições e se põe a dizer que só trai pelo o fato de não receber amor , sendo que ele próprio faz parte do fluxo e deve tanto dar e receber amor.

    Abraços..
    Fabricio

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  12. Belos comentários, Fabrício!
    Um abraço.
    Gilberto.

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  13. Texto fabuloso ! Lindo!
    Sem palavras ...
    Quero meu coraçao cheio de todo esse amor ...

    E todos seus leitores deixam comentários muito sábios !

    Abraço
    Carla Passos

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  14. Grato, Carla!
    As suas palavras são muito generosas.
    Os meus leitores são pessoas espiritualizadas, pois quem acessa um blog como o Alma Mate, sabe bem o que está procurando.
    Veja o seu caso.
    Um abraço.
    Gilberto.

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