Meu silencioso e atento leitor, eu cá estou a falar do mesmo assunto. O
descaso da humanidade com o planeta onde habita é a tônica deste nosso espaço,
a cada dia 7. Perdoa-me se eu for
repetitivo, mas os crimes ambientais são ainda mais repetitivos, e poucos se
dão conta de reclamar contra eles.
Quem viu o povo nas ruas com um cartaz condenando a destruição das
nossas florestas e a poluição de rios e mares? Talvez houvesse um pobre
coitado, encolhido por trás da multidão enfurecida, clamando pela preservação
ambiental. Eu não o vi, e as câmeras nas ruas não teriam o menor interesse em
localizá-lo.
As manifestações foram orquestradas com outras intenções, jamais de
cuidar dos interesses coletivos. Ainda que, para muitos, elas dessem essa falsa
impressão. Os poderosos botaram a bandinha na rua, selecionaram o repertório e
ao povo, como sempre, coube apenas cair no samba.
Terminada a cobertura internacional, a bandinha calou e o povo cansou.
Quem ouviu protestos contra o FMI? Quantas bandeiras americanas foram
queimadas? Quantas palavras de ordem protestaram contra as espionagens da CIA,
denunciadas na imprensa mundial? As passagens foram as grandes vilãs, e as
tradicionais educação e saúde também participaram da comissão de frente. Tudo
muito previsível.
E os desastres ambientais, e as agroindustriais acabando com as
florestas e os ruralistas trocando paraísos naturais por pastos impregnados de
agrotóxicos, onde estavam as faixas de protestos? Eram, certamente, temas
musicais fora da seleção encomendada à bandinha.
Atitudes, meus leitores, exigem sabedoria e cultura. E as sociedades ainda
não estão preparadas para realizar uma revolução de verdade, que possa trazer
prosperidade e felicidade para a humanidade – a revolução verde. Sabedoria anda
distante das elites e cultura é um engodo de uma elite pretensiosa que ainda
acredita nas teses newtonianas para responder aos reclamos da evolução
planetária.
As universidades formam robôs disfarçados de humanos, que sempre
repetem o mesmo lengalenga aprendido nos bancos escolares, e que privilegia a
ciência materialista e desconhece a física quântica. Pregando um socialismo
barato, se travestem de sábios sociólogos, enganam a muitos por algum tempo,
mas não permanecerão enganando todos por todo o tempo.
Atitudes, meus amáveis leitores,
exigem ousadia, coragem e mudança de hábitos. Como admitir marchas contra a
poluição e a devastação ambiental, morando no asfalto e de frente para o mar,
como cantou Marcos Valle?
Quem acredita no povão se comunicando através do Facebook, sem
liderança por trás? Tolos, ingênuos ou mal intencionados? Eu não preciso ir
para a rua, e repetir palavras de ordem exóticas, para demonstrar minha atitude
em defesa das minhas crenças.
Abandonei o asfalto e me demiti de um emprego muito bem remunerado, e
vim morar numa pequena cidade, a 3 km do centro, numa área rural. Construí
minha casa sem agredir a natureza, e logo tratei de reflorestar o entorno da
minha casa.
Coloco aqui, meu incrédulo leitor, tu que exiges tantas provas, fotos
do antes e do depois, deste local onde moro. Passaram-se 20 anos, e onde
medrava o capim, hoje existem bosques. Uma enorme árvore, no centro do terreno,
que foi preservada, mesmo contrariando os conselhos do arquiteto, permanece ereta
a caminho do céu em contraste com o azul até demais dessa cidade mágica.
Este espaço da Teia Ambiental foi criado por minha esposa e por mim
para despertar o amor à natureza, e não para conquistar títulos e ser exaltado
pela rede. Nós não precisamos sair em protestos contra os milhões que não estão
nem aí para a natureza, nós, simplesmente, tomamos uma atitude.
Antes de reclamar dos outros, é preciso cada um fazer a sua parte. Não
corromper, para acabar com os corruptos. Não passar à frente nas filas, para
que se possa reclamar contra os privilégios cultivados pelos políticos a favor
dos amigos. Ser honesto e não enganar os crédulos, para que se possa cobrar a
condenação do mensalão. Trabalhar mais, para que se possa acusar alguém de
malandro.
A internet vem alimentando a cultura da reclamação gratuita, sem causa
nem pausa, todos protestando e cobrando justiça. Não para todos, mas cada um
para si. Povo é o coletivo para todos, mas, cidadão é um termo que qualifica a
poucos, bem poucos.
O cidadão se compromete com ideais, e não com benefícios isolados. O
cidadão não pede para si, e nem se beneficia da sua condição de liderança. O
cidadão não quebra o patrimônio público, e nem permite que isso aconteça. Ele
não se omite, mas emite sua opinião com bom senso e clareza. Ele impõe a
justiça, porque sua voz é firme e franca.
Agora, eu peço a ti, meu leitor cidadão, que deixes de lado as
reclamações e acusações a esmo, e que assumas a tua missão de zelador da vida e
guardião da natureza. Menos discursos e mais atitudes. O mundo não precisa de
violência, mas de profundos pensadores, que intimidam pela palavra e pela ação,
e jamais pela destruição e agressão.
A natureza está esperando a tua atitude, cuidando de um espaço de terra,
transformando pastos em capoeiras, ajudando as nascentes a voltar a brotar e
cultuando o desenvolvimento sustentável. Consumismo zero, simplicidade sempre.
Amar a terra, o teu vizinho e os teus irmãos da natureza. Atitude é o que
importa, o resto é oportunismo e modismo.
Olá Sr. Gilberto! Amar a terra...Muito bem!
ResponderExcluirUm grande abtaço!
Como vai, Andréa?
ResponderExcluirQue bom recebê-la de novo.
Um abraço.
Gilberto.