domingo, 7 de dezembro de 2014

TEIA AMBIENTAL - SEGUNDA SEM CARNE

Meus queridos leitores, a Teia Ambiental não é uma ação corporativa, como muitos poderiam julgar. Estamos abertos a todas as tendências e não rotulamos os movimentos que buscam o progresso à custa de prejuízos ambientais. Lamentamos muitos deles, mas entendemos que todos têm o direito de ter suas próprias opiniões e seguir suas crenças, desde que não se oponham às leis. Se suas atividades afetam a qualidade de nossas vidas, cabe à sociedade tomar atitudes e cobrar das autoridades as leis que nos protejam de quaisquer ações danosas à saúde do homem ou da natureza, o que em tese não tem diferença.

E por estes motivos, eu decidi repetir esta postagem que já havia sido publicada há´três anos atrás. Ela trata dos males causados pela carne à saúde humana e à do planeta. E traz o aval de uma figura famosa, amada pelos jovens e os não tão jovens do mundo inteiro, o ex-beatle, Paul McCartney.

 A minha opção pelo vegetarianismo não é modismo ou forçada por qualquer seita religiosa, ela tem suas origens num despertar da minha consciência para os efeitos ambientais, que os hábitos da alimentação carnívora acarretam ao planeta. A minha aversão à carne se fortaleceu quando o meu organismo passou a rejeitar espontaneamente o consumo de pratos à base de produto animal.


A economia mundial se sustenta à base da produção e comercialização de produtos com base na carne e seus derivados. E não serei eu que ensinarei a todos o que é bom ou o que não presta para a saúde humana. Que cada um chegue à sua própria conclusão.

Existem, porém, certos hábitos ou vícios que, ainda que legais, prejudicam a vida dos que não os adotam, e a alimentação carnívora é uma delas, senão a mais danosa para a raça humana e para o planeta. Em nível global, nem o fumo, nem o álcool e nem outros vícios causam tamanhos e tão graves desastres ambientais quanto o uso da carne na alimentação.


Com a intenção de alertar os amantes da carne sobre esses riscos, mas sem o intuito de condenar os seus hábitos, foi lançado nos Estados Unidos, em 2003, o movimento denominado Segunda sem Carne, em inglês “Meatless Monday”. A idéia é apenas diminuir o consumo da carne no mundo, com uma simples mudança de hábito, não comer carne às segundas-feiras de todas as semanas. O movimento ganhou uma grande repercussão mundial, quando o beatle Paul McCartney lançou essa campanha na Inglaterra.


Calma meu impulsivo leitor, eu já imagino que, se és carnívoro, estás a esbravejar contra essa censura à carne, e se és vegetariano, deves estar recriminando essa aceitação de que se coma carne em seis dos sete dias da semana. Tudo na vida depende de se criar hábitos, a alimentação carnívora é um hábito muito mais antigo do que o vegetarianismo, e mudanças de hábitos são sempre muito difíceis, e demandam tempo e paciência.


Um cardápio sem carne reduz a ingestão excessiva de colesterol e gorduras saturadas. Uma opção para a carne é adotar-se pratos à base de feijões, incluindo grão-de-bico, ervilha e lentilha. Com isso, aumenta a ingestão de fibras e compostos protetores da saúde. Já lá se vai o tempo em que se acreditava que sem carne, o organismo sofreria com a carência de proteínas. Hoje, um bom prato de feijão com arroz integral supre todas as necessidades que temos de consumir proteínas. 


Calma lá, meu carnívoro leitor, não se trata de implicância, há motivos ambientais que sugerem esses sacrifícios para os amantes da carne! E, afinal de contas, é só um dia na semana, deixando, os outros seis, sem restrições.

Pensem bem, sobre os benefícios ambientais que a medida iria promover. A indústria pecuária é responsável por, cerca de, 18% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa. Só o desmatamento causado pela pecuária emite aproximadamente 2,4 bilhões de toneladas de CO2 por ano. E, pior para nós brasileiros, pois ela é a causadora do desmatamento de 80% do bioma amazônico.


Pensemos agora, meu atento leitor, na nossa saúde, pois quanto à melhoria da saúde do planeta, creio eu que não restam dúvidas. Reduzindo-se o consumo da carne, reduz-se a produção, e com isto geram-se efeitos benéficos à natureza.

Uma dieta sem carne favorece a prevenção de doenças crônicas e degenerativas, como as cardiovasculares, hipertensão arterial, obesidade, diversos tipos de câncer e diabetes. E quem afirma isto, são órgãos conceituados como o Food and Drug Administration e o American Institute for Cancer Research dos Estados Unidos. Estas e outras instituições norte-americanas têm estado preocupadíssimas com o alto índice de doenças, cujas origens são atribuídas ao elevado consumo de carne no país.


Voltemos aos dados estatísticos sobre o que vem ocorrendo no mundo, para saciar a voracidade da sociedade carnívora que prevalece em todos os quatro cantos do mundo. A grande parte dos grãos produzidos mundialmente vai para a alimentação dos animais, incluindo 60% do milho e até 97% do farelo de soja. O mais perverso nisto tudo é que esses grãos poderiam alimentar um número imenso de populações pobres e famintas, enquanto que os produtos animais são consumidos pelos povos mais ricos. 


Está comprovada, por estudos recentes, que a carne é uma fonte de alimento ineficiente, num mundo com uma população de um bilhão de pessoas passando fome. E isto ainda se agrava, quando se sabe que a pecuária demanda recursos escassos, como água e terras férteis, que poderiam ser usadas para a alimentação humana.

Diante desse quadro de miséria e fome no mundo, será que tu, meu generoso leitor, se negaria a aderir a essa nobre causa, passando as segundas-feiras sem consumir carne? E nem ouses dizer que somente tu não irás salvar o planeta! As grandes transformações mundiais sempre começaram com pequenas atitudes de poucas pessoas. 


Vamos lá, não resiste a este meu pedido, simples na forma de ser atendido, porém de grande repercussão para o futuro da humanidade. Não te peço o vegetarianismo, mas uma simples segunda-feira sem carne. E por que a segunda? Porque foi a ideia do seu criador. Se tu vieres a preferir outro dia, nada contra, mas nas segundas já existem restaurantes que estão retirando a carne dos seus cardápios. E assim já facilita os novos hábitos.

Um dia, meu fiel leitor, eu te conto com mais detalhes porque aderi ao vegetarianismo. Mas, até lá eu me contento em conversar contigo assuntos banais, durante o almoço das segundas-feiras, numa churrascaria que tenha aderido ao movimento da Segunda sem Carne.

Até lá, conto com a tua presença.

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