sexta-feira, 23 de novembro de 2018

OS SEMEADORES DO AMANHÃ - CAPÍTULOS 13, 14 E 15

CAPÍTULO TREZE
Agora, vamos encontrar Gibran falando numa Audiência Pública, que trata da educação como meio de conquista social. Ele afirma para um público atento que, aquilo que for verdadeiro em qualquer região da Terra, o é também no resto do mundo.
A verdade, a sabedoria e a justiça não têm fronteiras e nem limites. Elas passeiam pelos quatro cantos da Terra, viajam aos confins do universo, ressoam em todas as galáxias e retornam ao ponto de partida, intactas, sem quaisquer correções.
Ele dizia com firmeza, por convicção, que essa é a verdade que vai prevalecer no ensino de amanhã. Não mais terá sentido a repetição de fórmulas viciadas, que representam pensamentos de alguns, mas que não servem para todos. Enquanto isso não for aceito, o ensino prosseguirá decadente e cada vez menos valorizado.
Os jovens não mais se amoldam às antigas formas, e, insubmissos, eles rejeitam os padrões arcaicos do ensino, e se manifestam, por rebeldia, protestando e destruindo. Empolgado, ele se inflamava ao exigir que cessasse essa cansativa e insistente transferência de valores e sucessão de enganos, que se tornou o ensino nos últimos tempos.
Gibran acusava a sociedade de estar condicionada a padrões que só interessam a uma pequena elite, mantendo a grande massa escravizada a mentiras, impedindo a maioria a ter acesso a uma vida plena e prazerosa.
Em suas palavras, ele desafiava os governantes a começar uma profunda reforma no ensino, abolindo-se, definitivamente, o hábito de só transferir conhecimentos, impostos como exatos e inquestionáveis, trocando-o por uma profunda busca das verdades eternas, que vinham sendo sufocadas pela inquisitora ciência materialista.
Ele afirmava enfático que tudo evolui no universo, sendo a criatura humana parte desse processo evolutivo, num processo interior, consciente ou não. Essa evolução tem sido responsável pela recusa das novas gerações em aceitar as escolas com seus métodos ultrapassados e inadequados. Era preciso mudar, e mudar já.
Enquanto não se dá a mudança, o nosso casal de semeadores segue semeando arquétipos futuristas em solo pedregoso. As sementes sutis e fluídicas não são bloqueadas, elas penetram nas rochas duras e começam um processo de germinação que amolecerá a pedra e permitirá o surgimento de embriões dos frutos do futuro.
Helga passava os mais criativos dons das artes e da natureza. Gibran estimulava novos comportamentos e projetos de educação inspirados numa sociedade idealista e justa. Eles semeavam a boa semente em solo fértil. As suas sementes não eram de hoje, eram as dos frutos de amanhã. Eles também não eram semeadores comuns, eles eram os semeadores do amanhã.

CAPÍTULO QUATORZE
Enquanto a maioria se lastima da vida, eles projetam o amanhã e semeiam. Muitos recorrem aos Bancos e Financiadores de Sonhos, eles apenas trabalham. A sociedade luta contra as poderosas forças da natureza, o casal respeita e confia nos Espíritos da Natureza.
Sementes de saúde, de educação, de justiça, de cultura, de amor, vão sendo espalhadas ao sabor do vento, adubadas pela matéria orgânica mental e germinam ao se integrar aos solos em que venham a repousar.
Só quem entende o poder dessas energias é quem confia no futuro da humanidade. Eu entendo e confio, e eles também, o que, de fato, é uma coisa só. Paradoxal, enigmático, um koan? Talvez, quem sabe!
Não é simples e nem fácil acompanhar certas imagens que procuramos projetar em suas telas mentais, algumas hão de dar nó na cabeça, como a do parágrafo anterior. Tentem relaxar e se deixem envolver pela essência mágica de nossas palavras que tudo fica bem mais fácil.
Comecem deixando de lado as exageradas racionalizações que prevalecem no mundo materialista que governa suas vidas. Se a dor de cabeça mesmo assim persistir, se recusem a consumir analgésicos e aprendam a dominá-la por sua força de vontade.
Pensem numa faixa de prata, envolvendo a cabeça, na altura da testa. Sintam a frieza do metal de encontro com a pele e pressionem mentalmente os pontos de dor. Imaginem a cabeça envolvida por ondas de energia de prata, inspirem profundamente e expirem com força, dando uma ordem mental para que a dor cesse imediatamente.
Não pense mais na dor, que ela logo desaparecerá em obediência à sua ordem. Se a dorzinha ainda persiste, repita o ritual, com paciência e maior convicção. Nunca duvide dos seus poderes, eles são ilimitados, é só acreditar.
Assim agem os nossos semeadores. Eles não temem forças contrárias, eles sabem trabalhar as suas energias de poder.
Bem que eles tentam passar seus ensinamentos para parentes e amigos. Eles ouvem e até entendem. Uma coisa, porém, é aceitar e outra é ser capaz de segui-las. Trocar remédios por práticas mentais é muito estranho, muito estranho mesmo! Se não dizem, pensam.
A maioria não acredita que possa existir poder maior do que seu remedinho de cabeceira. Assim, perdem excelente oportunidade para desenvolver suas faculdades psíquicas; esquecidas, desprezadas e tão subestimadas.
O nosso casal semeador faz discursos inflamados denunciando o engodo no tratamento das dores e doenças somente pela ingestão de remédios alopáticos. Eles esclarecem que, se as drogas químicas são chamadas de remédios, só pode ser porque não curam, e só servem para remediar.
Ninguém acredita que, se a causa não for removida, a dor que sumiu aqui vai reaparecer ali. Os médicos levam tanto tempo estudando para nos dizer exatamente o contrário, como evitar a crença em remédios?
E se eles receitam remédios para dores e doenças, só pode ser com a intenção de realizar a cura. Não é verdade? Não, não é. Ou melhor, sim é, mas não exatamente. Ou quem sabe, melhor seria dizer que eles pensam que é. É, é esta a resposta correta, eles pensam estar certos, porque foi assim que estudaram, foi isso que aprenderam.
Existem alguns médicos que já não pensam dessa forma, mas, ainda são muito poucos. Estes são os mais experientes que desenvolveram estudos e participaram de pesquisas que os levaram a tais conclusões. No Brasil, eles são poucos, mas, nos países mais desenvolvidos, nem tão poucos.
Eles fazem seus diagnósticos avaliando os aspectos emocionais e psicológicos dos pacientes, e não somente os sintomas físicos. Eles receitam práticas e terapias que curam a desarmonia entre corpo e alma. Assim pensava Hipócrates, o pai da medicina. Assim concluiu Samuel Hahnemann, o criador da homeopatia. Assim definia saúde, o Dr. Bach, descobridor das propriedades terapêuticas dos florais.

CAPÍTULO QUINZE
Achei por bem abrir um novo capítulo para dar um enfoque menos técnico, e mais comercial, sobre a medicina moderna. Fala-se da máfia de branco, para rotular os médicos que taxam seus serviços com preços exorbitantes. Eles são acusados de tratar pacientes como meros objetos, quase não conversando e despachando-os para máquinas que se encarregarão de diagnosticá-los com algum tipo de doença. Sim, não há como escapar de algum órgão em mau funcionamento. As máquinas modernas são detalhistas e não perdoam nada.
A humanidade está doente. Esta afirmação é encontrada em todos os estudos mais sérios dos órgãos mundiais de saúde. Se há tanto remédio, tantos equipamentos e avançadas técnicas de tratamento, como admitir esse estado caótico da saúde no mundo? E não vale falar dos povos miseráveis e famintos de algumas regiões da África e da Ásia.
Culpar os médicos por esse caos é insensato. Mas, absolvê-los de culpa, talvez não seja uma sentença justa. As causas podem ser encontradas no modo de vida da população mundial, em especial nos grandes centros urbanos. Nessas megalópoles, são assustadores os índices observados de doenças cardíacas, cânceres e outras doenças degenerativas, sem esquecer os distúrbios psicológicos que estão levando as sociedades à loucura.
Gibran costuma insistir que as doenças da humanidade têm suas origens no excesso de comida, e não na fome; no coquetel de remédios, e jamais na falta de medicamentos e na prevenção indiscriminada de doenças por meio de vacinas. Na visão oriental, a solução de qualquer problema não pode ser obtida nem com muito, nem com pouco, mas com o perfeito equilíbrio entre as partes envolvidas.
Pensando assim, Gibran, condenava tudo que era demais. Remédios e vacinas estavam sendo consumidos em excesso, por recomendação médica, e não por automedicação. As vacinas estão sendo aplicadas a esmo, com a intenção de barrar as doenças, com isso fragilizam o sistema imunológico.
Protegido contra umas doenças, o corpo humano, inflacionado de vacinas, se fragiliza para novas doenças. O sistema imunológico, aprisionado por tantas vacinas, abre a guarda e não produz os anticorpos necessários para evitar a invasão de novos vírus.
A medicina é voltada para a cura de doenças, e não para preveni-las. A cultura das vacinas foi introduzida pelos laboratórios internacionais com a cumplicidade do sistema financeiro e a conivência dos governantes e políticos de, praticamente, todas as nações. Gibran repetia o seu discurso sem descanso, sem dar trégua aos interessados ou atoleimados defensores dos métodos de prevenção por vacinas ou remédios.
Ele afirmava que um corpo sadio dispensa remédios. Se estes são consumidos, preventivos ou terapêuticos, o corpo ou está doente ou logo adoecerá. As universidades de medicina não ensinam os médicos a tratar da saúde, mas somente de doenças. Os efeitos não poderiam ser outros, vacinas provocando doenças, remédios alimentando doenças.
Gibran fazia ressalvas, lembrando que não se muda a mentalidade da humanidade antes que se passem algumas gerações. Enquanto isto, remediar e não curar seria inevitável. A verdadeira cura é um ato consciente que vem de dentro de cada criatura. A cura se dá de dentro para fora, com a mudança de mentalidade e de atitudes.
Gibran trouxe para esta vida muitos dos sábios conceitos aprendidos na última encarnação, herdando, do seu Mestre Espiritual, todos os conhecimentos ocultos a serem semeados na vida seguinte. Ele não se conformava com os desmandos sociais e políticos que predominavam em todas as nações. Ele se rebelava contra as absurdas leis que impunham as vontades de uns poucos sobre os direitos da maioria.
Ele acusava a insana busca do dinheiro e do prazer pela vida desregrada, cheia de vícios e desprovida de princípios éticos, que predominava na maioria, senão em quase totalidade das sociedades do planeta. Ele alertava que o consumismo desvairado era a maléfica consequência desse sistema monetarista, em que o dinheiro explicava e justificava tudo.
A humanidade pagará um preço muito caro por essas práticas materialistas que prevalecem na vida das famílias, tornando-as frustradas e fracassadas, vítimas da infelicidade imaginada e promovida, a partir de conceitos de competição e lucratividade. Ele escrevia livros, fazia palestras, para poucos, é verdade, e não se cansava de repetir os cuidados e atenções com o que ele chamava de efeito futuro.
O mundo moderno terá de reavaliar seus rumos, e retornar ao campo. As cidades serão forçadas a se esvaziar para sobreviver. As terras terão de ser reocupadas de forma pacífica, sem lutas ou invasões. A lavoura voltará a alimentar, aos poucos, mas de forma inexorável, a maior parte da população mundial, recuperando os espaços que tinham sido cedidos para a pecuária.
No futuro, adubos químicos, nem pensar! Agrotóxicos serão erradicados e considerados sérias ameaças para o futuro da humanidade. As pragas serão combatidas por métodos naturais com o reequilíbrio da cadeia ecológica. A agroindústria se transformará num empreendimento ambientalmente correto, unindo, de modo inteligente, a agricultura e a tecnologia.
Quando o assunto se voltava para a preservação da natureza, Helga não conseguia ficar calada. Ela acusava, provocava e condenava métodos, técnicas e resultados. “Tudo está errado”, afirmava com a sua convicção ambientalista.
Quem pensasse que eram arroubos emotivos de uma fanática desgovernada, logo mudava de ideia, diante dos argumentos calcados em teses de conceituados estudiosos da natureza como Burle Marx e Lutzenberger. Helga dominava a matéria, e poucos se habilitavam a contestá-la.
Os nossos semeadores trabalhavam em dupla, eram afinados no canto e ritmados nos passos. A abertura das sinfonias ecológicas costuma ficar a cargo de Gibran, mas os principais solos eram de responsabilidade de Helga. E, quando ela assumia o seu canto, todos a ouviam boquiabertos. Ela era perfeita!
Em casa, os dois recordavam suas lutas, e, às vezes, confundiam a vida de agora com a de outrora, os verdes campos da sua serra com as florestas das terras onde viveram na última vida. Ele a relembrava de suas vidas, do seu estudo e dos jardins de ervas que ela cuidava. E, assim, permaneciam por algumas horas, até que o sono chegasse.
Abraçados, eles sonhavam com o novo dia, que sempre lhes reservava boas surpresas. Dormiam juntos, sonhavam juntos e se amavam sempre, pois, para eles, a vida era um sonho de amor.


6 comentários:

  1. Mestre, lendo todos os capítulos só posso concordar com Gibran e Helga, acreditando num mundo (futuro) melhor, torcendo para que os principios fundamentais sejam preservados. Sonhadores como o 3, estudiosos como o 7, disciplinados como o 9 e semeadores como os números mestres. Esse casal tem muito a ensinar!

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  2. A realidade, Caroline, é que Gibran e Helga não são apenas pessoas físicas, mas uma síntese dos princípios éticos e morais, que habitam a alma dos seres de elevada nobreza de caráter.
    Todas as pessoas deviam assumir o seu Gibran e Helga, e semearem o amanhã do nosso planeta.
    Eles se tornarão figuras míticas, semeadores de um amanhã ideal, exemplos para todos nós.
    Abraço.
    Gilberto.

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  3. Um escritor tem dois prazeres. Um no ato de escrever, na criação de seus personagens aos quais pode lhes dar o destino que bem pretender, a morte para uns, um happy end para outros. Pode chegar em um momento e não se achando satisfeito com o desfecho que a história está tomando, recomeçar tudo de novo. Outro prazer é sempre no retorno que os leitores lhe dão, de saber estar sendo lido, se seus personagens empolgam ou não. Não tenho as habilidades literárias, mas também tenho meus anseios, minhas expectativas de procurar saber se houve resposta, algum tipo de comentário para algo que tenha escrito. Por este motivo gosto de comentar principalmente quando o texto empolga.
    Estamos lendo semanalmente os capítulos de Semeadores do Amanhã, acompanhando a saga de Gilbran e Helga. Um livro que o autor disponibiliza a conta-gotas. Quem se interessa pela leitura gosta de qualquer maneira. Soa como uma novela que ao término de um episódio, fica a expectativa para os capítulos seguintes.
    Entretanto, vejo com tristeza notícias, relatadas por pessoas do mundo das letras, de uma importante diminuição no interesse pela leitura com o consequente fechamento de diversas livrarias tradicionais. Aliado às turbulências por que passa o livro físico, os formatos eletrônicos também não decolaram, pois, as vendas de e-books também ficaram estacionadas.
    Nos capítulos iniciais desta semana Gilbran relata a distorção em nosso ensino, com fórmulas viciadas e metodologia decadente, levando os alunos a uma insubmissão, rejeitando esses padrões antigos de ensino. Dentro deste mesmo contexto há um certo desinteresse pela boa leitura. Isso é confirmado pela baixa venda de livros. Será que o formato de leitura através do livro físico ou digital ficou obsoleto? Será que os jovens vão encontrar um novo modelo de leitura adaptável aos novos tempos? Difícil de se dizer como será esse futuro, mas pelo que se vê por aí, nas conversas que rolam em Facebook e WhatsApp, as perspectivas são sombrias.
    Os Semeadores do Futuro podem nos dizer maneiras capazes de não deixar ir para o ralo nosso saber e nossa cultura e, com está no texto a sabedoria junto com verdade e justiça não têm fronteiras nem limites, vai viajar aos confins do universo e voltar intacta ao ponto de partida e, creio eu, que esse ponto está nos livros.
    Abraços ao Mestre
    Avelino




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  4. Meu amigo, Avelino:
    Os brinquedinhos tecnológicos distraem toda a atenção dos estudantes, distorcem a literatura com seus símbolos e abreviações e transformam o mundo num celeiro de alienados.
    O descaso com a cultura, em função dos cursos universitários, com a valorização de diplomas e títulos, sempre visando empregos que rendam mais dinheiro, tem afastado a sociedade deste saudável hábito da literatura.
    As escolas formam alunos mal preparados para a vida, com pouca valorização para matérias como história, filosofia, sociologia e psicologia. Estas são, sem dúvida, matérias estimuladoras da leitura, e que proporcionam cultura.
    Costuma-se dizer que o mundo emburreceu, e se isto for verdade, o burro não lê.
    As suas considerações foram excelentes.
    Abraço.
    Gilberto.

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  5. Meu querido mestre,

    Que pérolas de sabedoria nestes capítulos! Torna-se um pouco difícil comentar ante as diversas possibilidades de reflexão que este texto proporciona: saúde, educação, ecologia, agricultura.

    Um dos aspectos que, porém, ficou da leitura deste capítulo foi a referência à possibilidade da ida para os campos. É verdade: cada vez mais amigos meus têm ido para o campo encontrar a paz e a harmonia que não encontram nas grandes cidades, desenvolvendo aí projectos maravilhosos de agricultura e, alguns, até projectos musicais. No entanto, tenho notícias de propostas maravilhosas de humanização da própria cidade, com a criação de hortas comunitárias urbanas e com a implementação de práticas de permacultura em ambiente urbano. Penso que a capacidade humana tem essa característica de abrir pontes e caminhos para que locais tão desarmoniosos como as grandes cidades ou mesmo as redes sociais possam ser também formas de conscientização e de espiritualidade. Basta ter o coração aberto e saber que o sucesso não depende de números, mas depende de sabermos no coração que estamos a fazer o nosso caminho <3

    Mil abraços
    Jorge

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  6. Querido, Jorge Vicente:
    Os nossos caminhos não são traçados por nós, mas, pelos nossos Mestres Espirituais.
    Se o discípulo resistir, a vida dele estanca.
    Se o discípulo segue a mensagem do Mestre, as conquistas começam a surgir.
    A vida no campo tem a verdadeira riqueza, que está na paz interior pelo gentil convívio com a natureza.
    Um dia, a gente chega lá!
    Abraço.
    Gilberto.

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