Não nos abrindo ao que somos, e forjando falsas imagens,
afastamos os que se interessam em nos conhecer melhor, rejeitando
suas críticas honestas e nos agarramos com mais força ainda aos
conceitos que fazemos de nós mesmos. Só utilizando as nossas
energias com sabedoria, seremos capazes de nos ajudar a descer no
fundo de quem somos de verdade e efetuar as mudanças que precisam
ser realizadas.
O incentivo que recebemos das outras pessoas é muito útil, mas
ainda mais importante é o incentivo que damos a nós mesmos. E,
quando estamos em sintonia com a realidade, nada na vida nos
enfraquece. Em resumo, enquanto não nos conhecermos de verdade,
todos os nossos relacionamentos podem estar sendo realizados partindo
de falsas premissas e, em consequência, sem a menor consistência.
Surge, então, a essência de um relacionamento sólido e durável.
Somente a partir de quando conseguimos apreciar quem realmente nós
somos, é que seremos capazes de apreciar as qualidades das demais
pessoas. Em síntese, se temos autoconfiança, somos capazes de nos
abrirmos para que outras pessoas penetrem em nossas vidas.
Chegamos, então, ao passo seguinte em qualquer relacionamento –
a COMUNICAÇÃO. Este é o tema do capítulo seguinte do livro que
estamos consultando. E não percamos o nosso tempo, vamos logo
analisar o que o autor tem a nos dizer sobre a comunicação.
Interessante a afirmativa com que ele abre o capítulo. A
comunicação é o elo vital entre os projetos que visualizamos e o
apoio necessário para que possam se desenvolver. Portanto, a
comunicação desempenha um papel fundamental no processo contínuo
para o aperfeiçoamento da qualidade de vida. E, retornando ao mesmo tema, pode-se concluir que não se comunicar é
estagnar. E surge com a afirmação uma nova conclusão, sem
relacionamento fica difícil ou quase impossível a comunicação.
Voltamos, portanto, para a importância dos relacionamentos e para
a afirmação do autor que o bom funcionamento dos relacionamentos
depende de uma interação fluente entre todas as partes envolvidas.
Quando valorizamos o trabalho em conjunto, somos capazes de ouvir e
de nos apoiar nas opiniões alheias.
O relacionamento ganha dessa forma uma nova consistência,
deixando de ser mera atividade coletiva, e assumindo uma consistente
relação interativa de grupo. Sendo sensíveis às mensagens que
recebemos dos nossos pensamentos e sentimentos, tornamo-nos também
sensíveis às pessoas com quem nos relacionamos.
Acontece que a grande maioria das pessoas não está nem aí para
o conhecimento interior que é a verdadeira essência da comunicação.
Em vez de se manter aberta para o que está em seu interior e assim
compartilhar pensamentos e sentimentos, a quase unanimidade da
humanidade fica preocupada em proteger a sua autoimagem.
Por mais que as pessoas busquem a comunicação através de gestos
e expressões dando a impressão que estejam prontas para um
relacionamento verdadeiro, o tom de voz e o ritmo que elas imprimem
às suas ações parecem revelar que não estão dispostas a
compartilhar. E sem compartilhar, os relacionamentos não se mantêm
por muito tempo. Dá-se o famoso “junta e separa” que não tem
mais fim. E isto vale para todo tipo de união e sociedade, incluindo
o casamento.
Quando não temos um real interesse por compartilhar, nenhuma
troca significativa de ideias pode ocorrer. Muitas vezes, revestimos
nossos conceitos de uma linguagem em que poucos conseguem penetrar.
Assim, usamos a comunicação para manipular os outros e não como um
meio para nos abrirmos a eles. As empresas de propaganda e marketing
vivem em função disso, dourando a pílula para fazer crer ao mercado
consumidor que este ou aquele produto é o suprassumo da qualidade ou
do investimento lucrativo.
Assim como se faz na propaganda comercial também ocorre na
propaganda pessoal, em que as pessoas produzem uma autoimagem que é
vendida para promover os relacionamentos, e que não representa a
realidade, provocando separações e rompimentos, quando a realidade
vem a ser descoberta.
A maioria das pessoas, quando se comunica, está mais preocupada
em expor suas ideias e opiniões do que ouvir o que os outros têm a
dizer. A tendência é interromper o que os outros dizem e persistir
em repetitivas afirmações. Deste modo, não há relacionamento que
perdure, e prevalecem sempre os apegos a valores e conceitos
próprios, desprezando-se a opinião alheia.
Quando nos autoconhecemos, entramos em sintonia com o mundo, e o
mundo em sintonia conosco. A necessidade de mantermos a autoimagem,
então, desaparece, e os outros passam a nos apreciar pelo que
realmente somos. Bons ou maus, nós somos o que somos.
Se algo nos desagrada, devemos mudar de atitudes e assumir novas
posturas que promovam a mudança da nossa imagem, de fato e de
direito. Disfarçar os erros e encobrir fraquezas é o caminho mais
curto para sucessivos fracassos nos negócios e na vida social, em
que se inclui o casamento.
E aqui chegamos nós à questão dos apegos. Tudo pode começar
com o apego a uma autoimagem tão falsa quanto insustentável. E a
tentativa teimosa de manter a autoimagem corrói todo e qualquer
relacionamento, criando tantos e tamanhos conflitos neste nosso mundo
em permanentes crises.
Como dizia Sidarta aos seus discípulos, a razão da infelicidade
humana está nos apegos. E a superação desses apegos, geradores de
tantas infelicidades, está em nossas mãos, dependendo apenas de
mudanças de atitudes. Soltar o que parece indispensável e deixar o
destino fazer acontecer. Se for necessário voltará a nós, caso
contrário, seguirá seu curso, independente de nossos desejos e
vontades.
E isto se aplica a emprego, amizade, sentimento, filhos,
residências, bens materiais e tudo que possa provocar atração,
desejo e posse. Se algo deva ficar conosco, não tenhamos dúvida que
ficará. Seja pessoa, sentimento ou objeto. Que cada um faça a sua
parte para obter a conquista, mas que não se apegue a nada como se
fosse uma boia para a sua sobrevivência.
Comentarei a seguir a relação que se deve procurar entre os
fatores que se apresentam prejudiciais aos relacionamentos e os
números kármicos existentes nos mapas. Cada karma pode estar sendo
responsável por um fator dificultador do relacionamento. Será muito
bom que cada um se autoanalise, e após
tirar suas conclusões, possa se sentir mais bem preparado para
analisar outras pessoas.
Descobrindo sua sabedoria, gratidão.
ResponderExcluir