quarta-feira, 28 de abril de 2010

FESTIVAL DE WESAK



Meus seguidores, crentes e descrentes, esotéricos ou exotéricos, atentos e distraídos, está acontecendo no dia de hoje, 28 de abril, o misterioso Festival de Wesak ou da Iluminação, como também é conhecido.
Todos os anos, quando o Sol está em Touros, no dia de Lua Cheia, conta-nos a história mística que os Senhores Mestres encarregados da evolução da humanidade reunem-se nos Himalaias para a celebração do Festival de Wesak.




De acordo com a narrativa da grande teosofista Alice Bailey, em seu livro Iniciação Humana e Solar, uma vez por ano, no Festival de Wesak, o Senhor Buda, em nome do Senhor do Mundo, leva à humanidade um fluxo de intensa força espiritual, com a intenção de proporcionar um maior nível de consciência à raça humana.
O Senhor do Mundo é quem preside a celebração, e para quem não O conhece por esse título, recomendo que procurem em suas Bíblias, quem foi chamado de "O Ancião dos Dias" ou Melquisedec, e descrito por Paulo, em sua carta aos Hebreus, como "rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo" e mais adiante "Salém que quer dizer rei da paz; sem pai, nem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias, sem fim de vida, tornado assim semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre".
Esse mesmo Melquisedec aparece nas Escrituras hindus, como o Primeiro Kumara, também chamado de Sanat Kumara, e é Ele quem, do seu trono em Shamballa, decide o que, a cada ano, deve ser feito para favorecer os fins da evolução.
Creiam meus surpresos leitores que, fora da nossa percepção visual, acontecem fatos e se movimentam seres que a nossa razão desconhece, mas que eles existem, não tenham dúvidas, eles existem.
O Festival de Wesak é uma celebração desse tipo, grandiosa para os olhares dos Grandes Mestres, mas que se transforma numa mera celebração ritualística aos olhares profanos.
Durante o Festival de Wesak, Sanat Kumara se reúne a Chohans e Mestres, com três propósitos:
1. Contatar a força planetária, por meio de Buda.
2. Realizar a principal das conferências trimestrais com seus Assessores.
3. Admitir à cerimônia de iniciação aqueles que estão prontos em todos os graus.


O Senhor Buda, durante o cerimonial, transmite esses fluxos de energia para o Cristo que os faz refletir sobre toda a humanidade planetária. Por isso, não estranhem se sentirem uma estranha vibração em seus corpos físicos, ao longo do dia de hoje. Ou, até se já vinham sentindo algo semelhante, nos últimos dias, pois a ritualística de preparação para Wesak já vem ocorrendo nos últimos dois dias.
A sensação pode ser que, passado o efeito inicial, provocado por esses fluxos de energia, tudo volta a ser como era antes, mas não é isso que acontece na prática. O padrão vibratório do planeta vem aumentando a cada ano, e os corpos físicos estão sendo induzidos à sutilização, mexendo com o metabolismo de toda a raça humana.
A resistência às mudanças só provocam dores e sofrimentos, e acabam por afetar seriamente os corpos físicos daqueles que insistem em ações somente voltadas para o plano físico.
A ciência está constatando que o magnetismo da terra está mudando, e com isso a distância entre o pensamento e a ação está tornando-se cada vez menor. Por isso, um desejo, uma vontade, uma raiva, podem manifestar-se na prática, bem antes do que se imaginava - são as famosas sincronicidades, em que aparentes coincidências vão deixando todos boquiabertos, por suas constantes repetições.
O bom mesmo, meus atentos leitores, é aproveitar o dia de hoje, e pensar numa porção de coisas boas, deixando que os fluxos positivos dos Mestres nos ajudem.
Experimentem mentalizar um ideal sonhado, e aguardem o resultado.
Vamos tentar, e depois me digam no que deu.



quinta-feira, 22 de abril de 2010

A DESCOBERTA DO BRASIL







Meus assíduos leitores, brasileiros, portugueses e irmãos do mundo inteiro, no dia de hoje, há 510 anos atrás, um fidalgo português pôs os pés em terras brasis e tomou posse, para o reino de Portugal, das terras que já lhe eram de direito pelo Tratado de Tordesilhas.
Naqueles tempos idos, Portugal e Espanha não conseguiam entender-se, e viviam às turras, como Israel e os Países Árabes vizinhos, divididos por uma linha tênue que, a todo momento, ameaçava ser rompida.
O tal Tratado foi a solução encontrada para que não se enfrentassem mar afora, nas tentativas de ocupação das terras do novo mundo. Depois de muita diplomacia e malandragem de ambos os lados, chegaram a uma linha imaginária, que estabelecia o direito de um e de outro, sobre as terras delimitadas por aquele traçado no mapa.
Depois disso, foi aquele corre-corre, levantar âncoras, içar velas e foi dada a partida. Colombo chegou às terras da América em 1492, e nelas fincou a bandeira da Espanha.
Oito anos depois, em 22 de abril de 1500, foi a vez de Pedro Álvares Cabral, um nobre português, ligado à Ordem de Cristo, que por sua vez tinha a sua história ligada aos famosos Templários, lançar âncoras de sua frota na Bahia, num lugar que foi batizado como Monte Pascoal.
Estava descoberto, ou melhor, assumido o direito de posse pela coroa portuguesa, o Brasil, a colônia que, um dia, teria a rara honraria de receber a corte do rei D. João VI, tornando-se por uns tempos a sede do reino de Portugal.
Pedro Álvares Cabral, em sua condição de Cavaleiro da Ordem do Cristo, uma seita mística que detinha conhecimentos secretos herdados desde a época dos Templários, sabia muito bem o que viera buscar nas terras de além-mar. O Brasil já era conhecido e citado em documentos secretos, como uma terra abençoada, onde havia riquezas inestimáveis e um solo de extrema fertilidade, no qual "em se plantando tudo dá", como diria Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei D. Manuel I.
Esse conceito de fertilidade e riqueza já era do conhecimento do escrivão da frota, pois ele mal tivera tempo de pisar nas areias das praias da Bahia, e não teria nenhuma condição de testemunhar a qualidade do solo brasileiro e de suas imensas riquezas.
A Escola de Sagres, um grandioso centro náutico, criado por D. Henrique, para treinar os navegadores portugueses, era uma organização que funcionava como um braço dos novos Templários, os Cavaleiros da Ordem de Cristo, dentre os quais Pedro Álvares Cabral era um deles. E foi de lá que sairam os comandantes das caravelas da frota de Cabral.
Há uma maravilhosa história secreta, ligando os misteriosos Templários à descoberta do Brasil, à Maçonaria e aos Rosacruzes. Conta-se que o Brasil já era mencionado em escritos antigos, bem anteriores a 1500, nos quais já era citada a sua localização e o seu nome Brasil, que quer dizer algo semelhante a "um raio que consagra a rocha sobre a qual se lança". Esta denominação esconde uma explicação mística que nega a falsa afirmação de que o país foi assim batizado pela madeira de raro valor comercial que aqui fora encontrada. A realidade é exatamente inversa, pois foi a madeira que ganhou esse nome, por ser reconhecida como "pau do Brasil".
Espero que meus irmãos portugueses tenham velejado comigo, durante esta viagem no tempo, numa das caravelas de Cabral, e aportado aqui naquela data sagrada de 22 do mês de abril, há 510 anos atrás.
Consta no meu histórico espiritual que, naquele tempo, eu vivia em Portugal, envolvido com os Templários e de olho no futuro dessa pátria amada idolatrada, salve, salve. Mas, isso, deixa pra lá, fica para uma outra ocasião.
Hoje, é dia de saudar nossos pais-mães portugueses, que com coragem e bravura, atravessaram os mares bravios para fazer o parto da nação brasileira e batizá-la, com todo o poder da magia que encerra a consagração "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".
Que assim se faça e que assim se cumpra em nome de Lei.
O Brasil oculto, a nação mística, sagrada e secreta, comemora mais um aniversário, num ritual de união, paz e amor com a sua Terra Mater, da qual jamais se separou, mesmo depois de proclamada a República.
A benção nação portuguesa, tu que és tão mãe e tão irmã deste nosso jovem país.
Abençoado número mestre 22, o número dos sábios e mestres instrutores, dos grandes teóricos e habilidosos práticos, dos que detêm a chave dos conhecimentos ocultos e a suprema maestria para interpretá-los. Hoje é o teu dia mestre 22, o dia de festejar-se o aniversário do Brasil e o parto sagrado de nossa mãe portuguesa.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A REVOLTA DO PLANETA VIVO







James Lovelock, em sua Hipótese Gaia, afirma que o planeta Terra é um ser vivo, capaz de se preservar e de se curar.

Curar-se pressupõe um poder de recuperar a saúde perdida, o que parece uma possibilidade alvissareira, diante dos vaticínios de destruição do planeta. Mas, preservar-se, é uma afirmativa preocupante.

O conceito de preservação é, no mínimo, ambíguo, por nos conduzir a uma idéia de conflito, em que a preservação do planeta pode pôr em risco a sobrevivência da humanidade.

De acordo com o estudo conclusivo de Lovelock, seríamos células de um Cérebro Global, e não habitantes isolados de um planeta.

Se partirmos desse princípio que, a Terra é um ser vivo e este ser é um Cérebro Global, nós seríamos os neurônios, os responsáveis por uma maior ou menor capacitação mental desse imenso órgão planetário.

O futuro da humanidade, nesse caso, dependeria da necessidade de assegurar-se que esse Cérebro Global fosse mentalmente são, e para isso seria indispensável que nós, os neurônios, contribuíssemos para essa sanidade.

Essa contribuição incluiria ações pela preservação dos recursos naturais, a descoberta de novas reservas de energias renováveis, a celebração de acordos que respeitem os ciclos naturais do planeta e, bem mais do que simplesmente lutar pela nossa sobrevivência, fazer uso da nossa potencialidade criativa a favor da expansão da consciência coletiva da raça humana.

A humanidade, para assumir essas tarefas regeneradoras, precisaria aceitar-se como parte de um todo maior, o corpo planetário.

Estamos diante de uma encruzilhada, na qual se cruzam a teoria científica e a realidade prática da sobrevivência humana. Cientistas, estudiosos, leigos e cidadãos comuns concordam, no entanto, que da maneira que as coisas vão, chegará um tempo em que a Terra já não oferecerá condições adequadas para a vida humana.

Nesse momento, de acordo com a Teoria Gaia, o fim da raça humana seria o início do fim da própria sobrevivência do planeta. Imagina-se que, sem seus neurônios, o Cérebro Global não teria como sobreviver.

Pensemos, porém, no conceito de que a Terra tem o instinto de, não somente se curar das feridas, mas também de se preservar contra os riscos de sua extinção. Então, na tentativa de se manter viva, antes que a ameaça se confirmasse, ela encontraria recursos para evitar a morte, mesmo que à custa do sacrifício de seus neurônios doentes.

Surge, agora, uma pergunta óbvia –“como permanecer viva, sem os neurônios?”.

A resposta pode estar numa transformação estrutural das suas células, com o aproveitamento de somente uma pequena parcela dos neurônios ainda sadios. Se assim for, mais do que cura e preservação, a Terra demonstraria uma capacidade ainda maior, de renascer, ressurgir das cinzas ou ressuscitar.

Há uma preocupação coletiva com “o fim do mundo”, por conta de guerras nucleares, colapsos de energia, desastres ecológicos, epidemias, fome e sede ou catástrofes ambientais.

A maioria não se dá conta, ou não acredita que, algumas dessas possibilidades senão todas, estejam sendo formas de defesa de um ser vivo, a Terra, numa tentativa consciente de se preservar da ameaça representada por suas células doentes, a humanidade.

Pensemos um pouco mais sobre a afirmação de James Lovelock, endossada por quase toda a classe científica mundial, de que a Terra possui meios para se defender e se preservar. Se a Terra é um Cérebro Global, um ser vivo que pensa e sente como qualquer um de nós, possuirá a capacidade de arquitetar estratégias de defesa, mesmo com o sacrifício da maior parte da humanidade.

A Terra está sendo sistematicamente agredida por suas células doentes, enfraquecendo-se e correndo sérios riscos, que poderão ser fatais, se elas não forem combatidas e eliminadas. Os riscos são decorrentes das ações humanas, as suas células nervosas. A cura e a preservação do Cérebro Global exigem atitudes de defesa, que atingirão fatalmente as fontes ameaçadoras – a raça humana.

A grande maioria das pessoas desconhece que assim como fazemos parte do planeta Terra, o próprio planeta é parte de um todo maior – o Sistema Solar. E, expandindo este raciocínio, atingiríamos mundos distantes e galáxias impensáveis para nossas mentes terrestres.

Quem, em são consciência, pode imaginar que a raça terrestre com a sua minúscula presença num planeta de um dos inúmeros sistemas solares, possa ser mais importante que o Universo inteiro? Diante deste questionamento, não será difícil chegar-se à conclusão de quem irá sobrar nesta luta desigual.

A vaidade humana, somente ela, pode desconhecer o perigo que corre a humanidade, quando presenciamos tantas e tamanhas agressões ao corpo do planeta.

A única saída para que não ocorra essa apocalíptica previsão de “fim do mundo”, será a mais completa e absoluta mudança de consciência da criatura humana. Os neurônios precisam encontrar meios de se curar, para se preservar. Se nós somos partes do todo, temos os mesmos poderes de cura e preservação desse todo.

Cabe a nós, adotar uma nova ordem na relação com o planeta. Os neurônios precisam cuidar da sua saúde, para que o Cérebro Global recupere a sua integridade física, e não mais precise continuar defendendo-se, através de catástrofes e de ataques psíquicos às pobres criaturas terrestres.

E a propósito, meu atento leitor, de que número nós estamos falando?

Que tal fazer um comentário, e responder a este desafio?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um preito aos meus ancestrais portugueses : vocações dos números 5 e 6

Ah, meus nobres leitores portugueses, o que pode ser mais nostálgico do que a imagem de uma caravela velejada por seus antepassados, por mares nunca dantes navegados!
Hei de recuar por tempos e mares, até a longínqua terra mater onde repousam minhas origens portuguesas.
Nessa viagem, eu talvez esbarre em escrivães de frotas redigindo suas cartas ao rei, relatando as peripécias de suas viagens em veleiros que enfrentam calmarias ou convés invadidos por águas de um mar bravio.
Um desses navios, que singravam os mares entre o império e a antiga colônia, trazia meus antepassados lusitanos, que saíram de sua terra natal em busca de sonhos.
O navio era o "Rei de Portugal", um barco pequeno com muitas velas e pouco motor. A época de que falo era o final de março do ano de 1898. O meu antepassado à bordo era o meu avô materno, que completou 9 anos em alto mar.
O pequeno veleiro deixara o porto de Leixões havia 22 dias antes que viesse a tocar as águas da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
O menino Antônio estava encantado com a aventura que chegara ao fim, depois de singrar os mares e gozar dos ares dos portos de Lisboa, Madeira, Cabo Verde, Pernambuco e Bahia.
Comecei pelo nº 5, o símbolo do movimento, das mudanças e das viagens. Mas, agora, dedico-me um pouco mais ao nº 6, a expressão mais íntima da família e do amor à tradição dos ancestrais.
O meu avô, que pisara em solo brasileiro aos 9 anos de idade, seria enterrado em terras brasileiras 50 anos depois. Chamava-se Antônio José da Cunha, natural do Porto, onde nascera no dia 12 de março de 1889. Os seus pais eram de Chaves, província de Traz os Montes, e, na data em que nasceu, seu pai era guarda fiscal na cidade do Porto.
Conto-vos, meus atentos leitores, o que meu avô deixou por escrito, e que repercute nos tempos modernos como um romance histórico, uma epopéia com sabor de revolta e de bravura.
O pai dele meteu-se numa rebelião pelos idos de 1891, quando no dia 31 de janeiro estourou na cidade do Porto um movimento republicano, pelo descontentamento popular contra a política externa do rei.
Nos manuscritos do meu avô Cunha, pude saber que os rebelados se achavam humilhados pela submissão de Portugal às ordens da Inglaterra.
O rei era D. Carlos I que, de acordo com os insurgentes, se curvara a exigências humilhantes impostas pelos ingleses.
O clamor republicano foi para as ruas, mas de forma ingênua e aventuresca, pois se esqueceram de fortalecer suas posições, e saíram para comemorar a nova república nos braços do povo.
A tropa fiel ao rei chegou e pôs ordem na casa, prendendo os revoltosos, dentre os quais o meu bisavô Domingos, que saiu dos campos de luta para um hospital, onde permaneceu 2 meses, por conta de um balaço que entrou pelo peito e saiu pelas costas.
Surge, então, na história da família, a grande heroína, minha bisavó Amélia que, à frente de esposas de outros prisioneiros, foi à presença da rainha Dona Amélia, rogar-lhe que perdoasse os revoltosos, que tinham sido condenados ao degredo na África.
Os argumentos de minha bisavó Amélia parecem haver sensibilizado a rainha que, por ter o mesmo nome, deve ter sentido uma empatia imediata pela causa da outra Amélia.
A heroína Amélia deve ter sido aclamada pelas esposas e pelos fracassados rebeldes que recuperaram a liberdade e abandonaram de vez os seus sonhos republicanos.
Quem diria, meus leitores portugueses, que o meu sangue já correu em terras de além mar, e que meus ancestrais ajudaram a escrever uma parte da história de Portugal. Uma parte muito ínfima, é verdade, e fracassada, o que é o pior, mas perdoem a ingenuidade do meu bisavô, pois naquele tempo não havia internet, para que ele tivesse noção em que fria estava se metendo, em busca dessa tal de república.

Meu avô foi pintor, não de quadros, mas de paredes.
Numa época de devoções religiosas e beatas beijando a mão dos padres, meu avô foi taxado de ateu, e até de comunista. Pobre coitado, que de comunista tinha somente uma profunda consciência social, e de ateu, uma fé num Deus que estava muito acima das religiões.
As pinturas do meu avô, no entanto, não se restringiam às paredes e tetos, mas, também, nas horas vagas, a pequenas telas que retratavam suas memórias repletas de sensibilidade e romantismo.
Num dos quadros, herdados por mim, ele aparece de namoricos com a minha avó, na bica da praça onde os dois se encontravam, enquanto enchiam suas tinas e esvaziavam seus corações com juras de amor.
Quando morreu, deixou um esboço de tela, que pintaria e dedicaria à minha mãe. Não deu tempo, a obra ficou inacabada, com um certo ar de mistério, indecifrável para quem vê um jovem com bombachas gaúchas e esporas olhando cheio de amor para uma jovenzinha simples, e que com olhos baixos denunciava um pudor que o tempo tratou de extirpar dos olhares das jovens de hoje em dia.

A vós, meus leitores apegados a números, deixo-vos uma lição prática do que seja o nº 6, falando da minha família portuguesa, dos meus avós e bisavós e das tradições e raízes que contam a história de nossos ancestrais.
A viagem marítima da família, de Portugal para o Brasil, e as aventuras militares do meu bisavô, são exemplos mais do que suficientes para falar do nº 5, impulsivo, inquieto, aventureiro e eterno peregrino.

A meus leitores portugueses, deixo a minha saudação de um irmão distante, que poderia estar a se deleitar com esse sotaque gracioso e melódico do povo português, mas que o destino fez com que, nesta encarnação, nascesse em terras brasis, com seus acertos e desacertos de uma nação ainda jovem.
Entre o 5 e o 6, minha família viajou, criou raízes e deixou uma história de amor, que já está sendo contada pela terceira ou quarta geração.
Tudo vale a pena, meus queridos leitores, quando a alma não é pequena.