quinta-feira, 30 de março de 2017

DESVELANDO SEGREDOS DA DOUTRINA SECRETA




Meus caros leitores e leitoras:

Se, como creem os estudiosos do ocultismo, os mistérios de natureza divina e humana estão contidos na obra complexa e esotérica da Doutrina Secreta, não seria menos verdade, considerar que essas revelações são de difícil interpretação e, para os leigos, costumam mais confundir do que esclarecer.

A leitura da obra completa de Helena Blavatsky deve ser feita, assim como se recomenda aos leitores da Bíblia, fora da ordem cronológica com que surge nas páginas desses livros. Eu recomendaria aos noviços do ocultismo, que começassem com o Volume V, da Doutrina Secreta, que trata de Ciência, Religião e Filosofia.

E fisgando, na Seção X desse Volume, algumas alusões aos números e a Pitágoras, pesquei certos conceitos, e os trouxe para que os leitores percebam que há afirmações antigas e semelhantes, em todas as religiões, que, apenas pela vaidade humana, se conflitam e geram polêmicas e cisões.

Começo com uma afirmação preciosa para todos nós numerólogos, que diz que todos os seres têm o seu número particular, que distingue cada um deles, e que é a fonte de seus atributos, qualidades e destinos. Segundo Cornélio Agripa, um influente escritor alemão esoterista da Renascença, nascido em 1486, o acaso não é senão um termo desconhecido da progressão, e o tempo não passa de uma sucessão de números.

Pitágoras afirmava que, entre os deuses e os números há uma relação misteriosa, em que a alma é um mundo dotado de movimento próprio. Em seus estudos matemáticos e geométricos, Pitágoras fazia a relação perfeita entre os números, as criaturas e os acontecimentos, não só no esquema planetário, mas em todo o Cosmos.

Em geometria, não se pode obter uma figura absolutamente perfeita com somente uma ou duas linhas retas, porém, três linhas retas em conjunção produzem um triângulo, considerada a figura absolutamente perfeita. Daí porque, o triângulo sempre simbolizou o Eterno – a primeira perfeição.

O hexágono, formado por dois triângulos que se entrecortam, era considerado por Pitágoras como o símbolo da criação. Os egípcios o viam como a união do fogo e da água, ou da própria geração. Os essênios o reconheciam como o símbolo de Salomão. Os judeus, como o escudo de David.

Os signos são de fundamental importância, em todas as religiões, que os consagram em seus ritos sagrados. A consagração dos signos se reveste de um ritual mágico, que lhes concede um poder divino, a ser exaltado e incorporado à vida dos seguidores de cada religião.

No início da existência da raça humana, só havia uma Ciência: a Ciência Divina. O surgimento das diversas religiões provocou o conflito da fé, a confrontação entre os seus seguidores, cada qual atribuindo valores e poderes maiores e absolutos aos seus signos e dogmas.

A união do Estado com a Religião acirrou os ânimos entre os divergentes, resultando em perseguições e guerras, que perduram até os dias de hoje. A religião oficial de cada país, sempre e em todos os tempos, se desembaraçou facilmente dos credos rivais, fazendo crer que eram perigosas heresias.

Os antigos feiticeiros e seus descendentes manifestam ódio a todos que não seguem seus ritos e crenças, considerando-os adversários, e perseguindo-os, em alguns casos com atos cruéis e violentos. Nos tempos de hoje, tais atitudes, em nada se diferenciam, do que ocorre em países fundamentalistas ou, até mesmo, naqueles em que as crenças são livres, mas o ódio sempre está presente.


Muitos, em sua ignorância, alimentada pelos seus líderes religiosos, empregam conceitos e palavras que não retratam a realidade, julgando-se, deste modo, mais dignos do amor de Deus ou da salvação de suas almas. Agindo assim, alimentam crendices e fazem julgamentos completamente absurdos, condenando os que pensam diferente, acusando-os de bruxos, feiticeiros e seres malignos, sem ter o conhecimento exato do que seja a Magia Branca e a Magia Negra.

Para o teósofo, não existem milagres, nem divinos e nem satânicos. Para ele, não existem Santos, Feiticeiros, Profetas ou Adivinhos, mas, somente, Adeptos, que são os homens capazes, de produzir fatos de caráter fenomenal, e que devem ser julgados segundo os seus atos e palavras. A distinção a ser feita se relaciona aos resultados obtidos, se foram benéficos ou prejudiciais às pessoas sobre quem o Adepto exerceu os seus poderes.

O estudioso do ocultismo não deve pertencer a nenhum credo ou seita, mas, deve manifestar o maior respeito por todas as crenças e religiões, se aspira tornar-se um Adepto da Boa Lei. Cada um deve ter suas próprias convicções e opiniões, sem se deixar envolver por pressões e intimidações.

Como espero ter demonstrado, neste primeiro estudo direcionado à obra doutrina Secreta, os conceitos emitidos por Blavatsky não são complexos e nem de difícil compreensão, desde que sejam lidos com a mente aberta e destituídos de preconceitos.

Continuarei preparando novas análises e avaliações sobre os escritos de Blavatsky, com a intenção de desmitificar a dita complexidade dos ensinamentos da Doutrina Secreta. Sem dúvida, esta dificuldade com que se depara o leitor deve-se mais à linguagem recebida dos escritos orientais, em que Blavatsky foi buscar as explicações transmitidas em sua obra.

Com a familiarização dos termos e dos costumes religiosos orientais, a leitura se torna menos densa e o entendimento bem mais fácil. No entanto, a interpretação preconceituosa das afirmações pode ser um fator dificultador do entendimento e da aceitação dos ensinamentos passados, especialmente quando se conflitam com as questões da fé religiosa de cada leitor.

A minha palavra final é que não há razão para alimentar preconceitos, a verdade é una, e por qualquer dos caminhos escolhidos, desde que honesta e sinceramente, todos chegarão à Divindade. Creiam no que lhes pareça verdadeiro, mas respeitem as crenças alheias, pois este é o caminho da Iluminação. Assim falou Zaratustra, Pitágoras, Gautama, Maomé, Jesus e todos os Grandes Mestres Iniciados, através da História.


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