sexta-feira, 21 de setembro de 2018

MEMÓRIAS DE UM PROFETA - CAPÍTULOS 25, 26 E 27

CAPÍTULO VINTE E CINCO
Gibran tinha a sensação de que havia pouco tempo para concluir os seus apontamentos sobre os fatos que ia viver em sua futura encarnação. Era uma intuição, apenas uma intuição, sem causas nem explicações. Ele tratou de se dedicar ainda mais às mensagens, reservando a noite para prestar contas a Helga das revelações do Mestre.
O Mestre também acelerou o ritmo das revelações, exigindo mais esforço de Gibran para acompanhá-lo. Com isso, o cansaço ao final do dia tornou-se maior, e ele passou a sentir os efeitos sobre a musculação do braço e dos dedos da mão. Helga receitou umas compressas de ervas que se não faziam desaparecer as dores, tornavam-nas menos incômodas.
As folhas de papel se sucediam, e iam repousar sobre os maços que jaziam nas prateleiras de um armário, contendo todas as mensagens recebidas, desde o primeiro dia em que teve início a conexão do discípulo com o Mestre. Todas estavam catalogadas pelas datas e pelos assuntos abordados. Esta era a recomendação do Mestre, e Gibran a seguia numa dedicada disciplina.
As mensagens, a esta altura em que retomamos o contato com Gibran, já se referiam ao ano de 2012, quando a Terra sairia de um ciclo sombrio para um ciclo de luz. As profecias, que falavam do aumento do padrão vibratório, eram confirmadas em todo o mundo. Pessoas morriam, de repente, de causas ignoradas. Muitas sofriam de crises psicoemocionais, diagnosticadas como síndrome do pânico, ou como labirintite, pela tonteira e as náuseas que provocavam.
Os médicos não conseguiam encontrar as causas dos distúrbios psicossomáticos, pois não se davam conta de que estavam vivendo um momento inusitado na vida do planeta. O aumento do padrão vibratório dava zumbido nos ouvidos, zonzeiras, dor muito forte na boca do estômago e outros sintomas, todos relacionados com modificações no corpo de energias e que se refletiam no corpo físico.
Os exames nada revelavam de errado com os pacientes, pois, os sintomas eram momentâneos, passando depois de curto espaço de tempo, quase sempre inferior a 24 horas.
O novo padrão energético estava tornando as pessoas menos densas, menos presas à matéria e aos bens materiais. A intuição se aperfeiçoava. Os fatos futuros começaram a sofrer as influências dos pensamentos expressos pelos mais evoluídos espiritualmente. Muitos passaram a controlar os acontecimentos de suas vidas, bastando firmar na mente o que desejavam obter no dia seguinte, ou no ano que vem.
Os chakras estariam sendo reajustados aos novos padrões, e, por isso, conforme a sensibilidade pessoal, uns sentiam mais incômodos nuns chakras do que em outros. Em muitas pessoas, o chakra solar redimensionado teria de se adaptar aos novos padrões, e sofreria fortes pressões pela subida de kundalini.
A energia cósmica, fohat, penetrando pelo coronal, iria em direção ao cardíaco para se unir à energia telúrica, que subindo pelo chakra raiz, tinha um encontro marcado no centro do coração. A união perfeita de fohat e kundalini resultaria na iluminação, tornando, cada iluminado, como um legítimo Buda, que passasse a semear sabedoria por palavras e atos.
Essas pessoas passariam a perceber seus erros no exato momento em que os cometessem, podendo corrigi-los antes que provocassem danos espirituais ao futuro da alma. Os karmas, com isso, seriam drasticamente reduzidos, só os cometendo os mais resistentes às mudanças. Esses seriam os mais sujeitos a desencarnar na Terra e reencarnar num planeta mais denso e num estágio de evolução mais atrasado.
O processo se aceleraria até 2025, quando as separações já deveriam estar encerradas. Com isso, as mudanças de hábitos iam atingir uma fase mais intensa, tornando o planeta um local mais preparado para receber uma nova civilização, psicologicamente mais bem equilibrada e espiritualmente mais consciente de seus propósitos no mundo.
Gibran estava em êxtase, entusiasmado com o que ele considerava a confirmação da sua crença de que o mundo tinha salvação. A separação do joio do trigo seria feita sem maiores traumas, dentro de um processo reencarnatório natural, só que as almas teriam uma nova opção para reencarnar. Os mais evoluídos espiritualmente, e consequentemente mais sutis, reencarnariam na Terra, os resistentes às mudanças e que permanecessem mais densos, reencarnariam num planeta mais adequado à forma deles pensarem e sentirem.
Que coisa linda! Exclamou Gibran em voz alta. Helga entrou na sala, neste exato momento em que Gibran exclamava e parecia falar sozinho. Ela soltou uma gargalhada, que o assustou. Ela abraçou-o e eles riram juntos. Que loucura! Eles estavam vivendo com os corpos numa época, mas com as mentes no futuro.
Abraçados foram fazer a refeição mais substancial do dia, no meio da tarde, quando tiravam o tempo para pôr ordem na casa e distribuir as tarefas do final do dia. Comiam alimentos deliciosos e saudáveis, e mantinham sadios seus corpos octogenários. Quem os conhecesse não lhes daria mais de sessenta anos.
CAPÍTULO VINTE E SEIS
Gibran vivia muito pensativo com tantas mensagens sobre um mundo novo, que mudaria todas as relações que se acostumara a considerar normais. Diante das informações que chegavam ao seu conhecimento, a mudança do que era considerado normal poderia deixar muitas pessoas enlouquecidas, e sem saber o que fazer de suas vidas.
Helga era menos extremista, entendendo que a raça humana sempre se acostumou com as mudanças naturais ocorridas ao longo da história e que, no futuro, não seria diferente. Ela não confessava, mas estava ansiosa por viver naquela época futura, descrita por Gibran. Ela confiava na sua capacidade de se adaptar a mudanças, e de se tornar pioneira em certas áreas, quando surpreenderia a todos com suas ideias futuristas de tornar a vida mais sadia e mais integrada à natureza.
As reflexões de Helga deixaram-na ainda mais convicta de suas crenças, quando Gibran trouxe à baila, o início do movimento de migração, nos próximos cento e cinquenta anos, com o retorno das populações da cidade para o campo. Aquela notícia era a confirmação, segundo pensava, de tudo que sempre imaginara vir a acontecer, num futuro distante.
Assim como ela e Gibran saíram do centro urbano de Berlim para viver nos campos de Stuttgart, muitos fariam o mesmo, quando percebessem que a vida na cidade estava acabando com sua saúde. Ela tinha tanta certeza dessa verdade que não se surpreendeu, quando Gibran afirmou que este seria o futuro da humanidade dentro de aproximadamente cento e cinquenta anos.
Helga já se imaginou no futuro, ela e suas ervas, ensinando comunidades rurais a plantar seus próprios remédios e temperos. Ela ficou tão feliz com esses sentimentos, que passou a sonhar com a sua nova vida, noite após noite. Ela sonhava que recebia diversas missões que influiriam nos futuros hábitos da humanidade.
Os sonhos de Helga passaram a ser constantes, transmitindo imagens de uma época futura, onde ela se via com uma aparência diferente, com cabelos pretos e falando uma língua estranha que, no entanto, era capaz de entender perfeitamente tudo que dizia.
Gibran ficou encantado, quando ela lhe contou seus sonhos sobre o mundo do futuro. Os relatos de Helga coincidiam em diversos aspectos com as mensagens do Mestre. A sensação é que ele recebia o roteiro, e Helga, as imagens, de um filme projetado na tela do futuro.
A conversa deles passou a ser mais interessante, pois, cada um falava do que chegava ao seu conhecimento, e juntos editavam script e imagens, numa história futurista, que parecia um conto de ficção. Não fosse a certeza que estavam projetando o futuro da humanidade, com fatos que se confirmariam no tempo certo, eles poderiam considerar-se escritores inspirados por uma imaginação fértil e muito criativa.
Gibran ganhou entusiasmo novo com os sonhos de Helga. Ele acordava e ficava aguardando o despertar de Helga, para que ela contasse seus sonhos. Os dois, então, procuravam juntar as peças do roteiro escrito com as imagens, e editavam o filme a ser exibido num futuro distante. Passavam horas, na edição. Depois, Gibran saía em busca de novos roteiros.
CAPÍTULO VINTE E SETE
Gibran não descansava na sua lida diária, de copiar os escritos ditados pelo Mestre. As revelações se sucediam e surpreendiam. Agora, o Mestre decidiu falar do período entre 2025 e 2050, quando a imagem da Terra começaria a ser redesenhada e a história reescrita.
Os futuros quatro reinos começariam a se formar, com a destinação de cerca de 500 milhões de habitantes para cada um deles. E de onde sairiam essas pessoas? Dos diversos recantos do planeta, de continentes que deixarão de ser reconhecidos como regiões da Terra, de nações que perderão seus limites e de cidades que se integrarão aos reinos, unidas em condados e ducados como nas antigas monarquias.
A realidade é que o governo do mundo caberá a seres reintegrados à esfera planetária, por decisão da Hierarquia. Esses seres vão reencarnar entre nós, como qualquer ser humano normal. Desde crianças, porém, revelarão seus poderes sobrenaturais e serão preparados para se tornar reis de cada um dos quatro reinos da Terra.
A proximidade de 2050 determinará o maior êxodo das grandes cidades, em direção a regiões pouco habitadas, não somente nos campos e nas montanhas, mas também em áreas desérticas e consideradas impróprias para a vida. Essas regiões serão preparadas pelos elementais da natureza, sob o comando das Hierarquias Celestiais, de modo que desertos se transformem em terras férteis e regiões geladas em terras propícias ao repouso e a busca de inspiração superior. As terras altas serão destinadas a construções de mosteiros e templos. As terras baixas serão reflorestadas e despertarão nascentes, as quais formarão rios e lagos. E, no meio de todas essas mudanças e aperfeiçoamentos geográficos, geológicos e hidrológicos, os seres formadores de uma nova mentalidade, ocuparão seus lugares.
As cidades irão esvaziando-se à medida que a falta de energia elétrica e de combustível para os veículos for se agravando. Cidades se tornarão ruínas a serem visitadas no futuro, como parte da história de um mundo que não deu certo, e que teve de recomeçar o seu projeto. Os turistas visitarão as ruínas como antes eram visitados o Coliseu romano, as pirâmides egípcias e o Parthenon grego.
Os recursos energéticos serão extraídos da natureza sem esgotá-los. As terras serão ocupadas sem agredir a natureza. Os poderes espirituais serão responsáveis por solucionar questões que estarão acima da lógica e da razão. A obediência às leis será uma atitude natural, pois todas as regras serão expressas por uma consciência coletiva, estimulada pelos governantes, inspirada pelos Mestres e transmitida ao povo através de uma vibração superior que alimentará o inconsciente coletivo.
Durante muitos séculos, a humanidade vai ser preparada para retomar o seu livre arbítrio, desta vez com maior segurança e com menos riscos do descontrole e do caos, observados na experiência anterior. Os futuros governantes serão preparados, dentre os que mais se destacarem por seu senso individual e pela iniciativa própria para favorecer o bem-estar coletivo.
Os reinos ficarão localizados nos quatro pontos cardeais planetários, sendo reservadas, as regiões intermediárias, à preservação de florestas e de espécies animais selvagens. Os habitantes de cada reino desenvolverão atividades diferentes, orientados por Adeptos que estimularão vocações e talentos herdados de outras vidas e que sirvam para a prosperidade das regiões. A concorrência não será estimulada e a rivalidade entre classes, condenada aos primeiros sinais do seu redespertar.
As terras serão divididas em três setores, habitações, plantações e escolas. Todos trabalharão para todos. Todos serão, ao mesmo tempo, mestres e aprendizes, ensinando sobre suas especialidades e aprendendo o que ainda desconhecem. O comércio como é conhecido será substituído pela troca de serviços, com a abolição do dinheiro e da prática de estabelecer preços para serviços e mercadorias. Todos terão plena consciência de que não importa o que façam ou forneçam, os valores serão sempre os mesmos para os que dão e para os que recebem.
As habitações serão de madeira, retiradas das florestas com o máximo cuidado, para que a reposição se faça num prazo adequado, sem prejuízo para o equilíbrio ecológico da região. As plantações agrícolas serão de produtos orgânicos sem qualquer adubo ou veneno. A alimentação será basicamente vegetariana, com a prática carnívora sendo erradicada dos hábitos alimentares, por volta de 2080.
As escolas ensinarão arte e cultura, estimulando os jovens a desenvolver naturalmente a sabedoria que trouxeram de outras vidas. As aulas serão dadas ao ar livre, com ações práticas que desenvolvam a mente e o físico. As especializações serão ensinadas conforme os talentos de cada um, e proporcionalmente às necessidades da sociedade.
As práticas espirituais serão promovidas em ambientes que favoreçam a expansão do nível de consciência, e que conduzam à abertura da visão astral. O mundo físico e o astral se unirão e passarão a fazer parte de uma única percepção humana, o corpo físico-astral.
Depois do ano 2100, a humanidade não mais fará distinção entre a visão física e a visão astral, e quem enxergar a matéria também será capaz de ver as entidades e as imagens do plano astral. Todos serão médiuns e videntes, uns mais evoluídos e outros menos, de acordo com o histórico kármico de cada um.
As guerras farão parte de um passado que todos desejarão esquecer. Mas, elas serão relembradas, de tempos em tempos, para que seus horrores e destruições sirvam de estímulos à sua completa erradicação das relações humanas.
As músicas serão suaves e harmônicas, com ritmos diferenciados, cada qual estimulando um centro energético e desenvolvendo-o com intenções criativas e construtivas. A arte fará parte de todas as famílias, desde o teatro, a música e a dança, até a pintura e a arquitetura.
Gibran suspirava encantado, e se sentia mais lá do que cá. O cansaço das outras ocasiões não aparecera naquele dia, sentindo-se mais descansado, após horas de trabalho, do que quando iniciara a escrever. Desta vez, foi o Mestre que interrompeu o fluxo de energia. Gibran ficou meio desconsolado, e até esboçou um princípio de reação, mas se controlou, ao relembrar o comportamento humano no mundo do futuro.

4 comentários:

  1. Que maravilha de mundo! <3 E eu nasci em 1974! Vai ser maravilhoso assistir a esse desabrochar! <3

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  2. Todos terão, no entanto, de se adequar ao novo modelo, pois, somos os reais figurantes deste roteiro traçado pelo destino.
    Se usarmos a intuição, perceberemos que este tempo futuro já começou.
    Ele não é simples de perceber, mas é fácil de sentir.
    Forte abraço.
    Gilberto.

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  3. Sim, querido Mestre, e eu sinto muito esse futuro. E sinto que caminhamos a passos lentos, mas decididos para esse futuro colectivo. Basta ver os inúmeros projectos colectivos e comunitários que se estão a concretizar um pouco por todo o mundo :)

    Grande abraço!
    Jorge

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  4. Estamos solidários nesta crença, que, tal qual uma criança, a humanidade vai, aos poucos, num permanente processo de amadurecimento.
    Façamos a nossa parte.
    Abraço.
    Gilberto.

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