domingo, 16 de maio de 2010

O ESPÍRITO DE DEUS

Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é NaturezaxEspiritualidade.
Anotem o link : www.espiritual-idade.blogspot.com


O ESPÍRITO DE DEUS

A Alma do Mundo é o Espírito criador agindo de forma ininterrupta para sustentar a vida na Terra. A Mente Divina não descansa um momento sequer para não perder o controle sobre a evolução planetária.

As criaturas humanas evoluem e se tornam seres sábios e poderosos. As demais formas de vida no planeta crescem juntas com a humanidade, e também evoluem.

O Universo evolui e arrasta atrás de si sistemas solares, estrelas e planetas, que também evoluem. Tudo está em contínuo movimento evolutivo, e a raça humana é uma das múltiplas consciências em permanente evolução.

A ação exige uma coordenação, e antes disso, um poder criador. O Universo é inteligente, e há um programa que integra e comanda as peças em movimento, fazendo-as interagirem, enquanto processam suas evoluções.

Esse poder, criador, controlador e integrador, é Deus e, o ato de servi-Lo e respeitá-Lo, conhecido como espiritualidade.

Espiritualidade seria, então, a relação natural do homem com Deus, da criatura com o Criador. Essa relação exige certas condutas e crenças que, se não forem adotadas, afastam o homem de Deus.

As condutas e as crenças deverão respeitar e preservar toda a Criação, por ser a obra prima do Deus Criador e Mentor das ações humanas.

Se Deus criou tudo e todos, nada existe sem que tenha sido por Ele criado. Servi-Lo e respeitá-Lo, portanto, exigirá também respeito e preservação por toda a sua Criação.

A espiritualidade é a interação perfeita entre o Espírito, Deus, e a Matéria, a Criação. As pessoas espiritualizadas são aquelas que têm a consciência plena de que são espíritos encarnados na matéria, mas que não são as únicas obras criadas pelo Criador.

O Criador do Universo criou o Todo, os Céus e os Planetas, o Bem e o Mal, os Deuses e os Diabos, Os Paraísos e os Infernos, o homem, os animais, os vegetais, os minerais e todos os demais seres da Natureza, os cultos e os ocultos.

Uma coisa é certa, Deus não criou as religiões. Ele não seria capaz de na sua infinita bondade criar uma obra que gerasse tanto ódio, tantas rivalidades e tantas guerras.

A religião é invenção do homem, a espiritualidade é criação de Deus.

Os seres espiritualizados podem até ser religiosos, mas nem todos os religiosos são espiritualizados. As religiões funcionam como pontes ao longo do caminho, jamais como metas finais.

A Natureza é obra divina, e como tal deve ser amada e respeitada. Os animais são criações divinas, e precisam ser tratados com humanidade. As florestas são sagradas por esconderem os nascedouros dos mananciais de águas cristalinas que agem como o corpo de emoção do planeta. Os minerais são divinos e poderosos por conterem energias que retêm a história da vida planetária.

Desrespeitar tudo isso é desacreditar num Deus Criador. Maltratar a Natureza é se mostrar insensível à obra amorosa do seu Criador. Sacrificar de forma selvagem os animais é se mostrar desumano e cruel com um irmão de outro reino.

Todos somos irmãos, os homens e os animais, os minerais e os vegetais.

Se um dia, um desses reinos desaparecesse da face da Terra, todos os demais também desapareceriam.

O homem terá que entender, por bem ou por mal, que não foi ele que tramou a teia da vida, que ele é um mero fio deste emaranhado divino.

Há mais de 150 anos atrás, um índio ensinou ao homem branco a sua primeira lição de ecologia, afirmando que “a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra”. Isto é espiritualidade. Isto é atitude ecologicamente correta.

Não se pode confessar amor a Deus, sem amar a Natureza. Não se pode confessar amor a Deus, enquanto se sacrificam animais de forma cruel para satisfazer apetites sofisticados. Não se pode confessar amor a Deus, derrubando-se árvores para ganhar dinheiro. Não se pode confessar amor a Deus, poluindo rios e mares, com a desculpa de gerar mais renda e empregos. Não se pode confessar amor a Deus, destruindo florestas, desviando rios e inundando áreas, com a justificativa de gerar mais energias para o progresso da sociedade.

A terra não pertence ao homem, é o homem que pertence à terra.

FIM
















quarta-feira, 12 de maio de 2010

INICIAÇÃO HUMANA




Muitos dos meus assíduos leitores têm ouvido falar de Iniciação, como na recente postagem sobre o Festival de Wesak, quando mencionei o livro de Alice Bailey, “Iniciação Humana e Solar”.

Mas o que seria exatamente a Iniciação?

No livro de Alice Bailey, acima mencionado, a autora explica que chega um momento na vida de qualquer ser humano que o foco dos seus interesses começa a mudar das conquistas materiais para o progresso espiritual.

Depois de um longo período de preparação, que pode ocupar várias encarnações, o discípulo se apresenta diante do Portal da Iniciação, e a partir desse momento ele estará mais próximo do seu Mestre.

Cada passo dado ao longo do caminho exigiu muitas renúncias e desapegos. A passagem pelo Portal, no entanto, irá custar-lhe muitos sacrifícios. Sacrifícios que não serão impostos, mas assumidos voluntariamente.

O processo de Iniciação é uma peregrinação, na qual o discípulo é o peregrino e a sua meta chegar diante do Mestre. À medida que caminha em sua jornada, o discípulo aprende com o sofrimento e extrai conhecimentos de cada uma dessas experiências. Esses momentos têm a intenção de submetê-lo a provas e fortalecê-lo espiritualmente.

Enquanto caminha e medita sobre os nobres ideais que o levaram a essa jornada, o discípulo se defronta com os seus conflitos mais íntimos e se confronta com as seduções e tentações da matéria que o levam a questionar as suas renúncias.

A Iniciação, diante da lógica e da razão, é um ato de loucura, por expor o discípulo a toda sorte de sacrifícios, assumidos voluntariamente, com um único intuito, o de promover um progresso espiritual bem acima da compreensão humana.

A Iniciação, sob esse aspecto, não é uma decisão racional, por não ser uma conseqüência de estudos, comparações e avaliações, mas um sentimento incontrolável que nasce no fundo da alma, e foge ao controle do nosso ego encarnado.

O discípulo que vinha mudando lentamente o seu comportamento sente um impulso que parece fugir do seu controle, por expressar um anseio muito intenso da alma. A vida como antes era vivida perde o sentido, os prazeres antes cultuados já não o atraem mais e ele passa a buscar algo subjetivo, que nem sabe explicar o que seja, mas que nada tem a ver com o que, até então, despertava-lhe o interesse.

Diz-se, então, que o discípulo atravessou o Portal da Iniciação, e caminha em direção ao seu Mestre, que o espera como um pai diante de um filho que retorna ao lar. Daí em diante, os valores mudam, as atitudes surpreendem, as palavras comovem, e nada mais é como era antes.

Segundo Alice Bailey, na primeira Iniciação, o controle sobre o corpo físico deve ser dominado, mas nem sempre esse ideal é facilmente atingido, e costumam ocorrer quedas. O iniciado, no entanto, deve expressar conscientemente a sua convicção de atingir esse ideal, reconhecendo os seus defeitos e reafirmando os seus propósitos de jamais desistir de perseguir a sua evolução espiritual.

Essas quedas, durante o processo, podem prejudicar o grupo de discípulos do qual faz parte, ficando sujeito aos karmas de compensação, cuja sentença será aplicada, mesmo que inconscientemente, pelos membros do seu grupo. Isso costuma provocar retardo no processo de Iniciação desse discípulo, que somente será retomado após ter-se esgotado completamente o karma com os membros prejudicados.

Os iniciados, por serem canais intensificados de energia, provocam efeitos mais poderosos, diante dos seus erros e acertos, do que um ser menos avançado, resultando em punições ou prêmios bem maiores e com enorme poder de repercussão. Se o iniciado errou, ele somente prosseguirá a sua jornada espiritual, depois de pagar todo seu débito kármico.

A palavra INICIAÇÃO tem a sua origem de duas palavras latinas: “IN” que se traduz por DENTRO DE; e “IRE”, que significa IR ou ANDAR. Portanto, poderíamos defini-la como INGRESSO EM ALGO.

Literalmente, o homem que recebeu a primeira Iniciação é aquele que deu o primeiro passo no reino espiritual e que passou do reino apenas humano para o super-humano. Cada Iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado, levando-o a um estágio superior de consciência, até que venha a dominar o completo entendimento para ver e ouvir em todos os planos.

Nem todas as pessoas se desenvolvem exatamente ao longo das mesmas linhas ou de linhas paralelas e, portanto, não podem ser baixadas regras inflexíveis ou fixas quanto ao exato procedimento em cada Iniciação. Muito depende do Raio do discípulo, do seu desenvolvimento e do seu karma individual.

Muitas vidas podem decorrer entre a primeira e a segunda Iniciação. Um grande período de muitas encarnações pode passar antes que o controle do corpo astral seja aperfeiçoado e o iniciado esteja pronto para o próximo passo.

Situações semelhantes se sucederão nas Iniciações seguintes, a cada passagem de uma Iniciação para outra. A jornada é longa e dolorida, mas também rica e prazerosa. Quem não estiver preparado se amedrontará e quem já houver despertado para os Mistérios se encantará.

O ego encarnado, a personalidade, poderá resistir por algum tempo, mas logo será convencido pelas convicções da alma, a se entregar à magia do processo, então não haverá volta.

Muitos de vós, caros leitores, já poderão ter ouvido o chamado interior, talvez ainda baixo e pouco perceptível, mas tal qual um canto de sereia, sedutor e cheio de encantamento. Agora mesmo, podem estar-se perguntando, será que foi aquela visão passageira, aquela força estranha ou aquele desejo sem controle?

A Iniciação é uma onda que nasce na mente do Mestre e que vem quebrar na praia do discípulo, arrastando-o para o fundo, como se o chamado atraísse para os mundos interiores, repletos de segredos e mistérios que precisam ser entendidos e decifrados.

Diante do chamado, não é mais a personalidade que decide o caminho a seguir, mas a alma que assume o comando e impõe ao corpo físico uma nova ordem que prevalecerá dali pra frente.

Convoco-vos a todos que permaneçam atentos, pois com a chegada dos novos tempos, muitos estão sendo chamados, mas, certamente, poucos serão os escolhidos. Não resistam, tentando prender-se à matéria, pois o chamado do Mestre soará como uma ordem para a alma do discípulo.

Permanecei atentos e vigiai, pois o chamado não tem dia nem hora.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

OCULTISMO






Dedico este texto a ti, caro leitor, que freqüentas este espaço com a eterna curiosidade de descobrir mistérios e segredos, ocultos através dos tempos.

De acordo com o teosofista C. W. Leadbeater, o ocultismo costuma ser confundido com a arte de magia negra, envolvendo poções mágicas e rituais satânicos. Mesmo entre aqueles cuja educação estaria acima de tais superstições, segundo o autor do livro “O Lado Oculto das Coisas”, ainda persistem muitos equívocos a esse respeito.

Explica-nos Leadbeater que a derivação da palavra latina “occultus” quer dizer ciência do oculto, mas essa definição, de um modo geral, é vista como uma coisa sem sentido, um disparate relacionado a crendices ignorantes, assombrações e espiritismo.

Os mais estudiosos do assunto nem sempre encaram a questão com o necessário conhecimento de causa, sugerindo que o lado oculto de todos esses mistérios estivesse intencionalmente velado, deliberadamente sonegado, por capricho ou egoísmo de alguns. A verdade, conforme afirma Leadbeater, é que nada está, nem poderia estar oculto de nós, a não ser em razão de nossas próprias limitações. Mas, à medida que avançamos em evolução, o mundo se alarga progressivamente, mostrando que todos nós somos capazes de ver cada vez com maior clareza a magnitude de toda a sua beleza.

Há de se considerar, porém que, os conhecimentos somente vão sendo colocados à nossa disposição quando atingimos um grau de evolução que nos permite absorvê-los. Ocorre, em tais situações, algo semelhante à criança que, ainda num aprendizado básico, não está preparada a compreender equações e raiz quadrada.

O ocultismo é, portanto, na definição do teosofista, o estudo do lado oculto da natureza, da natureza em sua totalidade, e não somente daquela parcela mínima que é objeto da investigação da ciência moderna.

Afirmava o autor de “O Lado Oculto das Coisas”, há cerca de cem anos atrás, e de lá para cá bem pouco mudou, que a maior parte da natureza é inteiramente desconhecida da humanidade, porque esta ainda não desenvolveu, senão em proporção insignificante, as faculdades mais sensitivas que possui.

Diante disso, não há como deixar de concluir que, o homem comum baseia a sua vida em realidades inteiramente inadequadas, e, por isso, suas teorias e ações são naturalmente incorretas.

Um ocultista adota atitudes que levam em conta as influências dos mundos superiores, as quais estão ocultas à visão dos materialistas. Estes não têm a menor percepção das suas próprias limitações, e projetam o seu futuro com base naquele pouco, ou quase nada, que conhecem e que pensam resumir toda a verdade do universo.

O ocultista estuda cuidadosamente todos os efeitos invisíveis que interferem com o plano físico, e por isso sabem melhor do que ninguém, quais são as reais conseqüências dos seus atos. E por possuírem maiores informações sobre as causas e os efeitos das suas ações, eles mudam de atitudes e corrigem seus comportamentos, á medida que vão percebendo desvios em seus rumos espirituais.

Não se trata de somente vincular o mundo oculto a fenômenos espirituais e cerimônias religiosas, mas de reconhecer a sua presença na pintura, na música, na poesia, na literatura, na natureza, na vida profissional e nas relações em família.

Essas percepções do mundo oculto existem em todos os seres humanos, ainda que não desenvolvidas na grande maioria deles. O despertar da sensibilidade humana para se conectar ao mundo invisível demanda tempo e um árduo trabalho, e depende do estágio de evolução de cada alma.

O momento atual de expansão da consciência planetária é favorável a esse despertar dos poderes ocultos da humanidade, mas que isso não instigue os sentidos mais egoístas e dominadores da raça humana, para que, no lugar das bênçãos, não se atraia maldições.

Os mistérios que já começaram a ser decifrados estarão sendo revelados de uma forma cada vez mais intensa. Os segredos, não, esses nunca serão revelados, pois pertencem a uns poucos, que irão guardá-los para si e para as gerações futuras. Os mistérios existem para serem desvendados, mas os segredos precisam ser preservados.

O ocultista é aquele sábio que distingue os mistérios dos segredos, e que traz os conhecimentos à tona para que os mistérios sejam compreendidos por um número cada vez maior de pessoas. O ocultista é também o guardião dos segredos, aquele que sabendo do poder que tem o conhecedor dos segredos, não os revela para ninguém, de modo a não pôr em risco o futuro da humanidade.

Os mistérios contêm a sabedoria dos tempos, os segredos são os guardiões do poder.

FIM

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TEIA AMBIENTAL - Lixo

Teia Ambiental
Rede de Conspiradores Preservacionistas




O LIXO NOSSO DE CADA DIA

Meus caros amigos leitores, nós humanos, e até os desumanos, estamos todos metidos numa tremenda encrenca. E o pior é que não sabemos como sair dessa arapuca em que nos metemos.

Estou a falar-vos do lixo que produzimos diariamente, e que precisa ser jogado em algum lixão distante. Mas, esse distante está tornando-se cada dia mais próximo de nós, aproximando-se perigosamente do portão da nossa casa.

A nossa sociedade consumista, e lamentavelmente perdulária, é uma peça indispensável dentro da engrenagem capitalista de crescimento ilimitado em busca de lucros cada vez maiores.

A equação “produção+consumo=lucro” só vem dando certo por contar com uma cumplicidade altamente irresponsável de governantes e governados.

Os governantes comemoram o aumento do PIB, os governados, a maior oferta de empregos. Esquecem, ou fingem esquecer, esses personagens da história, dos estragos provocados pelo lixo industrial e doméstico que se produz, para que esses arremedos de progresso possam ser atingidos.

As indústrias precisam produzir sempre mais, em larga escala, para se tornarem economicamente viáveis. Essa larga escala é a responsável pela necessidade de um consumo em eterno crescimento, de modo que os novos produtos sejam rapidamente absorvidos pelo mercado.

As empresas produtoras se valem das engenhosas técnicas de marketing de agências de publicidade para convencer a sociedade a trocar seus aparelhos usados por produtos mais modernos. Aparelhos “semi-novos” são considerados velhos e imprestáveis, e viram lixo. O lixo é despejado no lixo, e ninguém se dá conta de que o espaço destinado ao lixo vai roubando os espaços destinados a jardins, praças, escolas, centros de lazer, postos de saúde e, por fim, residências.

De repente, as pessoas começam a perceber que o lixão é seu vizinho, que as moscas começam a visitar suas casas e os ratos a circularem livremente por suas calçadas. A saída parece ser reclamar, protestar e ficar furioso com o descaso dos serviços públicos, incapazes de manter o lixo distante de suas vidas.

Os governantes têm suas culpas, e elas são muitas, mas não são maiores do que as dos governados, que se deixam atrair pelas propagandas e trocam seus aparelhos em perfeito funcionamento por novidades, movidos por um misto de ostentação e poder. Os supermercados oferecem alimentos industrializados com embalagens atraentes, que logo serão jogadas no lixo. As butiques têm roupas e sapatos da moda, que irão substituir os da outra estação, que dentro em breve irão para o lixo.

Os governantes estimulam esses hábitos consumistas, promovendo facilidades no crédito e redução de impostos. A sociedade impelida pela vaidade se deixa convencer que é mais econômico trocar o “velho” pelo novo, descartando-se com extrema facilidade do seu patrimônio e saindo atrás das novidades propaladas pelos meios de comunicação.

As empresas alimentícias promovem seus lançamentos com vitaminas e agregados nutritivos que, pensando bem, nossos corpos não precisam consumir. O lixo se avoluma, e o povo cobra a presença do lixeiro, acreditando que jogando o lixo no lixo o seu problema foi resolvido.

As despesas crescem com tantas compras absolutamente inúteis. Mas, a verdade, meus leitores, é que eu não estou nem um pouco preocupado com as finanças dessa sociedade perdulária, afinal cada qual tem o direito de gastar quanto quiser.

A minha verdadeira preocupação é com esse lixo que é descartado e despejado a céu aberto sem nenhum constrangimento da parte dos governantes e sem a menor noção, por parte dos governados, do risco que estão correndo.

A famigerada teoria do crescimento ilimitado e a qualquer custo ambiental vem exaurindo as reservas energéticas do planeta e poluindo seus ares, rios e mares. Os centros urbanos tomados por um trânsito infernal, os locais de trabalho aquecidos e refrigerados pela energia de suas máquinas e as residências abastecidas por produtos nocivos à saúde formam esse espectro assustador da vida moderna.

A sociedade ainda não percebeu que o aparente crescimento econômico, fomentador de todo o seu conforto, tem um limite e, a cada dia que passa, o prazo vai esgotando-se e pondo em risco o futuro da humanidade.

As grandes cidades do mundo já não sabem o que fazer com o lixo produzido, e tentam transferi-lo para cidades vizinhas e de menor porte, mediante recompensas financeiras.

A questão não pode ser tratada como uma transação financeira, por se tratar de um negócio em que não há lucros, não há compensações e nem mesmo um produto de consumo. Aceitar o lixo de uma cidade rica não é um bom negócio. Produzi-lo também não.

O mundo chegou num estágio tal de produção de lixo que não há um único lugar seguro para despejá-lo. Imaginar um lugar distante para jogar o lixo é utopia, pois os locais distantes já não existem mais. Tudo ficou mais perto, junto um do outro. Longe já não existe mais.

As máquinas das fábricas não podem parar. Os lucros não devem cessar. O consumo precisa aumentar.

E o lixo, o que fazer com o lixo?

Há não muito tempo atrás, as campanhas de educação ambiental ensinavam que se devia jogar o lixo no lixo. Hoje, porém, isto não é suficiente. Não basta jogar o lixo no lixo, é preciso saber-se para onde vai o nosso lixo, o que será feito dele, o quanto se pode vir a reciclá-lo, o quanto se poderá reduzir a sua produção. E isso já não é mais um problema só do “governo”, mas de todos nós. E o seu lixo, meu leitor, onde é despejado?